Cuba enfrenta escassez de remédios, e Saúde faz doação

O Ministério da Saúde voltou neste ano a fazer doação de medicamentos a Cuba, país que vive uma crise no abastecimento de remédios. Apesar da cooperação humanitária da pasta com outros países ocorrer há anos, durante o governo Jair Bolsonaro (PL) ela não aconteceu com os cubanos.

Segundo dados obtidos pela Folha via Lei de Acesso à Informação, 11.800 ampolas de antibiótico doxiciclina foram enviadas em março deste ano. Agora, o Brasil prepara nova doação de 100.020 comprimidos do medicamento tenofovir alafenamida, um antiviral indicado para hepatite B.

Patentes de medicamentos estão perto do fim

Enquanto as patentes de medicamentos são alvos de polêmicas no Brasil, com direito a disputa no Cade, a indústria farmacêutica norte-americana já se prepara para uma série de perdas de exclusividade. E já neste ano.

Um estudo da consultoria Moody’s, aliás, revela a profunda transformação do cenário das patentes na próxima década. Nesse período, metade dos 20 medicamentos mais comercializados do mundo deixará de “pertencer” a um só laboratório.

O Humira, da Abbvie, deve ser o primeiro da lista. Em 2017, a farmacêutica fechou um acordo com a Amgen, que recebeu luz verde para lançar seu biossimilar Amgevita nos Estados Unidos. O remédio vem sendo um dos campeões de demanda entre médicos especializados no tratamento de artrite reumatoide.

Novo presidente da PróGenéricos assume em julho

O novo presidente da PróGenéricos assume o cargo em julho. A entidade definiu seu líder após a polêmica escolha anterior em substituição à Telma Salles. As informações são do Poder 360.

Tiago de Moraes Vicente chega à associação sob respaldo de 20 anos nos setores público e privado. É graduado em relações internacionais pela Universidade de Brasília. Atuou na área de relações governamentais de grandes empresas como Alcoa e Shell. Em setembro de 2019, assumiu a diretoria de relações institucionais da Energisa SA.

Entre 2020 e 2023, ele foi gerente de relações institucionais da Apex Brasil, por meio da qual coordenou mais de dez missões parlamentares com a proposta de apresentar o trabalho da agência na captação de investimentos no Exterior e promoção de exportações.

“Vou buscar estratégias para fazer com que a indústria desses medicamentos possa crescer dentro do Brasil. Acredito que o plano de reindustrialização vai fortalecer a indústria farmacêutica de genéricos e de biossimilares, que já têm um potencial muito grande dada a participação hoje no mercado”, declarou o executivo.

Setor quer integrar produção farmacêutica no Mercosul

De acordo com o presidente da entidade, Antonio Carlos Bezerra, uma das propostas está diretamente ligada ao mecanismo de Monitoramento de Pedidos de Patentes Farmacêuticas de Interesse do Sistema Único de Saúde que a entidade gerencia. O dirigente entende que esse modelo pode servir como parâmetro para o Mercosul como um todo.

“Nosso monitoramento consiste em uma base de dados que acompanha o andamento dos depósitos de pedidos de patentes farmacêuticas. Incluímos principalmente os blockbusters de empresas farmoquímicas e farmacêuticas, tanto brasileiras como internacionais”, explica.
Otimizar a produção farmacêutica também envolveria a elaboração de uma lista de IFAs estratégicos para a região do Mercosul. Segundo Bezerra, a ideia seria buscar o desenvolvimento e fortalecimento da produção local de insumos necessários a diminuição da vulnerabilidade sanitária da região.

“Essa proposta está muito alinhada ao que nós da Abifina, junto com a Abiquifi e Fiocruz, já realizamos. Trabalhamos no desenvolvimento de uma “Cesta de IFAS estratégicos” com base em uma metodologia que contemple parâmetros valorando as necessidades das políticas públicas de acesso a medicamentos essenciais e tendo consequentemente a diminuição da vulnerabilidade sanitária do país”, detalha.

