Por que indústria e varejo disputam o mercado de OTC

Esse mercado em ascensão está atraindo indústrias farmacêuticas que até então atuavam em outros segmentos como oncologia, medicamentos com prescrição médica e genéricos. É o caso da brasileira Eurofarma, que no ano passado estreou em higiene e beleza com a marca OAZ – uma linha de 16 produtos para saúde bucal, cuidados com a pele e higiene íntima.

Segundo Donino Scherer Neto, diretor da unidade de negócios que lançou a OAZ, a ambição da Eurofarma é grande. “Na categoria de protetores solares queremos estar entre os primeiros do ranking de vendas em dois anos”, diz ele. Nos meses de novembro e dezembro de 2023 e janeiro de 2024, o protetor solar da marca da OAZ, com apenas um ano e meio de vida, já estava em quinto lugar entre os mais vendidos do mercado. Até o fim do ano, a OAZ deve ter 60 produtos e a eles irá se somar a marca Valda, de pastilhas, gomas e xaropes, adquirida em dezembro de 2022 por R$ 725 milhões

A Cimed, indústria especializada em medicamentos genéricos, vai entrar nos mercados de produtos para bebês, perfumaria e maquiagem. Seu presidente, João Adibe, disse ao Valor na semana passada que esses novos negócios podem levar a empresa a aumentar a receita de R$ 3 bilhões, em 2023, para R$ 5 bilhões em 2025.

Outra movimentação que chamou a atenção do mercado farmacêutico foi a contratação de José Vicente Marino para liderar o laboratório farmacêutico Aché no ano passado. Marino é um executivo com vasta experiência no setor de bens de consumo (ex-Avon, Natura e J&J) e a sua própria presença já dá uma pista do interesse do Aché no segmento. “A área de MIP [medicamento isento de prescrição] é um foco importante do Aché pois já temos uma das marcas mais comercializadas, o descongestionante nasal Decongex Plus, [terceiro no ranking dos mais vendido no país] e queremos expandir ainda mais no segmento de medicamentos isentos de prescrição”, diz, acrescentando que “grandes marcas que são muito icônicas e concentram um grande volume trazem um elemento diferente que é a força da confiança, da reputação. No caso desse segmento isso é ainda mais forte”.

Nova fábrica, aposta em bebês e aquisições: os planos da Cimed para faturar R$ 5 bilhões até 2025

“Nosso plano é faturar 5 bilhões de reais até 2025, mas vai que o resultado chegue antes. Não vamos reclamar”, brincou o CEO da Cimed, João Adibe Marques, em um auditório repleto de fornecedores na manhã desta sexta-feira, 1.

A farmacêutica reuniu os principais representantes de sua cadeia de suplementos num único local em São Paulo para apresentar uma estratégia que deverá ganhar coro nas próximas semanas: a de faturar R$ 4 bilhões em 2024, e R$ 5 bilhões em 2025.

Numa empresa que se autodefine como acelerada, ligada na tomada 24 horas por dia, sete dias por semana, há várias frentes engajadas para fazer esse resultado ser alcaçado. Ou melhor, todas as frentes. “Na Cimed, temos dois funcionários: os vendedores, e os que ajudam os vendedores a vender”, afirma Adibe.

Entre as novidades e planos anunciados pela farmacêutica da caixinha amarela estão a criação de uma nova fábrica, a aposta em produtos para bebês, uma nova marca de higiene e beleza, novas aquisições e a venda de cosméticos “porta em porta”, no belo exemplo já adotado há décadas por empresas como Avon. “Cerca de 66% das vendas do setor é no porta a porta, precisamos estar aí também”, diz Juliana Marques, da terceira geração da família fundadora da Cimed e responsável por novos negócios e planejamento estratégico dentro da empresa.

Cimed nomeia João Branco ao Conselho e mira liderança de mercado

Farmacêutica passa a contar com o executivo em proposta de alcançar os R$ 5 bilhões de faturamento até 2025 e anuncia nova marca de produtos para bebês

Nesta sexta-feira, 1º de março, a Cimed reuniu, em São Paulo, cerca de 300 fornecedores, além de clientes e parceiros, em sua convenção, que recebeu o nome de Fly Now.

No evento, além de apresentar os dados de faturamento e desempenho e informar sobre os planos de negócio, a companhia farmacêutica revelou uma novidade em sua liderança: João Branco, ex-CMO do McDonald’s no Brasil, empresa que deixou em dezembro de 2022, fará parte do Conselho de Administração da Cimed.

Em uma postagem em seu perfil pessoal no Instagram, João Branco classificou a Cimed como “um foguete amarelo” (alusão à identidade visual da farmacêutica e de muitos de seus produtos), que deve alcançar R$ 5 bilhões de faturamento nos próximos anos.

Prevent Senior consegue suspender cobranças enquanto negocia acordo com a Fazenda Nacional

A operadora de saúde Prevent Senior fechou acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para suspender o andamento de cobranças tributárias (execuções fiscais) enquanto negocia o pagamento do que deve. É a primeira vez, segundo especialistas, que o órgão autoriza a medida, considerada uma exceção na lei que trata da chamada transação tributária.

A norma proíbe expressamente a suspensão das cobranças tributárias. Pelo artigo 12 da Lei nº 13.988, de 2020, “a proposta de transação não suspende a exigibilidade dos créditos por ela abrangidos nem o andamento das respectivas execuções fiscais”. Porém, no parágrafo 1º do mesmo dispositivo, acrescenta não estar afastada a possibilidade da medida “por convenção das partes”.

A suspensão é uma saída buscada por empresas nas esferas administrativa e judicial. Recentemente, uma gráfica no interior de São Paulo conseguiu liminar para paralisar sua execução. Entre os argumentos apresentados está o fato de estar em negociação para formalizar uma transação.

Lula 3 tem melhora em saúde e educação e piora nas contas

ob a gestão de Nísia Trindade, o Ministério da Saúde tentou se afastar da conduta negacionista que marcou a pasta no governo anterior, em assuntos como a Covid-19, vacinação e saúde indígena.

O ministério teve como maiores desafios a crise yanomami, recompor programas como o Mais Médicos e enfrentar baixas coberturas vacinais.

De 10 indicadores analisados, houve piora na situação da dengue no país. A cobertura das vacinas do calendário básico infantil ficou estável.

Os indicadores com avanços estão ligados ao número de profissionais de saúde e de procedimentos realizados no SUS, além da disponibilidade de leitos. Dados ainda preliminares também apontam queda de mortalidade materna, infantil e prematuras (30 a 69 anos) por DCNT (doenças crônicas não transmissíveis).

As informações da Saúde, também preliminares, mostram quedas de cobertura de imunizantes importantes, por exemplo, de BCG e hepatite B, além de estabilidade para a pentavalente.

Vacinações de tríplice viral e poliomielite aumentaram, mas ainda abaixo da meta —no caso da vacina contra a paralisia infantil, a cobertura foi de 77,2% para 78%, mas a meta era 95%.

O pediatra Juarez Cunha, diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações), afirma que os dados sobre BCG e hepatite B ainda são imprecisos, por causa de mudanças na forma de registro das aplicações das doses. Ele diz acreditar que a cobertura desses imunizantes segue estável.

“Esperava-se uma melhoria nesses números em 2021 ou 2022, porque nunca se falou tanto de vacina como na pandemia, mas o que a gente observa é que a politização desse assunto acabou impactando também as coberturas das outras vacinas”, disse Cunha.