
A venda da Medley, farmacêutica no Brasil focada em genéricos do grupo francês Sanofi, começa a ganhar corpo, um ano depois de chegar ao mercado. Acabada a fase de análise de dados das operações, o grupo começa agora a receber propostas não vinculantes pelo ativo, avaliado em cerca de US$ 500 milhões, de acordo com fontes. A expectativa é que a venda seja fechada em meados de 2026.
Algumas das principais farmacêuticas olharam o ativo, apurou a Coluna. Nomes como Aché, Cimed, EMS, Hypera, União Química e Eurofarma estão entre os mencionados. Na Faria Lima, as apostas são de que EMS, do empresários Carlos Sanchez, a Cimed e a Aché são os concorrentes mais fortes. O CEO da Cimed, João Adibe Marques, declarou recentemente que pretende brigar até o fim para ficar com a Medley.
Inicialmente, a previsão era que o processo de venda tivesse início no começo de 2025, mas como antecipou a Coluna em fevereiro, a transação se mostrou complexa, e exigiu um longo processo de auditorias, considerando que a Medley divide algumas de suas fábricas com a Opella, a unidade de saúde ao consumidor na qual a Sanofi mantém uma posição minoritária. O controle foi vendido no ano passado para o fundo americano Clayton Dubilier & Rice. Havia fábricas produzindo tanto para a Opella como para a Medley, o que deixava a venda mais complexa por conta das diligências necessárias.
Francesa comprou brasileira por R$ 1,5 bi
A Sanofi comprou a Medley no Brasil em 2009, por R$ 1,5 bilhão. Com isso, passou a ser a líder no concorrido mercado de genéricos no País, hoje disputado por várias outras empresas. A parte a ser vendida tem Ebitda (lucro antes dos impostos, juros e amortizações) ao redor de R$ 200 milhões por ano. A venda está sendo tocada pelo banco de investimento Lazard.
Procurada, a Sanofi informa que “está avançando em sua transformação global para se tornar uma líder biofarmacêutica impulsionada por pesquisas, potencializada inteligência artificial e foco em medicamentos e vacinas inovadores”.
“Neste momento, conforme anunciado com a nomeação de Lucia Rossato como Diretora-Geral da Medley em julho de 2025, o foco da Sanofi está em consolidar o processo de independência de sua unidade de negócios de genéricos, iniciado em fevereiro de 2025. O objetivo do processo de independência é liberar todo o potencial da Medley como líder no mercado de genéricos, com maior autonomia para inovar, crescer e responder rapidamente às demandas do setor”, disse a Sanofi.
A Cimed, por sua vez, afirma que “segue em processo de avaliação do ativo e mantém seu interesse no negócio”. Já a EMS declara que “acompanha de perto as movimentações do mercado e avalia, de forma contínua, ativos estratégicos colocados à venda”. “A companhia está atenta a oportunidades que possam reforçar sua presença no setor farmacêutico e ampliar o acesso da população à saúde”, acrescentou a SEM. A Aché não se pronunciou.
Esta notícia foi publicada na Broadcast+ no dia 09/12/2025, às 17:01
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Fonte: Estadão