Votorantim vê oportunidades em saúde e saneamento – e segue com expansão internacional

Um dos maiores conglomerados empresariais do país, a Votorantim vem diversificando sua atuação nos últimos anos para além do DNA industrial, com aumento da participação em mercados internacionais e entrada nos infraestrutura, com a CCR, e saúde, com uma fatia de 5% na farmacêutica Hypera.

Após um 2023 difícil para metais, com a queda nos preços de commodities pesando sobre os resultados da mineradora Nexa e da CBA, de alumínio, a holding quer manter a estratégia de diversificação dos negócios – mas sem movimentos transformacionais, atuando dentro das verticais que já estão no portfólio.
A vertical de saúde, a mais recente dentro da carteira com um investimento de 5% na Hypera feito em maio de 2023, também é um dos temas de atenção, inserida na estratégia de diversificar o perfil de risco.

Hoje, a Votorantim tem um balanço ainda muito dependente de metais e de cimento, que representam pouco mais de 60% do EBITDA ‘econômico’, medida ajustada que mostra a participação da Votorantim em cada negócio.

Esses setores dão um perfil mais cíclico à holding, que acaba mais dependente das oscilações da economia e do preço das commodities.

“O setor de saúde tem uma dinâmica interessante, primeiro por ter características que compõem bem o nosso portfólio, com crescimento ligado a teses seculares, como longevidade e biotecnologia, e de boas margens. E há um espaço grande de consolidação, com excelentes players.”

CEO e VP da Cimed discutem estratégias para o mercado brasileiro em Harvard

João Adibe Marques e Karla Felmanas apresentam estratégias no Brazil Conference, em Harvard
A Cimed levou seu marketing para Harvard e fez uma ação in loco na Brazil Conference, com a distribuição de duas mil garrafas amarelas customizadas, que foi vista nas mãos dos brasileiros em diversos ambientes da Conferência. “Nossa marca ficou ao lado de todos os palestrantes e em muito mais fotos postadas, porque era muito mais visível, independente do ângulo. Além disso, distribuímos as garrafas para os alunos, o que trabalha a memória de marca”, contou João Adibe.

Quer comprar Mounjaro, rival do Ozempic? Veja como importar

Mesmo que tenha sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2023, ainda não é possível encontrar, nas farmácias brasileiras, o Mounjaro (tirzepatida), rival do Ozempic (semaglutida) no tratamento de diabetes tipo 2 — com uso “off-label” de ambos ainda mais popular, para emagrecimento.

Aqui no Brasil, mesmo sem oferta, os preços já foram regulamentados e divulgados pela tabela da CMED. Variam de R$ 970,07 a R$ 3.836,61, tanto conforme a alíquota do ICMS estadual correspondente quanto pelo nível de dosagem do medicamento.

A farmacêutica Eli Lilly disse ao Valor que ainda não há previsão de quando o medicamento chegará ao Brasil, pois ainda faltam “alguns trâmites de importação”.

Nos Estados Unidos e em países da Europa, contudo, Mounjaro já pode ser encontrado nas farmácias. Por conta do atraso da chegada do medicamento ao Brasil e do fácil acesso às canetas emagrecedoras no exterior, há quem opte pela importação do Mounjaro — processo burocrático que necessita de documentação adequada para evitar que o medicamento fique preso na Alfândega.

Setor desacelera ritmo de fusões e aquisições

Conforme levantamento da Deloitte, com base nos dados da TTR (Transactional Track Record), que considera os segmentos de indústria e serviços em assistência médica (healthcare), farmacêutico, higiene, estética e cosméticos, foram 139 transações em 2023, volume 32% menor do que no ano anterior. Já na parcial de janeiro a março deste ano, foram oito negócios realizados, sendo que cinco ainda estão em andamento. O pico do setor se deu em 2021, com 246 negociações. Em 2022, foram 204.

“Não vejo um ano de retomada de grandes fusões e aquisições no setor. Por outro lado, têm algumas áreas que começaram a ganhar força, como medicina reprodutiva, aumentando as operações. As clínicas de fertilização in vitro têm crescido”, afirma Luís Joaquim, sócio-líder de life sciences e health care da Deloitte. O executivo explica que as grandes aquisições que ocorreram até 2021 precisam de tempo de maturação e que grandes players como Rede D’Or, Hapvida, Dasa e Grupo Fleury precisam organizar seus custos financeiros.

