
Um novo acordo de acionistas envolvendo Votorantim, o sócio fundador da Hypera, José Alves de Queiroz Filho, e o fundo Maiorem, que representa investidores mexicanos, deve ser anunciado antes da assembleia de acionistas da companhia em abril. O acordo tem por objetivo blindar a Hypera da tentativa de um aumento da participação da farmacêutica EMS na companhia.
O acordo está em fase avançada e até aqui uma das exigências feitas pelo Grupo Votorantim era ter ao menos três assentos no conselho de administração da Hypera, mas o grupo já se contenta em ter duas cadeiras no colegiado.
O acordo que havia sido antecipado pela Coluna do Broadcast, foi confirmado pela companhia na semana passada. “A Votorantim planeja iniciar um diálogo com os atuais acionistas controladores da companhia, sobre eventual papel na governança, o que poderá incluir indicação de candidatos ao seu conselho de administração e participação em acordo de acionistas”, disse a Hypera.
Bloco de controle soma 53% do capital
Ontem, 10, a Hypera informou que a participação do Votorantim na empresa dobrou, passando para 11%. Somado aos 27,3% de Júnior, como é conhecido o sócio fundador, e aos 14,7% da Maiorem, será formado um bloco de controle, com 53% de participação, como adiantou a Coluna no final de fevereiro. Com um grupo de controle votando em conjunto matérias de interesse da empresa, a ideia seria blindar “ofertas hostis” de aquisição, facilitadas pela queda das ações em bolsa.
No ano passado, a Hypera rejeitou uma oferta da EMS, que classificou de “absolutamente hostil”, de aquisição de uma fatia de 20% na empresa, o que daria entrada à farmacêutica de Carlos Sanchez no conselho.
A oferta inicial da EMS foi de R$ 30,00 por ação. Atualmente, a EMS tem participação de 6% na Hypera, que junto a contratos de derivativos de ações, eleva essa fatia para 8%.
Grupo vem aumentando participação
O Votorantim entrou na Hypera em 2023, comprando 5,11% das ações da farmacêutica. Na época (começo de maio de 2023) desembolsou cerca de R$ 1,2 bilhão – o preço da ação na Bolsa estava em R$ 37,45. No ano passado, segundo fontes, a Votorantim elevou sua participação a mais de 7%, aproveitando queda do preço da ação e olhando o ativo como potencial estratégico. Neste ano, deu novo salto, indo a 11,1%, com proposta de integrar o bloco de controle da farmacêutica.
A companhia da família Ermírio de Moraes vem se movimentando para negociar seus negócios desde 2018, após a venda da fabricante de celulose Fibria para a Suzano. Como exemplo, entrou no capital da CCR, empresa de infraestrutura junto com Itaúsa. Ao mesmo tempo, avaliava oportunidades no setor de saúde. A área farmacêutica era um dos alvos do conglomerado. Procurados, a Hypera não retornou até a publicação e a EMS não comentou.
Esta notícia foi publicada no Broadcast+ no dia 11/03/2025, às 16:05.
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Fonte: Estadão