DEA exagera riscos da ayahuasca

Dar a um texto a aparência de conhecimento seguro, fundamentado em estudos científicos, constitui poderoso artifício retórico, até mesmo quando um órgão de governo produz documento interno para justificar uma política pública retrógrada. Não seria diferente com a agência antidrogas dos Estados Unidos, como se vê no relatório da DEA sobre ayahuasca tornado público pelo Instituto Chacruna, de São Francisco, na sexta-feira (3).

O que é electroma, que pode ajudar tratamento do câncer

Começa agora a aumentar o interesse por outro sistema que é fundamental para a vida, não só dos seres humanos, mas também das plantas e de outros animais: a rede bioelétrica que faz os organismos funcionarem. Alguns cientistas começaram a chamá-la de “electroma”.

“Assim como os sinais elétricos sustentam as redes de comunicação do mundo, estamos descobrindo que eles fazem o mesmo no nosso corpo: a bioeletricidade é a forma em que as nossas células se comunicam entre si”, explica em um artigo recente no site da organização britânica Nesta a divulgadora científica Sally Adee, especialista neste campo e autora do livro We Are Electric (“Somos elétricos”, em tradução livre), lançado em fevereiro de 2023.

Algumas pessoas atribuem a Adee a criação do neologismo “electroma”. Ela afirma que “não podemos subestimar a forma total e absoluta em que todos os seus movimentos, percepções e pensamentos —e os meus—são controlados pela eletricidade”.

Ela destaca que compreender o electroma é fundamental porque, se interviermos no processo bioelétrico do corpo, poderemos “consertá-lo quando houver algo de errado, seja por trauma, defeitos de nascimento ou câncer”.

Sindusfarma debate a reforma tributária

O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma) promove nesta terça-feira, dia 7, um debate sobre a reforma tributária e seus efeitos no setor de saúde. O evento também contará com a participação da Associação Brasileira da Indústria de Tecnologia para Saúde (Abimed) e a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp).

A abertura contará com a participação de Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindusfarma; Fernando Silveira Filho, presidente executivo da Abimed; e Antônio Britto, diretor executivo da Anahp.

Oncologia domina venda de medicamentos de especialidades

A oncologia desponta como área terapêutica mais promissora na venda de medicamentos de especialidades, que movimentaram mais de R$ 69 bilhões no mercado farmacêutico em todo o ano passado.

Os remédios antineoplásicos são a maior classe terapêutica, com 30% no público e 70% na esfera particular, um total de R$ 8,6 bilhões em vendas. Esses medicamentos atuam para evitar ou inibir o crescimento e a disseminação de tumores.

A categoria também figura entre as três que mais avançaram no período. A evolução de 26,7% em valores só não foi superior à dos antivirais sistêmicos (51,3%) e dos imunossupressores (33,4%).

Genérico e estética vão alavancar vendas da Cimed

Depois de ver a receita líquida avançar 22,5% em 2022, para R$ 1,94 bilhão, a Cimed quer seguir crescendo o dobro do mercado neste ano, com uma estratégia que combina mix de vendas de maior valor e aposta reforçada em medicamentos genéricos, que já são relevantes em seu portfólio, e estética, uma das novidades a caminho.

Terceiro maior do setor em volume de vendas, o grupo vai acelerar o lançamento de novas moléculas, especialmente em sistema nervoso central, e estrear em ácido hialurônico, com foco em clínicas e consultórios. “Seguimos com o plano de lançar no mínimo 50 produtos”, diz o presidente e sócio da farmacêutica, João Adibe Marques.

A linha de ácido hialurônico chegará a mercado no segundo semestre, com foco em estética – o ativo tem sido cada vez mais usado para preenchimento e sustentação da pele. “Vamos testar o mercado de clínicas e consultórios com essa linha, que vai ser uma grande alavanca de resultados”, avalia o executivo.

Até agora, o foco da Cimed esteve em crescimento orgânico, tanto de capacidade industrial quanto de portfólio. O recente investimento de R$ 300 milhões em uma nova fábrica preparou o grupo para acelerar o lançamento e a produção de novos medicamentos. Mas, com a musculatura que os negócios têm hoje – a meta para 2023 é chegar a R$ 3 bilhões de receita bruta -, aquisições, de linhas de produtos ou de outras empresas, ganham sentido estratégico.

