Governos desperdiçam R$ 1 a cada R$ 3 em medicamentos

O processo de compra de medicamentos no Brasil é ineficiente e sem padronização, segundo avaliação do deputado Daniel Soranz (PSD-RJ), ex-secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro. As informações são do Monitor Mercantil.

Estudo realizado pela equipe do parlamentar mostra que a falta de centralização na compra de medicamentos no país representa prejuízo bilionário para os cofres públicos. De acordo com o levantamento, dos R$ 21,4 bilhões gastos em compras de medicamentos pelo SUS (Sistema Único de Saúde), R$ 6,5 bilhões – ou seja, quase 1/3 – poderiam ser economizados anualmente, considerando todos os remédios comprados de forma não centralizada.

Significa dizer que quase R$ 1 em cada R$ 3 é desperdiçado. Se considerar apenas os medicamentos genéricos, a economia seria de R$ 1,2 bilhão. “São quase 5 mil licitações por ano para comprar o mesmo produto. Isso acaba com o poder de compra do Estado, o que é muito grave, porque torna a compra ineficiente e mais cara”, considera o deputado.

O levantamento mostra que em alguns itens a variação de preço pode chegar a até 20 vezes na compra de medicamentos genéricos. O deputado cita o caso do Atenolol, remédio usado para o controle da hipertensão. Entre as licitações que foram realizadas para a compra do produto, o preço mínimo encontrado foi de R$ 0,03, e o máximo, de R$ 0,74, uma variação de 2.366%. O valor médio, por sua vez, foi de R$ 0,08, e a mediana, de R$ 0,07.

A variação de preço da Dipirona, medicamento usado frequentemente para tratar dores e febre, chega a 1.566%, com mínimo de R$ 0,03 e máximo de R$ 0,49. O preço médio é de R$ 0,15, e a mediana, de R$ 0,13. Para o parlamentar, a variação de preço entre os cerca de 5 mil compradores é muito grande e poderia ser eliminada se o Estado usasse seu poder de compra.

Anvisa aprova realização de testes rápidos em farmácias

A Diretoria Colegiada (DICOL) da Anvisa aprovou nesta quarta-feira, dia 3, a realização de testes rápidos s nas farmácias. A nova Resolução substitui a RDC 302/2005, e institui novos critérios técnico-sanitários para o funcionamento de Laboratórios Clínicos, de Laboratórios de Anatomia Patológica e de outros Serviços que executam as atividades relacionadas aos Exames de Análises Clínicas (EAC) no Brasil.

Com isso, a normativa abre a possibilidade de realização de EAC em farmácias, no âmbito da atenção à saúde e dos serviços farmacêuticos, em caráter de triagem e nos consultórios isolados. Até então, só era permitida a realização de dois tipos de testagens – as que aferem casos de Covid-19 e glicemia. A realidade, no entanto, é que as farmácias e drogarias já contam com estrutura e tecnologia para promover pelo menos 40 testes laboratoriais remotos.

EMS compra Dermacyd, da francesa Sanofi, por € 66 milhões

Maior farmacêutica brasileira, a EMS acertou a compra do Dermacyd, marca global de sabonetes íntimos da francesa Sanofi, por cerca de € 66 milhões (R$ 366 milhões ao câmbio atual). Com a aquisição, a empresa do grupo NC, mais conhecida pelo pioneirismo e liderança em genéricos, avança em sua estratégia de ganhar musculatura em medicamentos isentos de prescrição (OTC, na sigla em inglês) e de internacionalização dos negócios.

A transação, que ainda depende do aval de autoridades antitruste em diferentes países, compreende propriedade intelectual, comercialização e fabricação de um portfólio de 17 produtos da linha na América Latina. Líder no Brasil com 28% de participação em valor de vendas, o Dermacyd também tem presença relevante no México, no Peru e na Argentina, onde é vendido sob a marca Lactacyd.

“O grupo se consolidou em genéricos, em prescrição, depois no segmento hospitalar e foi comprando marcas fortes. Agora, quer trabalhar essas marcas do ponto de vista do consumidor”, disse ao Valor Cinthia Ribeiro, que chegou à EMS há três meses com a missão de reposicionar a área de OTC e traçar estratégias de crescimento para as marcas da farmacêutica.

Com quase 20 anos de experiência no setor, entre laboratórios brasileiros e multinacionais, como a própria Sanofi, Aché, Pfizer e Genomma Lab, a executiva assumiu a diretoria Comercial e de Marketing da unidade de negócios de Marcas, que também compreende a área de OTC.
“Hoje, essa é a menor unidade de negócios da companhia, com cerca de 10% a 12% do faturamento. Mas pode estar entre as maiores”, afirmou a executiva. Para 2023, a meta para a área de OTC é alcançar vendas (pelo critério PPP, que considera os descontos concedidos) de R$ 300 milhões, com expansão de 25% frente a 2022. Crescimento orgânico e potenciais novas aquisições vão contribuir para a evolução nos próximos anos, indicou a executiva. “Também vamos avaliar fusões e aquisições. Temos um radar ativo, mas vamos crescer das duas formas”, disse.

O negócio de prescrição já se tornou o mais relevante da EMS, com participação de 37%. Em seguida vieram os genéricos, com 35%. Marcas, OTC e institucional (“non-retail”) responderam por 28%. No ano passado, o conglomerado faturou R$ 20,9 bilhões.

