O BTG Pactual está entre os investidores que compraram uma fatia de 10% na gestora Pershing Square, de Bill Ackman. Segundo documento divulgado pela companhia americana, o grupo inclui ainda Arch Capital, Consulta Limited, Iconiq Investment, Menora Mivtachim e alguns family offices, além de outros investidores.
“Temos o prazer de convidar um grupo de parceiros de classe mundial e de longo prazo como investidores em nosso negócio, que é de propriedade integral dos funcionários da Pershing Square desde a nossa criação, há mais de 20 anos”, disse Ackman em nota. A companhia não revela a fatia de cada investidor, mas diz que a participação de 10% foi vendida por US$ 1,05 bilhão.
Segundo o fundador e CEO, este novo investimento ajudará a Pershing Square a acelerar o crescimento dos ativos sob gestão em estratégias existentes e novas. “Como sempre, a Pershing Square permanecerá intensamente focada na geração de retornos elevados e de longo prazo para os investidores.”
Conforme noticiado na semana passada, a venda da fatia de 10% é uma forma de preparar a Pershing Square para um potencial IPO (oferta pública inicial de ações, na sigla em inglês) no ano que vem.
No comunicado divulgado nesta qsegunda-feira, a gestora não menciona essa possibilidade, mas diz que está promovendo uma reestruturação organizacional e que Ben Hakim foi nomeado como diretor da Pershing Square Capital Management (PSCM). A reorganização garante o poder de voto de Ackman numa eventual diluição acionária. O bilionário é conhecido como um investidor ativista com forte presença nas redes sociais, com apostas contra empresas como a Herbalife e a seguradora de títulos MBIA.
A reorganização também envolve a criação de um conselho de administração formado por cinco membros independentes (Kerry Murphy Healey, Orion Hindawi, Nicholas Lamotte, Christine Todd e o brasileiro Marco Kheirallah) e quatro ligados à gestora (Ackman, Ryan Israel, Nick Botta e Halit Coussin).
Kheirallah, sócio de Daniel Goldberg na Lumina Capital e ex-Pactual, compõe a mesa ao lado de representantes das outras gestoras que entraram de sócias. É a primeira vez que a Pershing traz sócios de fora, operando desde a fundação somente com sócios executivos.
A avaliação de pouco de US$ 10 bilhões da gestora de hedge fund na transação a coloca em patamar semelhante de “valuation” (avaliação de valor) de firmas como TPG e CVC Capital, ainda que suas receitas estejam em escala inferior, compara o “Financial Times”.
O fundo principal da Pershing, que gere US$ 15 bilhões, registrou US$ 155 milhões em taxas de administração no ano passado e US$ 312 milhões em taxa de performance, enquanto a TPG, listada por cerca de US$ 10 bilhões há dois anos, registrou mais de US$ 600 milhões em taxas de administração no ano anterior ao IPO.
A expectativa é que a Pershing faça sua listagem na bolsa americana no ano que vem.
Bank of America, Citigroup, Evolve, Jefferies e UBS coordenaram a venda da fatia na Pershing Square. Procurado, o BTG não se manifestou sobre o assunto.
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Fonte: Valor Econômico

