Carf muda classificação de produto de beleza e afeta IPI

O produto de beleza Nivea Milk viu sua classificação ser modificada pelo Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). O conselho julgou que a loção deve ser considerada um desodorante, e não um hidratante, o que incidirá diretamente na cobrança de IPI. As informações são do Valor Econômico.

Quem definiu a mudança foi a 1ª Turma da 3ª Câmara da 3ª Seção. Tudo começou quando a Beiersdorf Indústria e Comércio, proprietária da marca Nivea, classificou a linha Milk e outros produtos como desodorantes.

Ante o IPI, tal manobra gera um grande impacto, uma vez que esses itens tem uma alíquota de 7%, diferente dos hidratantes, que possuem uma taxa mais de três vezes superior, 22%.

A família Dorflex cresceu

O Dorflex Max é o novo integrante da família Sanofi. Em um só comprimido, o medicamento combina 600 mg de dipirona, 70 mg de orfenadrina e 100 mg de cafeína, que potencializam a ação terapêutica contra as dores mais intensas.

Foram anos de pesquisa para chegar nessa fórmula inovadora, que está em sinergia com a rotina estressante do brasileiro. Como parte da estratégia de divulgação, a farmacêutica apresenta o slogan Vai em frente e deixa a dor com a gente, que enfatiza a importância do equilíbrio entre a correria diária e o autocuidado.

Além disso, a campanha Histórias Reais ilustra a jornada dos brasileiros que usam a criatividade para alcançar os objetivos, com o Dorflex Max chegando como um aliado. O lançamento está disponível nas versões blister com quatro comprimidos e caixinhas com oito e 16 unidades.

Biotecnologia brasileira em ascensão: a força gerada pela própria natureza

O principal programa governamental está nas mãos do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI). Lançada em 2021, a Rede Brasil-Biotec pretende promover o avanço científico e, para isso, aposta em quatro áreas prioritárias: saúde humana, agropecuária, industrial e ambiental marinha.
A Eurofarma é outra empresa que enxerga grande valor nos esforços da biotecnologia, segundo Martha Penna, vice-presidente de inovação. Ela salienta que o envelhecimento da população tem gerado aumento de doenças oncológicas, neurodegenerativas e de fundo autoimune que podem ser mais bem combatidas com medicamentos biológicos.

Além do desenvolvimento próprio em biotecnologia, a Eurofarma tem outras frentes. Uma delas, em parceria com outras empresas, busca o licenciamento de produtos para fabricação ou venda na América Latina. Uma das parcerias é com a Henlius, farmacêutica chinesa especializada em medicamentos biológicos destinados ao tratamento de diversos tipos de câncer. Na outra ponta, criou a Eurofarma Ventures, fundo corporativo de venture capital focado em biotechs. Ao todo, serão até US$ 100 milhões para investimentos em startups que tenham projetos em fase inicial de descoberta e desenvolvimento de medicamentos.

Esse mercado exige alto investimento em pesquisa e desenvolvimento (P&D), o que coloca um grande desafio para as biotechs. A Regenera Moléculas do Mar, que desenvolve soluções utilizando móleculas e micro-organismos da biodiversidade marinha, conseguiu conduzir pesquisas ao chamar a atenção de grandes clientes, entre eles a Eurofarma e a Natura.

IA pede passagem

“Em cinco anos, podemos virar o mapa da inovação no país de ponta-cabeça, usando o poder de compra do Estado para acelerar pesquisas nas áreas em que temos vantagens comparativas, como o enfrentamento das mudanças climáticas”, afirma. Entre as frentes promissoras, ele cita a rota tecnológica de geração de hidrogênio com etanol e a criação de novos medicamentos e terapias no Sistema Único de Saúde (SUS). Em agosto, o governo federal anunciou um programa de investimentos de R$ 60 bilhões até 2026 para apoio à inovação.

Parcerias entre universidades e empresas turbinam a produtividade

O setor empresarial considera a inovação um pilar para o aumento da produtividade que, por sua vez, contribui de forma direta para o crescimento econômico. Estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) aponta que o aumento da produtividade das empresas pode gerar um incremento de US$ 1 trilhão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos cinco anos e fazer o Brasil subir quatro posições (do 12º para o 8º lugar) no ranking das maiores economias do mundo até 2027.
Os desembolsos financeiros para apoiar a inovação saltaram de R$ 1,5 bilhão em 2020 para R$ 2 bilhões no ano passado. Em 2021, foram contabilizados 1.990 projetos, que somaram R$ 1,9 bilhão em recursos, beneficiando 860 empresas. No exercício passado, o montante evoluiu para 2,4 mil acordos de cooperação, abrangendo mil empresas.