Outro ponto de atenção é a sinistralidade dos planos de saúde, que atingiu 87%. “Este é um problema que pressiona as margens de pagamentos das empresas. Teve também a demanda reprimida da pandemia que ocasionou um acréscimo no número dos serviços. O número de autismo, por exemplo, teve aumento de 317% de 2000 para cá e acelerou muito a partir de 2020”, conta Joaquim.

Este ano as principais operações foram as da Blue Health Holding, adquirindo a Servilogi Health, em janeiro, com valor de transação não divulgado. A Oncomed anunciou também em janeiro a participação majoritária na Clínica de Neoplasias Litoral. A Genial Care recebeu aporte de US$ 7,1 milhões da General Catalyst Partners e de investidores privados, incluindo Mauro Figueiredo, ex-CEO do Fleury, e João Alceu Amoroso Lima, ex-CEO da Qualicorp. Além disso, o Sou Odonto recebeu aporte de capital de Paulo Batista, ex-CEO da Dental Cremer, em troca de uma participação na companhia. O valor da transação não foi divulgado. “Teve também a Raia Drogasil que adquiriu a 4 Bio, distribuidora de medicamentos. Não são grandes estratégias de consolidação como no passado”, diz o sócio da PwC Brasil, Leonardo Dell’Oso.

Estamos preparados para a próxima pandemia? OMS quer tratado para crises globais de saúde

A pandemia de covid-19 trouxe para governos e entidades internacionais a noção de que o mundo precisa se preparar para a nova pandemia. Para isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) formou um grupo multidisciplinar global sobre a “Doença X” — nome dado a uma patologia ainda desconhecida que será a próxima pandemia —, que visa criar um tratado internacional para garantir maior troca de informações entre governos, organismos internacionais e empresas. Mas a proposta enfrenta resistências.

Nas negociações que acontecem tanto online quanto de maneira presencial, países mais pobres cobram de nações ricas e de empresas farmacêuticas maiores esforços para compartilhar informações e medicamentos.

Países da América Latina, Ásia e África também pressionam pela criação de regras claras para a detecção e compartilhamento de patógenos, medida que vem sendo criticada pelo setor farmacêutico.

Pela proposta, empresas fabricantes de medicamentos ajudariam a financiar um banco de dados para acompanhar a identificação de novos patógenos, o que por sua vez aceleraria o desenvolvimento de novas vacinas, porém o setor questiona a ideia. A alegação é que a medida excluiria da iniciativa empresas que não ajudassem no financiamento das pesquisas, afetando o desenvolvimento de novos medicamentos.

Há também o receio de que a iniciativa possa afetar o controle das propriedades intelectuais de medicamentos exclusivos desenvolvidos pelos laboratórios. A indústria farmacêutica propõe que ao invés da criação de um banco de dados compartilhado, que a troca de informações entre o setor seja feita de maneira voluntária e que sejam firmados compromissos de alocação de recursos para organismos internacionais que distribuem medicamentos pelo mundo.

Como o exercício físico fortalece o seu cérebro

Começa com os músculos. Quando nos exercitamos, eles liberam moléculas que viajam pelo sangue até o cérebro. Algumas, como um hormônio chamado irisina, têm qualidades “neuroprotetoras” e estão ligadas aos benefícios para a saúde cognitiva do exercício, disse Christiane Wrann, professora associada de medicina no Hospital Geral de Massachusetts e na Escola de Medicina de Harvard, que estuda a irisina. (Wrann também é consultora de uma empresa farmacêutica, Aevum Therapeutics, que espera aproveitar os efeitos da irisina em um medicamento.)

Calvície: Teste genético promete ajudar diagnóstico

Esses testes avaliam a disponibilidade dos genes causadores da alopecia no paciente e se há predisposição para doenças capilares, segundo Thalita Rodrigues, médica tricologista e conselheira da ABT (Academia Brasileira de Tricologia). “Assim conseguimos direcionar melhor o tratamento do paciente com essa pré-disposição para que seja mais assertivo”, explica.

Apesar de a alopécia ser uma doença crônica, é possível estagnar o processo. “O teste não vai evitar que o paciente desenvolva a doença, mas ela não evolui tanto se ele fizer com que essa manifestação seja mais tardia”, diz.
Um dos principais e mais populares tratamentos utilizados para tratar a alopecia androgenética consiste no uso do medicamento minoxidil, que surgiu como um medicamento para hipertensão.