Pouco a pouco, a concorrência do mercado daCannabis está mudando no Brasil. Isso porque as grandes farmacêuticas estão entrando no mercado nacional, apesar desse segmento ainda ser dominado pelas pequenas startups focadas na importação do óleo medicinal. Elas somam pelo menos 300 empresas.
Do grupo das vinte maiores, a Prati-Donaduzzi (15º) saiu na frente, ao conseguir a primeira autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) para fabricar o óleo medicinal derivado da planta. Depois foi a vez da Cimed (2º). Nesta semana a Hypera Pharma (17º) anunciou que seu primeiro CBD chegou às farmácias do país.
Desde novembro de 2019, a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) permitiu que as empresas pudessem comercializar os produtos nas farmácias brasileiras, desde que passassem nos critérios sanitários, que são os mesmos exigidos para a indústria farmacêutica.
Isso é uma das dificuldades enfrentadas pelas startups. O regulatório da Cannabis medicinal muda de acordo com o país. Nos EUA, por exemplo, ela não é considerado um medicamento, o que até hoje facilitou muito o comércio por lá. Mas depois de conseguir a autorização sanitária, o segundo desafio é colocar os produtos nas prateleiras. Trata-se de uma operação bem custosa, que as startups muitas vezes não possuem fôlego, e por isso acabam se associando as grandes farmacêuticas.
A Hypera lançou o CBD (Canabidiol, derivado da planta sem efeito psicoativo) full spectrum (termo que indica que o produto tem todos os demais canabinoides da planta em proporções menores). Estudos apontam que a planta tem mais de 150 fitocanabinoides. Os mais conhecidos são o CBD, THC (Tetrahidrocanabidiol, derivado da Cannabis, importante para o controle das dores crônicas) e CBG (Canabigerol). Comercializado apenas com prescrição médica – como todos os óleos de CBD –, o produto da Hypera foi batizado de Extrato de Cannabis Sativa Mantecorp Farmasa, em três apresentações, com diferentes concentrações.