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A A5X, nova bolsa brasileira de derivativos e futuros, acaba de concluir uma terceira rodada (Série C) de investimentos dos sócios, da ordem de R$ 200 milhões. Nas duas rodadas anteriores, os acionistas já tinham feito aportes que totalizavam R$ 185 milhões. Portanto, com essas três rodadas, a A5X captou um total de R$ 385 milhões. Esse capital leva a nova bolsa a um valor de mercado (“valuation”) de R$ 1,35 bilhão, cifra essa cinco vezes maior que os R$ 235 milhões que a A5X valia há um ano, quando houve o primeiro aporte dos atuais sócios.
Tais recursos terão duas finalidades: cerca de R$ 100 milhões vão compor o capital total exigido pelo Banco Central (BC) e os outros R$ 100 milhões se juntam ao caixa já existente e que deve ser mais do que suficiente para a entrada em operação da nova bolsa e pelos próximos dois anos.
“Fomos procurados por grandes fundos internacionais de private equity interessados em investir na companhia, mas os nossos sócios resolveram eles mesmos fazer esse novo aporte, o que prova a confiança deles no futuro do negócio”, explica Carlos Ferreira Filho, presidente da A5X e um dos quatro fundadores da nova bolsa. Além dele, os outros fundadores são: Karel Luketic, diretor financeiro da nova bolsa; Nilson Monteiro, presidente e fundador da corretora Ideal, atualmente controlada pelo Itaú; e Julian Chediak, sócio do escritório Chediak Advogados. Mesmo com os novos investimentos, esses quatro sócios fundadores continuam com o controle societário do negócio.
Depois deles, os primeiros aportes (Série A) foram feitos em junho de 2024 pela corretora Ideal, controlada pelo banco Itaú. Seis meses depois, em dezembro, ocorreu a segunda rodada de investimentos (Série B) feita pela ABN Amro Clearing (braço de liquidação e custódia de ativos do banco holandês ABN Amro), além de IMC Trading, Jump Trading Group, Optiver e XTX Markets, quatro importantes formadores de mercados do segmento de derivativos no Brasil e no mundo.
Vale lembrar que a XP também tem uma opção de compra (direito de adquirir uma participação na nova bolsa), que deve ser exercida no médio prazo.
Segundo Karel Luketic, pelo andar da carruagem, a nova bolsa deve cumprir o cronograma inicial traçado pelos sócios: começar a fase de testes tanto com o Banco Central quanto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entre o fim deste ano e o início de 2026, para daí entrar em operação de fato entre o segundo e o terceiro trimestres do próximo ano.
Com a A5X já de pé, agora chegou a fase de definir quais os primeiros produtos que serão negociados. Dentro da renda variável, haverá toda uma família de contratos futuros de ações tanto de companhias brasileiras quanto internacionais, e também opções dessas ações; além de um novo índice de ações, que deve competir com o Ibovespa, da B3Cotação de B3, o mais antigo termômetro do mercado de ações brasileiro e mais relevante até hoje.
No segmento de renda fixa, os planos são criar uma prateleira com vários produtos ligados a juros. Já na seara de moedas internacionais, a ideia é ter um contrato futuro de dólar Ptax, que nada mais é que a taxa de câmbio calculada durante o dia pelo Banco Central. E, por fim, no mercado de criptoativos, o projeto, inicialmente, é ter um contrato futuro de bitcoin.
Além da A5X, há outras duas bolsas sendo estruturadas para concorrer com a B3Cotação de B3, que hoje é a única em operação no Brasil. A CSD, que tem entre os sócios os bancos Santander e BTG, e a ATG, do Mubadala, que é um dos maiores fundos soberanos do mundo, pertencente ao governo de Abu Dhabi.
A A5X também fechou ontem um acordo com a B3Cotação de B3 para a disponibilização e licenciamento do Market Data B3Cotação de B3. O acordo permitirá que a nova bolsa use os dados licenciados pela B3Cotação de B3 para realizar processos internos de sua plataforma, incluindo precificação de colateral, gestão de risco e operações de negociação, e para criar índices. Na prática, isso significa que a nova bolsa está comprando o direito de acessar o vasto banco de dados da B3Cotação de B3.
Fonte: Valor Econômico