O C6 Bank, que atingiu o equilíbrio entre receitas e despesas —“breakeven” — em novembro do ano passado e teve seu primeiro lucro no início deste ano, reforçou os resultados positivos no segundo trimestre. O lucro somou R$ 508,1 milhões, com alta de 10,2% no trimestre e revertendo o prejuízo de R$ 285,3 milhões de igual período de 2023.
No primeiro semestre, o resultado totalizou R$ 969 milhões, com um retorno sobre o patrimônio (ROE) anualizado de 57%. Com provisões para devedores duvidosos (PDD) estáveis e carteira de crédito e receitas de tarifas subindo, a expectativa é que os resultados sigam crescentes nos próximos períodos e que o banco, que completou cinco anos na semana passada, tenha uma rentabilidade elevada.
“Os números demonstram mais uma vez a consistência do modelo de negócio do banco”, diz Philippe Katz, vice-presidente financeiro do C6. Ele aponta que o banco tem uma oferta completa, com receitas diversificadas e baixo custo, o que permite expandir exponencialmente a alavancagem operacional. A receita líquida somou R$ 4,145 bilhões no semestre, com alta anual de 57,4%. Já as despesas operacionais e com comissões pagas a correspondentes bancários atingiram R$ 2,292 bilhões, com queda anual de 3,5%. O índice de eficiência — quanto menor, melhor — ficou em 55%, de 75% um ano antes.
A carteira de crédito do banco fechou junho em R$ 47,95 bilhões, o que representa uma expansão de 3,6% no trimestre e de 24,9% em 12 meses. O crescimento foi impulsionado pelo financiamento de veículos (23% da carteira) e crédito consignado (48%). As despesas com PDD ficaram em R$ 538 milhões no segundo trimestre, com alta de 4,9% no trimestre e queda de 13,9% em um ano. A inadimplência caiu para 3,1%, de 3,2% em março e de 4,3% em junho de 2023.
Segundo Katz, o C6 já vinha sinalizando que a PDD pararia de cair e se estabilizaria, e foi o que aconteceu. Agora, a tendência é que tanto provisões como a inadimplência fiquem mais ou menos estáveis perto dos patamares atuais. “Desde o início de 2022 estávamos com um movimento de reduzir PDD e hoje estamos com um balanço limpo, continuamos com expectativa de crescer a carteira, de maneira saudável e sustentável.”
Para o executivo, apesar das turbulências recentes nos mercados financeiros, o cenário macroeconômico como um todo não trouxe grandes surpresas este ano em relação ao que o banco estava esperando. “Estamos relativamente tranquilos. Para nós, em termos de inadimplência, o pior já passou.”
O C6 não deu detalhes sobre a base de clientes neste trimestre, afirmando apenas que ela está em “cerca de 30 milhões”. No trimestre anterior, o CEO e fundador do banco, Marcelo Kalim, havia dito que eram “mais de 30 milhões de usuários” e que a base deveria continuar expandindo em ritmo forte.
Para Katz, houve alguma desaceleração no ritmo de crescimento da base, mas atualmente há outros indicadores mais importantes para o banco. “O número de clientes em si diz muito pouco sobre a operação. Temos feito um trabalho ao longo do último ano para aumentar a principalidade do cliente. No segmento de alta renda, antes demorávamos até 12 meses para atingir 50% de ‘share of wallet’ do cliente de cartão, depois caiu para nove meses e, agora, seis meses. É muito mais importante termos clientes satisfeitos e com boa representatividade do que ter 10 mil, 15 mil clientes a mais na base.”
Com o lucro e uma emissão de dívida que o banco fez na virada do ano, o índice de Basileia subiu de 12,1% em março para 12,8% em junho. No trimestre anterior, Kalim não descartou uma eventual nova capitalização. “Se houver mais oportunidades de crescimento do que capital, os sócios estão dispostos a prover mais capital.”
Este ano o C6 tem investido bastante em clientes pessoa jurídica (PJ). O banco tem hoje 1,5 milhão de contas PJ e espera terminar 2024 com cerca de 2 milhões. “Temos uma prateleira de produtos e serviços bem completa. Trouxemos a conta global para o público PJ, o que foi algo inovador. Hoje em dia, 50% dos que abrem conta PJ com agente vem através da conta PF, o que mostra que o cliente está satisfeito aqui”, aponta o CFO. O portfólio de crédito para PJ já é 8% da carteira geral do banco.
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Fonte: Valor Econômico