No primeiro inverno pós-Covid, Cimed quer vender R$ 500 milhões – e chegar a R$ 3 bi no fim do ano

Em 2022, a Cimed queria ser ‘a Natura’ do setor farmacêutico. Um ano depois, a situação da empresa de cosméticos piorou — como reflexo de inflação e guerra na Ucrânia, entre outros motivos. Mas a Cimed fez o caminho contrário. A receita, que era de R$ 1,5 bilhão em 2021, passou para R$ 1,9 bilhão em 2022 (com crescimento também de Ebitda) e, em 2023, a meta de chegar aos R$ 3 bilhões segue viva. Para chegar até lá, um passo importante acontece nos próximos meses: a campanha de inverno.

Anvisa vota ampliação de serviços clínicos nas farmácias

Os serviços clínicos nas farmácias podem ganhar um importante avanço com nova regulamentação que deverá ser votada a partir desta quarta-feira, dia 3 de maio. A Diretoria Colegiada da Anvisa vai deliberar sobre o texto da RDC 302/2005, um marco nos exames laboratoriais no país que também possibilita ampliar a oferta de serviços clínicos no varejo farmacêutico.

A resolução a ser votada institui novos critérios técnico-sanitários para exames laboratoriais, bem como testes rápidos em estabelecimentos. E é nesse caso que entram as farmácias, que hoje só podem realizar dois tipos de testagens – as que aferem casos de Covid-19 e glicemia. A realidade, no entanto, é que as farmácias e drogarias já contam com estrutura e tecnologia para promover pelo menos 40 testes laboratoriais remotos.

O tema chegou a entrar em pauta na reunião ocorrida em 29 de março, mas a agência retirou o texto para nova avaliação. A Anvisa emitiu nota alegando que o assunto seria retomado “com a brevidade necessária, mas sem perder de vista a sensibilidade da matéria e a necessidade de construção de uma minuta que permita o aprimoramento técnico e sanitário dos serviços de diagnóstico do país, pautada na ciência e nas lições aprendidas desde a edição da RDC nº 302, em 2005”.

Biossimilares podem ter nova regulamentação em 2023

Os medicamentos biossimilares podem ganhar em breve uma nova regulamentação da Anvisa. Segundo informações da coluna Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, um grupo de especialistas prevê a deverá entregará uma proposta à agência ainda nesta quinzena.
Os biossimilares no Brasil estão fundamentados por uma norma de 2010, que especialistas já consideram defasada. Desde o ano passado a Anvisa já vem recebendo subsídios para a revisão do marco legal e regulatório que envolve essa classe de medicamentos.

Dos 32 remédios do gênero já registrados pela Anvisa, 21 receberam aprovação entre 2018 e 2019. Além disso, outros cinco já estão na fila. A agência, inclusive, instituiu a RDC 205 para criar uma fila de prioridade na análise desses medicamentos – especialmente os que atuam no combate a doenças raras. Mas quando o assunto é a incorporação do biossimilar, a frequência é outra.

Atualmente, o SUS disponibiliza apenas cinco biossimilares, voltados para tratamentos oncológicos e doenças reumáticas. E somente dois são produzidos inteiramente no Brasil – o ritumixabe, da Sandoz para casos de artrite reumatoide e linfoma não-Hodgkin; e a somatropina, do Laboratório Cristália, usado no combate ao hipopotuitarismo, uma espécie de deficiência do hormônio do crescimento.

Weleda investe em medicamentos contra gripe

Os medicamentos contra gripe ganham evidência no no radar dos investimentos da Weleda, que lançou um portfólio voltado para o combate e prevenção das doenças respiratórias. A companhia pega carona na chegada do outono.

Fundada pelo filósofo e cientista Rudolf Steiner e pela médica Ita Wegman e com mais de cem anos de mercado, a farmacêutica suíça é referência em medicamentos antroposóficos que proporcionam tratamentos naturais eficazes.

“A linha conta com sete medicamentos em 11 apresentações, com soluções para todas as idades, tratando as causas e o sintomas de forma completa, desde a prevenção e aumento da imunidade até o alívio de alergias e inflamações”, comenta Flavia Fonseca, head de marketing da Weleda.

Sindusfarma explora oportunidades em biotecnologia

A missão empresarial à Suíça organizada pelo Sindusfarma e a Rede Brasileira de Inovação Farmacêutica (RBIF) cumpriu uma intensa agenda de atividades entre os dias 24 e 27 de abril.

Nos dois primeiros dias, a delegação participou da Swiss Biotech Day, na Basileia, onde manteve vários encontros no estande montado pela entidade na feira, que é um dos principais eventos internacionais de negócios na área de biotecnologia.

Emagrecimento excessivo por uso de Ozempic pode levar a desnutrição

O Ozempic atua em parte pelo bloqueio dos sinais de fome do cérebro, suprimindo o apetite. Além disso, ele faz o estômago levar mais tempo para se esvaziar, prolongando a sensação de saciedade.

Segundo Kraftson, médicos precisam monitorar cuidadosa e regularmente os pacientes que usam medicamentos como esse. Ele recomenda a seus pacientes uma ingestão calórica diária –geralmente entre mil e 1.500 calorias, num valor individualizado que leva em conta o peso inicial do paciente e seu metabolismo estimado— e dá orientações de dieta, para garantir que consumam nutrientes em quantidade suficiente.

Como o coronavírus dribla o sistema imune? Dois novos estudos explicam

Duas novas pesquisas revelaram os mecanismos pelos quais o coronavírus escapam da resposta imune.

Os vírus usam enzimas conhecidas como proteases para escapar das defesas inatas do nosso sistema imunológico, uma vez que essas enzimas “desativam” o sinal molecular que ajuda a reconhecer as áreas na superfície do vírus onde as células de defesa atuam.

Os resultados das pesquisas foram publicados na última terça-feira (2) na revista especializada Science