Fake news representam desafio no caminho da inovação

As fake news também podem ser usadas por pesquisadores inescrupulosos, capazes de adulterar dados para conseguir financiamentos ou uma projeção efêmera. “Um caso clássico, descoberto em 2017, envolveu o médico ítalo-americano Piero Anversa, que apregoava a regeneração do tecido do coração por células-tronco. Ele falsificou dados em artigos científicos para demonstrar a sua tese, mas acabou desmentido por uma investigação da Universidade de Harvard e do Hospital Brigham and Women, de Boston [EUA], que o patrocinavam”, conta o biomédico Samuel Goldenberg, membro da Academia Brasileira de Ciências e conselheiro da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).

Quanto mais desafiadoras as pesquisas médicas, mais sujeitas estão a fake news, nota Goldenberg. “No ano passado foram publicados cerca de 290 mil artigos relacionados ao tratamento do câncer. Não há como controlar a qualidade de um volume tão grande assim. Muitas vezes, algum resultado que se mostra promissor em testes com camundongos logo é alardeado como uma solução à vista. Mas é preciso considerar que nós não somos camundongos”, alerta.

Produtividade de ponta impulsiona indústria brasileira de papel e celulose

De acordo com a diretora de assuntos corporativos da Ibá, Renata Stringueta Nishio, o Brasil tem hoje quase dez milhões de hectares de área plantada e outros seis milhões de hectares de áreas nativas preservadas. Ela destaca que, além da boa adaptação das culturas do eucalipto e do pinus, a indústria de papel e celulose trabalha hoje com uma gama de cinco mil bioprodutos, “todos de origem renovável, recicláveis e em sua maioria biodegradáveis – livros, papel, copos, canudos de papel e painéis de madeira”. A Klabin, por exemplo, colocou no mercado um tipo de saco de cimento que não precisa ser descartado. “A gente chama de dispersível, ou seja, nem precisa abrir a embalagem, pode colocar tudo na máquina de produzir cimento, porque essa embalagem é biodegradável”, diz Ávila.

Além disso, a árvore também está presente, a partir da celulose solúvel, em diversos outros produtos, como alimentos, medicamentos e roupas. No mercado têxtil, inclusive, as fibras provenientes de árvores já representam 6% do mercado global desse segmento.

Alta de custo deve trazer prejuízo às operadoras

O setor de saúde suplementar deve mais um ano de resultado negativo. O crescimento da receita e os reajustes autorizados pelo regulador não têm sido suficientes para compensar a alta dos custos com tratamentos de saúde, aliada à maior frequência de uso de planos. A situação é mais crítica, segundo associações do setor, nos produtos de contratação individual/familiar, cujo teto de reajuste neste ano ficou em 9,63%, abaixo do que esperavam. Os planos individuais representam cerca de 20% do total da saúde suplementar, que hoje cobre perto de 50 milhões de vidas.

Operadoras evitam tratar abertamente do assunto. SulAmérica e Amil, por exemplo, informaram que temas setoriais devem ser tratados pelas entidades representativas, se referindo ao índice de reajuste e às dificuldades do setor. Já a NotreDame Intermédica alegou indisponibilidade do porta-voz.

Uma das críticas do setor é sobre a metodologia que a Agência Nacional de Saúde (ANS) usa para definir reajustes nas mensalidades. Para a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 13 grupos de operadoras, a agência não considera custos relevantes para o setor. “A sinistralidade das carteiras, a diferença entre modalidades de negócios, a regionalização de produtos, o fim da limitação de terapias e a velocidade da incorporação de procedimentos e medicamentos na lista de coberturas obrigatórias não são considerados”, afirma Vera Valente, diretora-executiva da federação. “O índice acaba ficando descolado do avanço real de custos verificado no setor.”

Relatório da agência de classificação de risco Fitch Ratings mostra a deterioração da rentabilidade da indústria de seguros de saúde como um todo. Embora o volume de prêmios tenha crescido, em média, 10% nos últimos dois anos, o aumento dos gastos no período foi maior, de 17%, o que gerou prejuízo operacional em 2021 e 2022. O retorno sobre patrimônio líquido médio caiu de 14%, de 2018 a 2020, para 6,6% nos últimos dois anos.