O Banco Central (BC) aprovou a cisão total do patrimônio do Itaú BBA. A operação, proposta pelo conselho de administração do Itaú Unibanco, foi aprovada pelos acionistas em assembleia geral extraordinária (AGE) realizada no fim do ano passado e, segundo o grupo, “objetiva maior eficiência e retorno dos valores investidos”.
“O conglomerado Itaú Unibanco tem buscado, de forma constante, a racionalização do uso de seus recursos e a otimização de suas estruturas e negócios”, disse o banco, à época da convocação da AGE. A PwC foi contratada para fazer a avaliação dos ativos do Itaú BBA. O patrimônio líquido foi avaliado em R$ 3,018 bilhões.
Segundo o documento divulgado nesta quinta-feira, a cisão se dará mediante versão da totalidade de ativos e passivos e consequente extinção, “sucedendo-lhe as incorporadoras, Itaú Unibanco Holding e Itaú BBA Assessoria Financeira, em todos os direitos e obrigações”. A parte que vai para a Itaú Assessoria tem ativos e passivos avaliados em R$ 2,309 bilhões, enquanto a parte que vai para o Itaú Unibanco Holding foi avaliada em R$ 709,2 milhões.
Serão transferidas as seguintes atividades: para a Itaú Assessoria todos os trabalhos de assessoria financeira, estruturação e coordenação de operações com títulos ou valores mobiliários; e para o Itaú Unibanco Holding, todas as atividades típicas de instituições financeiras. “O propósito da cisão do Itaú BBA é a busca de maior sinergia entre as empresas e as atividades do conglomerado Itaú Unibanco, com objetivo de racionalizar custos e gerar mais eficiência”, diz o grupo.
O Itaú comprou 95,75% do BBA-Creditanstalt em 2002, por R$ 3,3 bilhões. O banco havia sido fundado em 1988 por Fernão Bracher e Antonio Beltran, em parceria com o austríaco Creditanstalt. No fim de 2008, comprou os 4,25% restantes, em meio às negociações para a fusão com o Unibanco. O filho de Fernão, Candido Bracher, presidiu o BBA e acabou assumindo o comando do próprio Itaú Unibanco entre 2016 e 2021.
O BBA é o maior banco de investimento do Brasil. Em março, segundo dados da Anbima, liderou o ranking de originação de renda fixa, com uma fatia de 25,7% de participação no acumulado de 12 meses. Em renda variável, foi o coordenador líder das ofertas de Energisa e Priner. (Colaborou Álvaro Campos)
Fonte: Valor Econômico

