Ricardo Cappelli, novo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, visa impulsionar os investimentos privados no país
Por Estevão Taiar, Valor — Brasília
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O novo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Ricardo Cappelli, defendeu hoje mais eficiência das agências regulatórias para impulsionar investimentos privados no país.
“[Queremos] uma estrutura mais eficiente para alavancar investimentos privados no Brasil”, disse em entrevista coletiva após a sua cerimônia de posse, no Ministério do Planejamento e Orçamento, em Brasília.
Ele citou como exemplo o fato de a China ter construído hospitais em aproximadamente 20 dias durante a pandemia.
“É eficiência, não é acabar com o ambiente regulatório”, afirmou.
Em discurso realizado durante o evento, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, já tinha defendido a importância de atuação mais célere das agências regulatórias.
“Têm R$ 17 bilhões parados em investimentos na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária)”, disse, sugerindo a contratação de “pareceristas” para acelerar o processo de avaliação de medicamentos.
Classificada juridicamente como um serviço social autônomo, a ABDI tem o objetivo de “promover e executar ações voltadas ao desenvolvimento industrial”. Parte dos recursos da agência vem da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). O volume crescerá neste ano com parte da receita da taxação de apostas virtuais. Mas há também contratos com governo federal e empresas, como a própria Petrobras. Atualmente, a agência tem orçamento anual de aproximadamente R$ 140 milhões e cerca de 80 funcionários.
Presente à cerimônia, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, defendeu que o Brasil aproveite “vantagens comparativas” para impulsionar o próprio setor industrial. Ele citou como exemplo o fortalecimento da agroindústria. “Não é só vender madeira, mas fazer celulose”, disse.
Já a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, criticou o volume anual de pagamento de precatórios (dívidas da União reconhecidas pela Justiça).
“Não é possível pagarmos R$ 80 bilhões de precatórios e não termos R$ 80 bilhões em investimentos [públicos]”, disse.
Fonte: Valor Econômico