Bolsas da Europa recuam após dados fracos do setor industrial do bloco

A queda de 8% nas ações da AstraZeneca foi destaque entre as baixas do pregão desta segunda e pesou sobre a bolsa londrina. Segundo Michael Hewson, analista sênior da CMC Markets, o papel da farmacêutica foi prejudicado por resultados “decepcionantes” de uma nova droga da companhia para o tratamento de câncer de pulmão.

“O resultado do teste foi positivo, no entanto, analistas sugeriram que a falta de clareza sobre as taxas de sobrevivência com o uso do medicamento está por trás da fraqueza atual das ações. Isso parece uma reação exagerada, visto que os dados ainda estão sendo analisados e é uma droga entre muitas”, opina Hewson. Segundo ele, a queda da AstraZeneca tirou mais de 50 pontos do FTSE 100 hoje.

Novo remédio contra o colesterol, administrado duas vezes ao ano, é aprovado pela Anvisa

Um novo medicamento aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 19 de junho pode ajudar a reduzir o risco deinfarto e derrame (AVC)entre indivíduos que já tiveram esses problemas – e, portanto, são especialmente suscetíveis a enfrentá-los novamente. Trata-se de uma injeção – a inclisirana, da farmacêutica Novartis –, cujo intuito é controlar o colesterol ruim (LDL), um dos principais fatores de risco por trás desses eventos cardíacos.

O remédio age bloqueando temporariamente a produção de uma proteína chamada PCSK9, que é responsável por degradar os receptores que captam o LDL do sangue e o levam para dentro do fígado para ser eliminado. Então, ao bloquear a tal enzima, o corpo do paciente tem mais condições de se livrar do colesterol ruim, evitando que ele se acumule nas artérias – o que contribui para a ocorrência de um infarto ou AVC.

De acordo com a série de estudos que comprovou a eficácia e segurança da inclisirana, com duas aplicações ao ano é possível reduzir, em média, 52% dos níveis de LDL. Os testes foram feitos em pacientes que já tomavam a dosagem máxima tolerada de estatina – o principal medicamento utilizado hoje com essa finalidade –, mas ainda não tinham alcançado a meta, de acordo com seu risco cardiovascular.

A título de comparação, um estudo chamado WOSCOPS, que serve de referência para o Ministério da Saúde do Brasil sobre doenças do coração e medidas de prevenção, diz que, sozinhas,as estatinas conseguem reduzir apenas 26% do colesterol, aproximadamente. Os dois remédios poderão ser combinados para garantir maior efeito contra o LDL.As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte não só no Brasil, mas em todo o mundo, apontam dados do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS). Foto: Pexels

A inclisirana já é comercializada na União Europeia e nos Estados Unidos desde 2020 e 2021, respectivamente, segundo a Novartis. A expectativa é que o produto chegue às farmácias brasileiras dentro de aproximadamente 90 dias. O preço ainda não foi definido, pois depende de uma avaliação da CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).

Ozempic diminui o pensamento frequente em comida

O ingrediente ativo do Ozempic e Wegovy é a semaglutida, um composto que afeta as áreas do cérebro que regulam o apetite, diz Gabbay. A substância também leva o estômago a se esvaziar mais lentamente, de modo que quem toma o remédio se sente saciado mais rapidamente e por mais tempo. A própria saciedade pode suavizar o barulho da comida, indica ela..

Outra explicação teórica sobre o que leva o Ozempic a calar o “food noise”: a semaglutida ativa receptores do hormônio GLP-1. Estudos feitos com animais mostram que esses receptores são encontrados em células de regiões do cérebro que são especialmente importantes para a motivação e recompensa, apontando para uma maneira potencial em que a semaglutida pode influenciar os desejos. É possível, embora não tenha sido comprovado, que o mesmo ocorra com os humanos, pontua Hwang.

Isso explicaria por que as pessoas que tomam o medicamento dizem que a comida deixa de lhes dar prazer –e às vezes o álcool também.

Pesquisadores continuam a investigar o funcionamento da semaglutida, como ela pode influenciar aspectos do funcionamento cerebral como este tipo de pensamento excessivo, e seu potencial de utilização para outras finalidades, como o tratamento da adição.

Agência dos EUA aprova terapia de US$ 3,2 mi para distrofia muscular de Duchenne

A FDA, agência reguladora dos Estados Unidos, aprovou na última semana a primeira terapia gênica para o tratamento de pacientes com distrofia muscular de Duchenne, doença que provoca a fraqueza progressiva dos músculos.

Chamada de Elevidys, a terapia foi aprovada exclusivamente para pacientes de 4 e 5 anos de idade e custará US$ 3,2 milhões (cerca de R$ 15 milhões), o que a torna a segunda terapia gênica mais cara dos EUA, atrás apenas de um tratamento para hemofilia B, disponibilizado por US$ 3,5 milhões.

Remédio com inteligência artificial entra em teste

A Insilico Medicine iniciou os ensaios clínicos de fase 2 de um medicamento inteiramente descoberto e projetado por inteligência artificial (IA). As informações são da Exame.

