Crise das operadoras atinge contas e planos de hospitais
Segundo a Anahp, as glosas (recusa nos pagamentos) subiram em média de 3,7% da receita líquida dos hospitais em 2021 para 4,5% em 2022. No mesmo período, o prazo médio de pagamento aumentou de 68,5 dias para 73,5 dias. “Os planos estão usando nosso fluxo de caixa para resolver o deles”, diz Britto. “Mas não adianta cada um só pensar em salvar a própria pele. Seria necessário buscar soluções envolvendo toda a cadeia de saúde, governo e Agência Nacional de Saúde Suplementar [ANS ]”.
Entre possíveis soluções para o futuro, Britto menciona a flexibilização dos planos, com opções de cobertura exclusivamente hospitalar ou ambulatorial. Outra opção são planos com franquia. O executivo também defende o modelo adotado em países da Europa, em que cabe a um médico de família encaminhar os pacientes a especialistas e hospitais. “Assim há alguém com todo o histórico do paciente, que pode ajudá-lo a não dar passos errados, como, de um lado, procurar hospitais para gripezinhas e, de outro, deixar de fazer exames preventivos, aumentando o risco de doenças futuras”.
A diretora-executiva da Federação Nacional da Saúde Suplementar (FenaSaúde), Vera Valente, concorda. “Precisamos de soluções que visem o uso racional dos recursos dos planos de saúde e promovam eficiência operacional”, diz. Segundo a entidade, entre 2021 e 2022, as receitas das operadoras cresceram 5,6%, enquanto as despesas aumentaram 11,1%. Neste cenário, o setor está no vermelho por sete trimestres consecutivos.


