Estudos clínicos e equidade: existe reciprocidade? – por Carmino de Souza, Aline Paulin Pimenta Aché e Danilo Gonçalves

enças falciformes e a carência, ainda latente, de um olhar direcionado para a população negra no Brasil, uma vez que a incidência da doença é maior para este perfil. Ou seja, isso reflete diretamente na disparidade de tratamento em grupos menos privilegiados em estudos clínicos.

Outro exemplo a ser profundamente observado diz respeito à disparidade no tratamento do câncer e reflexos na mortalidade de pacientes negros e outras minorias raciais que não participaram, de maneira representativa e proporcional por amostragem demográfica, de estudos clínicos anteriores.

Mais um exemplo tem relação com um artigo publicado na revista Blood (2) de abril deste ano, o qual se baseia em um cenário que analisou nove grandes ensaios clínicos de um grupo cooperativo de casos recém-diagnosticados com mieloma múltiplo. O dado chocante é que por mais de duas décadas apenas 18% dos participantes eram não-brancos. A disparidade causa estranheza se estamos falando de uma doença com taxas de incidência duplas para pacientes negros do que aquelas observadas em pacientes brancos, tendência esta que se estende para as taxas de mortalidade.

Sanofi alerta para desabastecimento do Sabril

Após o anúncio do recolhimento voluntário e preventivo de quatro lotes do Sabril neste mês de julho, a Sanofi alerta para possíveis situações de desabastecimento, com faltas temporárias do produto.

O Sabril 500mg (vigabatrina) é um medicamento indicado como coadjuvante no tratamento de pacientes com epilepsias parciais resistentes e também em monoterapia no tratamento da síndrome de West.

Em comunicado, a farmacêutica informou que o recall ocorreu devido a um evento de qualidade no fornecedor da matéria-prima do medicamento. Segundo a Anvisa, o contaminante não está em níveis que possam comprometer a qualidade do produto, tampouco a segurança dos pacientes. No entanto, por precaução, a companhia optou por efetuar o recolhimento voluntário dos lotes afetados.

Farmacêutica chinesa planeja investir na Paraíba

Uma indústria farmacêutica chinesa pode desembarcar no Nordeste brasileiro em breve. O anúncio foi feito pelo governador da Paraíba, João Azevêdo, nesta quinta-feira, dia 27, segundo informações do Jornal da Paraíba.

Durante a missão do governador à China, foi assinado um contrato de intenções e, por questões legais, não é possível divulgar o nome do laboratório, nem quais os tipos de medicamento que devem ser produzidos em solo brasileiro. Mas, segundo ele, caso se confirme, a fábrica vai gerar, no mínimo, 500 vagas de emprego.

Brasil tem 31 farmacêuticas com faturamento bilionário

Entre as 31 farmacêuticas com faturamento bilionário, somente três já superaram a barreira dos R$ 10 bilhões de receita. A disputa entre elas segue acirrada, mas com alguns movimentos novos.

Controlador da EMS, o Grupo NC teve aumento de 15,7% e ampliou a distância sobre a segunda colocada Hypera Pharma. Fechando o top 3, a Eurofarma reduziu a diferença para a vice-líder. E a estratégia das duas que mais evoluíram tem como principal explicação o mercado de genéricos.

Na EMS, 44% da receita tem como fonte essa categoria. O market share do laboratório no segmento totaliza 17%. Já a Eurofarma quer reforçar a produção de genéricos por meio da internacionalização. Em março de 2023, a companhia sacramentou a aquisição da Genfar, laboratório com sede na Colômbia e que pertencia à Sanofi. A empresa atua também no Equador e no Peru, com um portfólio formado por mais de 140 moléculas em 12 áreas terapêuticas.

Considerando as dez primeiras posições, a novidade é a chegada da Novartis ao 6º posto. A farmacêutica suíça ultrapassou a Cimed. A bola da vez são os medicamentos inovadores, cujos investimentos no país beiram R$ 250 milhões ao ano. As áreas tidas como mais promissoras são as de cardiologia, imunologia e neurologia.
A lista das quatro farmacêuticas estreantes no clube do bilhão inclui Lupin, Torrent, Globo Pharma e Cellera Farma

Venvanse some das farmácias por uso recreativo

O Venvanse atua, basicamente, em duas substâncias do cérebro: a dopamina e a noradrenalina. Elas são responsáveis, respectivamente, pelo prazer e o estado de disposição.

Com isso, o usuário se sente mais alegre e disposto, seja para longas horas de trabalho ou festas madrugada a dentro. Uma estudante de medicina entrevistada pela publicação, que não quis se identificar, se disse “mais acordada e menos travada” com o uso do medicamento.

Essa maior procura pelo Venvanse aqui no Brasil é algo que também o ocorre nos Estados Unidos. Por lá, só em 2022, quatro milhões de caixas do medicamento foram comercializadas.

Por meio de nota enviada à revista, a Takeda creditou o aumento das vendas pela “maior ocorrência de distúrbios psicológicos observados durante a pandemia”.

OMS atualiza lista de medicamentos essenciais

Remédios como o acetato de glatiramer, cladribina e rituximabe, destinados ao tratamento da esclerose múltipla, estão entre os novos inseridos na lista. Esses fármacos atuam retardando a progressão da doença.

Drogas para a prevenção de doenças cardiovasculares, dentre elas, alguns para o controle do colesterol e pressão arterial, com ou sem aspirina, também foram inclusas na lista.

O ceftolozane + tazobactam é outro integrado a lista, para casos de doenças infecciosas. O ravidasvir foi recomendado para quadros de infecção crônica por hepatite C em adultos e o pretomanid foi adotado para a tuberculose multirresistente.

Pensando no tratamento ao câncer, a doxorrubicina lipossomal peguliada foi inclusa para casos de sarcoma de Kaposi e o pegfilgrastim para proteger efeitos nocivos que alguns anticancerígenos podem causar na medula óssea.