Reestruturação da Bayer afeta liderança latina

A reestruturação da Bayer afetará diretamente a América Latina. A companhia irá dividir o comando de seu braço farmacêutico para a região e um novo líder foi definido para os Estados Unidos. As informações são do Valor Econômico.

De acordo com comunicado divulgado pela multinacional, o executivo Sebastian Guth terá “jornada tripla”. Responsável pela divisão farmacêutica nas Américas, ele agora assume a liderança da companhia nos Estados Unidos e também o braço farmacêutico para a América do Norte. Para completar, ainda vai atuar como representante sênior da farmacêutica.

Indústria farmacêutica do Brasil amplia liderança

Na indústria farmacêutica da América Latina, os negócios apontam cada vez mais para o Brasil. O país ampliou em cinco pontos percentuais a liderança regional em volume de negócios e já responde por 47% do faturamento em dólares.

Os laboratórios que atuam no continente latino-americano registraram US$ 64,6 bilhões em receita nos últimos 12 meses até março, incremento de 13,1% em relação ao mesmo período anterior e já excluindo as vendas de vacinas da Covid-19.

Deste total, US$ 30,2 bi foram resultantes das farmacêuticas presentes no Brasil, por meio da venda de 6,4 bilhões de unidades de medicamentos tanto para o varejo como para o chamado canal institucional.

O segundo lugar coube ao México, mas com quase US$ 20 bilhões a menos que o mercado brasileiro e participação de apenas 18%. A Argentina figura no terceiro posto e representou 10% do faturamento, mas sem atingir um dígito em valores absolutos.

Como parâmetro, o país tem receita superior à de México, Argentina, Colômbia, Equador e toda a América Central e Caribe, juntos.

Apesar de alguns impactos da pandemia e da falta de medicamentos para categorias como antibióticos e antigripais, as áreas terapêuticas de cardiometabolismo, diabetes e sistema nervoso central obtiveram um avanço médio de 20%. No caso dos suplementos vitamínicos, o incremento chegou a 39%.

Novo Nordisk faz 100 anos com foco em doenças graves

A Novo Nordisk reforça a atenção para o mercado de doenças graves. A farmacêutica apresentou sua estratégia de expansão em evento com a imprensa na terça-feira, dia 20, na qual também celebrou 100 anos de operações. Terceira indústria farmacêutica multinacional no Brasil e sétima no ranking mundial, a companhia mira inclusive a cura de patologias como a hemofilia.

Segundo Isabella Wanderley, vice-presidente corporativa e gerente geral da Novo Nordisk Brasil, o pipeline da Novo Nordisk contempla as áreas terapêuticas de cuidados com diabetes, obesidade, doenças raras, endocrinológicas e hematológicas e outras doenças crônicas graves, como Alzheimer, Nash (esteatose hepática ou gordura no fígado) e doenças cardiovasculares.

Dentro desse portfólio, três medicamentos são destaques. A insulina semanal Icodec, que foi submetida à aprovação na Anvisa em abril deste ano; o CagriSema, para obesidade; e o medicamento para doença cardiovascular Ziltivekimab. Os dois últimos ainda estão em estudo fase 3.

Já o tão aguardado medicamento para obesidade Wegovy, aprovado no Brasil em janeiro, está em processo de precificação e ajustes na produção na fábrica na Dinamarca antes de chegar às farmácias. O objetivo é evitar a ruptura do produto nas gôndolas como o ocorrido nos Estados Unidos.

Atualmente 13 estudos clínicos estão em andamento no Brasil, com 2.000 pacientes, em sete áreas (diabetes, obesidade, deficiência do hormônio do crescimento, Nash, Alzheimer, doenças cardiovasculares e doença renal crônica). “Para isso a companhia investe cerca de R$ 200 milhões. Em 2022, mais de 3,5 milhões de pessoas fizeram uso de algum produto na empresa no Brasil, incluindo os mercados público (SUS) e privado”, afirma a diretora médica Priscilla Mattar.