24 Nov 2023
A Barzel Properties, uma das maiores gestoras de investimentos imobiliários do Brasil, com R$ 6,5 bilhões em ativos no portfólio, definiu sua estratégia para 2024. Com muito dinheiro à mão, oriundo de parceria com o GIC (sigla em inglês para Corporação de Investimentos do Governo de Cingapura), fundo soberano da cidade-estado asiática, o grupo vai mirar as chamadas “compras oportunísticas”, isto é: imóveis de qualidade, cujo dono aceite negociar a um preço reduzido em troca da liquidez imediata, algo que combina bem com a temporada de escassez de crédito a taxas módicas para empresas. Entre as razões que o grupo vê para encontrar empresas dispostas a vender a bons preços estão as altas taxas de juros e a crise das varejistas.
Fundador tem experiência em aquisições
O sócio-fundador da Barzel, Nessim Sarfati, tem larga experiência nesse tipo de empreitada. Ele passou quase 20 anos na Cyrela, onde recebeu a missão de comprar mais de uma dezena de prédios de escritórios em São Paulo por valores abaixo de mercado. O trabalho deu origem à Cyrela Commercial Properties, hoje Syn.
Empresa adquiriu pontos do Carrefour
Esse currículo deu confiança para Nessim fundar a Barzel, em 2015. De lá para cá, comprou prédios de escritórios, galpões e imóveis de varejo. A lista inclui o Edifício Pinheiro One, antiga sede da Odebrecht. Em maio, arrematou cinco centros de distribuição e cinco lojas do Carrefour Brasil por R$ 1,2 bilhão.
SEGREDO. A filosofia por trás de todos estes negócios está na máxima de que é na hora da compra (a um precinho camarada) que se ganha dinheiro numa transação imobiliária, e não na hora da venda (esperando atingir um preço mais alto). Nesse meio tempo, os prédios ganham um “banho de administração”, que pode envolver reforma e ajustes em contratos.
LIQUIDEZ. Para Nessim, há vários motivos para crer que muitas empresas vão topar vender imóveis a valores atraentes. Um deles é a taxa de juros alta nos Estados Unidos, na Europa e Brasil. Isso deve levar multinacionais e grupos locais a venderem imóveis para reforçar o caixa, já que os financiamentos estão mais custosos.
APERTO. Outro ponto é a crise de varejistas, como Americanas, Marisa, TokStok e outras. Para elas, faz sentido vender imóveis para focar nas operações. Nessim não revela nomes, mas diz que mantém conversas com empresas assim.
Fonte: O Estado de S. Paulo

