Por que dipirona é proibida nos EUA e em parte da Europa?

A dipirona estava amplamente disponível em boa parte do mundo até meados dos anos 1960 e 1970, quando começaram a surgir os primeiros estudos que criaram o alerta sobre o risco de agranulocitose.

Um trabalho publicado em 1964 calculou que essa alteração sanguínea grave acontecia em um indivíduo para cada 127 que consumiam a aminopirina —uma substância cuja estrutura é bem parecida com a da dipirona.

“Tendo como base essa semelhança química, os autores não fizeram distinção entre as duas moléculas e assumiram que os dados obtidos para a aminopirina seriam também aplicáveis à dipirona”, aponta um artigo da Universidade Federal de Juiz de Fora e da Universidade de São Paulo, publicado em 2021.

A partir dessa e de outras evidências, a Food and Drug Administration (FDA), a agência regulatória dos Estados Unidos, decidiu que a dipirona deveria ser retirada do mercado americano em 1977.

Mercado brasileiro já tem 5 medicamentos bilionários

No período anterior aos 12 meses desse levantamento, apenas o Ozempic e a Tadalafila já geravam montante superior a R$ 1 bilhão em vendas. Mas o líder da pesquisa descolou-se dos demais quatro integrantes do top 5, saltando de R$ 1,93 bilhão para a R$ 3,17 bilhões.

Mas o que explica a distância do Ozempic para a Tadalafila, cujo faturamento chegou a R$ 1,66 bi, o equivalente a uma evolução de 16%? Embora o medicamento tenha se tornado referência no combate ao diabetes, seu uso off-label vem sendo mais difundido que a função primária, graças aos seus supostos benefícios para a perda de peso”, entende Wilton Torres, fundador da plataforma de consulta de medicamentos Farmaindex.
Já a Tadalafila, que integra o portfólio de laboratórios como Aché, Biolab, Cimed, EMS, Eurofarma e Geolab, acompanha as estatísticas referentes à disfunção erétil. O problema já afeta 45% da população brasileira, do grau mínimo ao completo.

“Porém, colaborou para o aumento nas vendas o crescente volume de prescrições médicas para casos de hiperplasia prostática benigna, em pequenas doses de 5 mg como estratégia para evitar a necessidade de cirurgias”, complementa Torres.

Genéricos têm protagonismo entre remédios para colesterol

Os remédios para colesterol fazem parte do dia a dia de muitos brasileiros, ainda que a doença seja negligenciada por muitos pacientes. Mas entre os queridinhos para esse tratamento, uma classe ganha destaque – a de genéricos. As informações são do Estado de Minas.

De acordo com dados da IQVIA levantados pela PróGenéricos, dentre os medicamentos destinados ao controle do colesterol comercializados no varejo farmacêutico, 80,04% são genéricos.

Traduzindo essa porcentagem, nos últimos 12 meses, 107,09 milhões de remédios para colesterol foram vendidos, dos quais 85,7 milhões eram genéricos.

Farmacêutica europeia estreia operações no Brasil

Para trazer seus produtos para o país, a farmacêutica europeia Neuraxpharm comprou a brasileira Libber Pharma. O laboratório, que atua em tratamentos do sistema nervoso central (SNC), adquiriu recentemente também parte do portfólio da Sanofi na área, o que solidificará a criação de uma filial no país.

Com a compra, a Libber passará agora a ser chamada Neuraxpharm Brasil. A farmacêutica desenvolve e comercializa marcas estabelecidas, medicamentos de valor agregado, genéricos, cannabis medicinal, soluções além dos medicamentos convencionais (saúde digital e dispositivos médicos) e medicamentos órfãos (indicados para pacientes com doenças raras).

Para a multinacional, o Brasil surge como um mercado atraente por ser o maior na América Latina e o décimo a nível global. “Nossa presença direta no Brasil contará com uma plataforma para distribuição dos produtos da Neuraxpharm para profissionais de saúde e pacientes”, comenta o CEO, Jörg-Thomas Dierks.

Criada para dar fôlego a remédios ‘cansados’, Supera Farma deve faturar R$ 1 bilhão em 2023

Como a maioria das fabricantes de bens de consumo, os laboratórios Eurofarma e Cristália tinham um problema em seus portfólios: produtos ‘cansados’. Eram remédios bons de venda mas que tendiam ao ostracismo, com a chegada de lançamentos mais inovadores para os quais seriam destinados mais esforços de marketing. Criaram então a Supera Farma, joint venture na qual colocaram 21 medicamentos de ambas, que tendiam a ser escanteados. Também deslocaram uma estrutura comercial de 200 propagandistas da Eurofarma, o que fez com que a empresa nascesse com R$ 140 milhões de faturamento. Doze anos depois, os “clássicos” mostraram seu valor: a Supera cresceu mais de 25% ao ano de lá para cá, tem 80 marcas e deve alcançar R$ 1 bilhão em receitas líquidas, em 2023.

“O grande desafio é ser competente para prolongar esse ciclo de vida”, diz Lino dos Santos, diretor comercial e de marketing da Supera. “É colocar uma escora para evitar que as vendas despenquem ainda mais.”

Algumas estratégias contribuíram para o resultado. Uma delas é a possibilidade de fazer “clones” de medicamentos desenvolvidos pelas marcas-mãe, que conversam e ajudam no desempenho dos campeões de venda. São produtos que ganham marcas diferentes e a embalagem da Supera, mas que são produzidos pelas controladoras com os mesmos princípios ativos. O objetivo é sempre ter remédios que ofereçam algum diferencial em relação aos concorrentes – ou sejam mais baratos.

A ‘pílula do dia seguinte’ que combateu o câncer de mama

Apesar da crescente evidência clínica da utilidade do composto neste campo, o mercado para um remédio contra o câncer foi considerado pequeno, em parte devido ao mau prognóstico associado à doença.

As estimativas de vendas produzidas pelo departamento de marketing da Imperial Chemical Industries indicavam que as vendas não cobririam os custos de pesquisa e desenvolvimento e não gerariam um retorno adequado para a empresa.

“É tudo uma questão de dinheiro na história da indústria farmacêutica”, disse à BBC Witness o professor V. Craig Jordan, que mais tarde ajudaria na divulgação do remédio.

No entanto, quando a empresa decidiu encerrar o programa, os testes de câncer de mama já haviam gerado várias publicações, despertando o interesse mundial pelo composto. Sob pressão, a farmacêutica reverteu sua decisão, Walpole permaneceu e o projeto foi salvo.