As possíveis conversas entre Rede D’Or e FleuryCotação de Fleury mostram a disposição da empresa da família Moll para ter uma operação completa — e, assim, se blindar de outros grupos como Amil e Dasa, que já se juntaram numa empresa hospitalar. Há ainda a HapvidaCotação de Hapvida, com uma ampla rede verticalizada, mas que atua com um público diferente.
As companhias informaram, nesta segunda-feira (21), que não há decisão, proposta ou documentos assinados sobre uma possível negociação e que estão permanentemente avaliando oportunidades de negócios.
A informação foi antecipada pelo colunista Lauro Jardim, do “O Globo”.
Segundo fontes, a fim de evitar que a proposta tivesse um caráter de oferta não solicitada, a D’Or iniciou conversas com os acionistas do Fleury. Entre eles, a BradescoCotação de Bradesco Seguros, que detém uma fatia de 24,9%, e o grupo de médicos, com 11,3%. Os médicos do Fleury, que estão no conselho, têm historicamente uma forte influência nas decisões da empresa.
O valor de mercado do Fleury é de R$ 7 bilhões, considerando um prêmio de 30%, o negócio poderia ser avaliado na casa de R$ 10 bilhões. A Rede D’Or, por sua vez, vale na bolsa R$ 75 bilhões, segundo cotação de sexta-feira (18).
Há um tempo, a D’Or tem interesse em adquirir uma rede de medicina diagnóstica e completar seu portfólio próprio. Em 2021, fez uma oferta para comprar a Alliança (ex-Alliar) que, na época, era controlada pelo Pátria, mas desistiu com a entrada do empresário Nelson Tanure.
A família Moll conhece bem o mercado de exames. O médico Jorge Moll começou, em 1977, com um negócio de diagnósticos por exame. Só em 1998, fundou seu primeiro hospital. Em 2010, vendeu sua operação de medicina diagnóstica, o Labs, exatamente para o Fleury por R$ 1 bilhão.
Se concretizada a negociação, a D’Or passaria a ter uma rede de hospitais com cerca de 80 unidades, a seguradora SulAméricaCotação de SulAmérica, segunda maior na área da saúde, uma das maiores redes de oncologia e uma empresa de medicina diagnóstica que disputa a liderança deste mercado com a Dasa.
A Rede D’Or tem ainda uma “joint venture” com a Bradesco para hospitais desde 2023, quando os dois grupos acertaram os ponteiros. Na época, havia algumas rusgas porque o grupo hospitalar havia adquirido a SulAmérica e a Bradesco entrado no mercado hospitalar.
Do lado de Fleury, a companhia de medicina diagnóstica fez uma fusão com o Hermes Pardini, concluída em 2023. Essa transação fez a companhia dobrar de tamanho.
Com essa transação, a companhia passou a ter presença no segmento de processamento de exames para outros laboratórios (operação que o Pardini é líder) e presença nacional. Além disso, o Fleury tem uma operação de atendimento ambulatorial nas áreas de ortopedia, infusão de medicamento, tratamento para mulheres, que vêm se destacando, além de uma parceria com o Hospital Albert Einstein na área de genética.
O Fleury tem uma das operações mais azeitadas do setor, sendo geradora de caixa, distribuidora de dividendos e baixo endividamento, cerca de uma vez o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda).
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Fonte: Valor Econômico