Os presidente Joe Biden, dos EUA, e Xi Jinping, da China, conversaram nesta terça-feira (2) por videoconferência e discutiram questões como inteligência artificial, segurança e Taiwan. A conversa foi a primeira entre os dois líderes desde a cúpula de novembro e tem como objetivo distensionar as relações entre os dois países — que nos últimos anos intensificaram acusações mútuas de espionagem e práticas comerciais ilegais.
A conversa também abre uma série de semanas de compromissos de alto nível entre os dois países. A secretária do Tesouro, Janet Yellen, viaja para a China na quinta-feira. Nas próximas semanas, o secretário de Estado Antony Blinken desembarcará em Pequim.
Biden tem pressionado por interações sustentadas em todos os níveis de governo, acreditando que isso é fundamental para evitar que a concorrência entre as duas grandes economias e as potências com armas nucleares se transforme em conflito direto, afirmou a agência Associated Press. Embora as cúpulas presenciais ocorram quase regularmente uma vez por ano, tanto Washington como Pequim reconhecem o valor de compromissos mais frequentes entre os líderes, disseram autoridades dos dois países.
Os dois líderes discutiram sobre a posse, no próximo mês, do presidente eleito de Taiwan de Lai Ching-te — que prometeu garantir o status de independência de facto da ilha, alinhando-a a outras democracias. A China considera Taiwan uma província rebelde e a ameaça ocupa-la militarmente caso o governo taiwanês busque formalizar a separação.
Na conversa com Xi, Biden reafirmou a política de longa data de “uma só China” dos EUA e reiterou que Washington se opõe a quaisquer meios coercivos para colocar Taiwan sob o controle de Pequim.
Biden também levantou preocupações sobre as operações militares chinesas no Mar do Sul da China, incluindo os esforços do mês passado para impedir as Filipinas — que os EUA são obrigados por tratado a defender — de reabastecer as suas forças no disputado Second Thomas Shoal, uma atol cuja soberania é reivindicada pelos filipinos.
O presidente americano, na chamada com Xi, também pressionou a China a fazer mais para cumprir os seus compromissos de travar o fluxo de drogas ilegais e dificultar a exportação de precursores do opiáceo fentanil.
Biden e Xi também concordaram que os seus governos manteriam conversações formais sobre as promessas e riscos da inteligência artificial avançada, que deverão ter lugar nas próximas semanas. A questão foi abordada pelos dois apenas duas semanas depois de China e EUA terem se juntado a mais de 120 países no apoio a uma resolução nas Nações Unidas que apela a salvaguardas globais em torno da tecnologia emergente.
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— Foto: Alex Brandon/AP
Fonte: Valor Econômico