Até 2035, país pode ter 1 em cada 3 crianças com obesidade

O Brasil pode ter até um terço das suas crianças e adolescentes vivendo com obesidade até 2035, segundo o Atlas Mundial da Obesidade.

Os dados existentes até 2020 mostram que aproximadamente 12,5% das meninas no país são obesas, enquanto a taxa vai para cerca de 18% nos meninos. Até 2035, porém, esses índices podem chegar a 23% e 33%, um aumento de 84% e 83,3%, respectivamente.

Em relação aos adultos, os dados também são preocupantes: até 2035, 4 em cada 10 adultos (41%) no Brasil podem ter obesidade, indica o levantamento.

Covid: substância reduz pela metade risco de internação

Uma pesquisa feita principalmente no Brasil observou que um medicamento teve sucesso em reduzir pela metade os riscos de hospitalização em casos de Covid-19. Queda na carga viral e redução nos riscos de morte foram outros resultados positivos observados no estudo.

Publicado no New England Journal of Medicine, o artigo é assinado por pesquisadores do Brasil e Canadá, países onde a pesquisa ocorreu. O estudo investigou o interferon lambda peguilado, uma substância ainda sem autorização para uso comercial no Brasil.

Gilmar Reis, primeiro autor do artigo e professor adjunto da PUC-Minas, explica que os interferons, proteínas que atuam na defesa do organismo, são produzidos naturalmente para combater diferentes infecções.

Um desses tipos de interferon é o lambda, cuja ação é voltada em especial para a defesa de infecções nas vias aéreas e no tubo digestivo. Essas regiões coincidem com os alvos principais do Sars-CoV-2, vírus que causa a Covid-19.Partículas do vírus Sars-Cov-2 isoladas de paciente em laboratório em Maryland, nos Estados Unidos – Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas/AFP

BLAU3 | Resultados 2022

Destaques Financeiros 2022

Receita Líquida: totalizou BRL 1.407 milhões no período (+3,0% YoY), mais de 5% proveniente de novos produtos. CAGR (2018-2022): 15,8%.

Receita Líquida com Biológicos atingiu BRL 843 milhões (+23,4% YoY) e representou 60% da Receita Líquida Total.

Receita Líquida da Operação Internacional (exceto-EUA) atingiu BRL 110 milhões, com expansão de 57% YoY.

Lucro Bruto: BRL 668 milhões no período (flat em relação a 2021), com Margem Bruta de 47,5%. CAGR (2018-2022): 18,5%.

EBITDA: BRL 474 milhões no ano (flat vs 2021), com Margem EBITDA de 33,7%. CAGR (2018-2022): 22,1%.

Recorde de Lucro Líquido: BRL 360 milhões no período (+11,3% YoY), com CAGR (2018-2022): 30,8%. Margem Líquida de 25,6%.

Investimentos com PD&I: BRL 76 milhões no ano (Despesas + Intangível), além de BRL 50 milhões em Estoques.

Proventos: pagamento de BRL 115 milhões de juros sobre capital próprio relativos ao ano de 2022 (BRL 0,64 por ação), sendo BRL 31 milhões relativos ao 4T22.

Lucro da Blau Farmacêutica mais que dobra no 4º tri, e aquisições estão no radar

Segundo a empresa, 62,6% do faturamento foram provenientes do segmento de biológicos, cuja receita cresceu 9,2% e somou R$ 230 milhões. “É o negócio principal da companhia, os maiores investimentos são feitos nessa área. Medicamentos biológicos são o futuro, o mercado está crescendo”, diz Hahn.

Já 23,6% da receita vieram do setor de especialidades, que reportou queda de 4% nas vendas, para R$ 87 milhões, com impacto da forte concorrência e deflação de preços de medicamentos da área hospitalar. A empresa diz estar otimista para a unidade em 2023, com uma nova planta, ritmo forte de lançamentos e processo de amadurecimento dos novos produtos.

Por fim, a unidade de produtos oncológicos respondeu por 4,9% da receita total, com redução de 5,9% nas vendas, para R$ 18 milhões, impactadas por cenário de forte pressão competitiva, mix vendido e com aumento de sólidos versus injetáveis, diz a empresa.

A Blau também reportou recorde de produtos lançados, com oito novos itens e expectativa de 10 novos em 2023. A empresa realizou 39 novos pedidos de aprovação em 2022, sendo 20 na Anvisa e 19 na América Latina, refletindo a ampliação de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.