Por Kate Duguid e Eric Platt — Financial Times, de Nova York
24/05/2022 05h03 Atualizado há 5 horas
Os fundos de crédito de curto prazo e os bancos aplicaram o recorde de US$ 2,04 trilhões no Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), o que evidencia a demanda por investimentos seguros, num momento em que as taxas de juros sobem e os mercados financeiros passam por oscilações repentinas.
Os dados, da regional do Fed de Nova York, marcaram a primeira vez em que mais de US$ 2 trilhões foram investidos na linha de crédito de curto prazo overnight “repo”.
Embora a cifra seja impressionante e a disparada da demanda já tenha sido vista no passado como sinal de problemas, desta vez o fato não levantou preocupações semelhantes, uma vez que a linha de crédito de curto prazo está sendo usada por fundos e bancos com volumes de dinheiro excedente e com poucas alternativas atraentes para armazená-lo.
A disparada dos juros na linha overnight do Fed, que atua como investimento de último recurso, foi exacerbada pela queda das emissões de títulos governamentais de mais curto prazo, como letras de um ano do Tesouro, estimulada pela queda gradual dos gastos do governo.
Os estímulos federais impulsionaram as contas correntes e de poupança de milhões de americanos, enquanto muitas empresas acumularam reservas durante a pandemia do coronavírus. Mas, para muitos desses agentes, esse dinheiro continua inaproveitado.
Havia pouco menos de US$ 4,5 trilhões em fundos de crédito de curto prazo na semana passada, de acordo com o Investment Company Institute. Embora esse valor seja inferior ao de US$ 4,8 trilhões nos primeiros meses da pandemia, continua muito acima dos níveis observados nos anos anteriores. Letras e notas do Tesouro são normalmente o investimento mais procurado pelos fundos de curto prazo.
Mas a queda da oferta dos títulos curtos fez com que os fundos passassem a competir por um menor número de ativos, o que eleva os preços e faz com que os gestores busquem alternativas. Isso direcionou muitos para a linha do Fed, com 94 contrapartes ontem. A linha pagará uma taxa de 0,8%.
Fonte: FT / Valor Econômico

