Na visão geral do mercado, os resultados foram fracos, impactados negativamente por fatores sazonais e pela composição do portfólio, mas há expectativas de melhor
m teleconferência de resultados, os executivos da maior fabricante de medicamentos do Brasil sinalizaram nesta sexta que a companhia deve continuar com política de desconto maior nos preços de medicamentos genéricos e similares no segundo semestre, diante de um cenário de competição mais prolongado do que o esperado.
“Devemos continuar com nível de desconto maior no segundo semestre”, disse o diretor de relações com investidores da companhia, Adalmario Satheler do Couto. “Estamos sendo mais agressivos nos genéricos e similares, que têm política de desconto comercial mais agressivo…para mantermos nosso market share ou mesmo ganhar”, acrescentou.
Apesar do custo de manter a política mais agressiva por mais tempo que o esperado, o presidente-executivo, Breno de Oliveira, comentou que isso não deve gerar impactos relevantes na margem da empresa, uma vez que as categorias de genéricos são 15% do portfólio de produtos da Hypera, que incluem dipirona.
Segundo Oliveira, a temporada de gripe deste ano está impulsionando as vendas de medicamentos, com alta de 10% em julho frente a um cenário mais estável no primeiro semestre. Mas a empresa deve estender do final deste ano até o início de 2025 a estratégia de redução de estoques de insumos.
Por outro lado, com a apreciação do dólar frente ao real dos últimos meses, o impacto do câmbio sobre os custos deve ser mais sentido ano que vem, disse Couto, que citou que a Hypera projetava um cotação de R$ 5,10 por dólar para este ano.
“Se permanecer nesse nível o câmbio, temos que ver qual o reajuste” nos preços dos medicamentos ano que vem”, afirmou. Às 12h05 desta sexta-feira, o dólar era cotado acima de R$ 5,65.
Questionado sobre crescimento inorgânico, Oliveira afirmou que o cenário de queda de juros, aliado a portfólios maduros de medicamentos que tendem a ser vendidos por farmacêuticas internacionais, “abre espaço” para a Hypera voltar a considerar aquisições de ativos. “Vemos bastante oportunidade de crescimento” em marcas fortes de OTC (que não necessitam de receita média), disse o executivo.a