À medida que a doença de Parkinson evolui, cerca de 90% dos pacientes sofrem paralisia facial. Exercícios tornam essa progressão mais lenta, diz Martha Penna, vice-presidente de inovação da farmacêutica Eurofarma. Para estimular esses movimentos, a empresa criou, com a agência de marketing Dentsu, um programa de inteligência artificial (IA) que incentiva os usuários a mexerem os músculos faciais ao navegar nas redes sociais (os movimentos se tornam “curtidas”). Lançado em abril, o programa já tem por volta de 5.000 usuários na América Latina.
É assim, tateando áreas correlatas ao negócio principal, por meio de parcerias, que a empresa busca ultrapassar a definição das atividades de uma farmacêutica. A ideia é criar negócios com potencial de aumentar receita e reputação. “Nascemos como uma empresa de medicamentos genéricos e nos transformamos em uma que descobre suas próprias moléculas e desenvolve seus produtos. A inovação é como oxigênio para nós: 30% do que criamos é fruto de inovação incremental”, diz Penna.
As iniciativas devem se multiplicar com um fundo corporativo de venture capital para investir US$ 100 milhões em negócios inovadores de biotecnologia, com ênfase em medicina de precisão, edição genética e IA aplicada à descoberta de moléculas. Já há três projetos em andamento, um deles com a americana Abcuro, que desenvolve imunoterapias para o tratamento de doenças autoimunes e câncer.
“Queremos que isso se torne uma linha de receita no médio prazo”, diz Rodrigo Fernandes Pereira, diretor de empreendedorismo digital da Eurofarma.