A crise da obesidade: novas promessas e riscos
Novos medicamentos para diabetes e redução de peso, com efeitos incomparáveis com o que existia até aqui, farão com que 2023 entre para a história como o ano que mudou o debate público global sobre obesidade. As consequências são, ao mesmo tempo, promissoras e perigosas.
Quem lidera este movimento, até o momento, é a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante da semaglutida (vendida como Ozempic e Wegovy). O PIB da Dinamarca cresceu 1,9% no último trimestre —90% do avanço atribuído à Novo Nordisk, que recentemente se tornou a empresa mais valiosa da Europa.
O fenômeno tem origem clara: a demanda global por esses medicamentos explodiu, superando a capacidade de fornecimento da empresa. No Brasil, o Ozempic, para diabetes, deve ter disponibilidade intermitente até o final do ano e o Wegovy, para obesidade, só chegará em 2024.

