Por Eduardo Magossi — De São Paulo
02/06/2022 05h03 Atualizado há 4 horas
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Mesmo com a economia americana reduzindo cada vez mais sua participação na produção global, o dólar continua exercendo um papel enorme nos mercados internacionais. Porém, os bancos centrais não estão mantendo dólares em suas reservas nas quantidades que costumavam fazer no passado, segundo artigo publicado no blog do Fundo Monetário Internacional (FMI) e assinado pelos economistas Serkan Arslanalp, Barry Eichengreen e Chima Simpson-Bell.
Segundo dados do FMI, a participação do dólar nas reservas cambiais internacionais caiu para um nível abaixo de 59% no fim do quarto trimestre de 2021, ampliando uma retração que já dura 20 anos. Esse total era de pouco mais de 70% no início do século.
Em um exemplo da extensão da mudança que está ocorrendo na composição das reservas cambiais estrangeiras, o FMI cita o caso do Banco de Israel, que recentemente lançou mão de uma nova estratégia para suas reservas de mais de US$ 200 bilhões. A partir deste ano, o banco central irá reduzir sua fatia de dólares americanos e vai aumentar seu portfólio com alocações em dólares australianos e canadenses, renmimbi e iene.
O FMI destaca que a redução da fatia de dólares americanos nas reservas não foi equiparada com a alta de divisas tradicionais como o euro, iene ou libra esterlina. Um aumento das reservas em renmimbi foi provocada pela Rússia, que hoje detém mais de 30% das reservas da moeda chinesa no mundo. O segundo país que possui mais divisas da China nas reservas é o Brasil.
Moedas de outras economias, que tradicionalmente não fazem parte das reservas dos bancos centrais, como os dólares australiano e canadense, a coroa sueca e o won sul-coreano, já representam 75% das divisas incorporadas no lugar dos dólares.
Fonte: Valor Econômico