Trata-se do medicamento INS018_055, usado no tratamento para a fibrose pulmonar idiopática, doença que reduz a capacidade do órgão de realizar trocas gasosas. A empresa recrutará 60 pessoas com fibrose pulmonar idiopática na China e nos EUA para avaliar a segurança, tolerabilidade e eficácia preliminar do medicamento.

Com sede em Hong Kong e Nova York e sob a tutela do cientista de origem letã Alex Zhavoronkov, a empresa de biotecnologia é apoiada pelo conglomerado chinês Fosun Group e pela gigante do private equity Warburg Pincus.

Com bilhões de dólares investidos na criação de ferramentas de inteligência artificial destinadas a revolucionar o desenvolvimento de medicamentos, a Insilico faz parte de uma corrida entre grandes farmacêuticas e investidores para explorar uma oportunidade de mercado de US$ 50 bilhões para a IA no setor, conforme relatado pela Morgan Stanley.

Jovens estão mais obesos, ansiosos e abusando do álcool

Jovens brasileiros estão mais obesos, abusando mais no consumo de bebidas alcoólicas e ansiosos, mostram dados inéditos de um inquérito telefônico realizado em todo o país e divulgado nesta quinta (29).

O salto da obesidade é o que mais impressiona. Em 2022, 9% da população com idade entre 18 e 24 anos tinha IMC (Índice de Massa Corporal) igual ou maior que 30 kg/cm², o que configura obesidade. Já em 2023 esse percentual subiu para 17,1%. Ou seja, um salto de 90%.

Quase um terço desses jovens (31,6%) também já recebeu diagnóstico médico de ansiedade e relata consumo abusivo de álcool (32,6%) nos 30 dias antes da entrevista —quatro doses ou mais para mulheres, e cinco doses ou mais para homens, em uma mesma ocasião. Em 2022, a prevalência foi de 25,8%.

Os números constam da segunda edição do Covitel 2023 (Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas Não Transmissíveis em Tempos de Pandemia), desenvolvido pela Vital Strategies, organização global de saúde pública, e pela UFPel (Universidade Federal de Pelotas), com financiamento da Umane e apoio da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva).

Ações da indústria farmacêutica enfrentam queda em 2023

Entre as ações da indústria farmacêutica, só uma vem obtendo alta em valor de mercado neste ano. Com o Ozempic virando até trend topics por ajudar no emagrecimento, a Novo Nordisk acumula 0,52% de aumento.

Porém, os problemas de abastecimento e a possível chegada de um medicamento genérico até 2026, após o laboratório dinarmarquês ter negado o pedido de extensão da patente, podem esfriar os ânimos.
Quatro laboratórios também se destacam no ranking por perdas acima de 0,70% no valor das ações. No caso da Bristol-Myers Squibb, o valor caiu mais de 1%, fruto de investigações de órgãos reguladores dos Estados Unidos. A empresa é suspeita de inflar seus ganhos em balanço no início de 2001.

AstraZeneca (0,99%) e Merck (0,78%) convivem com o esfriamento da Covid-19, enquanto a Novartis (0,75%) ainda alimenta incertezas por conta de seu futuro sem a divisão de genéricos da Sandoz.

Sanofi lança bolsa para grupos minorizados

A Sanofi lançou nesta quinta-feira, dia 29, um programa de bolsa de estudos e de iniciação profissional que visa a ampliar a participação de grupos minorizados na área da saúde. Neste primeiro ano, a Bolsa Sanofi Geração do Futuro vai oferecer 10 bolsas para alunos negros, homens e mulheres, da Universidade Zumbi dos Palmares, que estejam cursando os dois últimos anos de direito, publicidade e propaganda e administração.

Os estudantes selecionados passarão a estagiar na Sanofi e terão integrações com bolsistas de outros quatro países que participam do programa: Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido. A Bolsa Sanofi Geração do Futuro integra a iniciativa Um Milhão de Diálogos, que tem como objetivo fomentar a confiança de grupos minorizados na área de saúde, com o investimento global de €50 milhões até 2030.

Anvisa nega proibição de flores de Cannabis

É fato que a terapia canábica virou sinônimo de CBD (Canabidiol), apesar de não ser a única substância da planta, apenas a mais pesquisada e popular entre os pacientes – principalmente na forma de gotas. A Cannabis tem mais de 150 elementos, que interagem entre si, e dependendo do tratamento, juntos produzem efeito mais rápido no organismo. Por isso, há casos em que os médicos indicam as flores no lugar do óleo.
A eficiência das flores é inegável, tanto que a Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária) tem uma portaria específica (RDC 660), que autoriza a importação individual delas. Recentemente, essa possibilidade terapêutica virou alvo de discussão, entre os empresários do setor, que se acham prejudicadas por casos de prática ilegal.

O grande descontentamento é a quantidade de anúncios irregulares nas redes sociais, que acenam com a possibilidade da importação de flores, por meio da RDC nº 660, para uso recreativo, apesar de a permissão valer apenas para o medicinal.