A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) rebateu o posicionamento da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), que, em nota publicada na noite de quarta-feira (22), criticou a possibilidade de venda de medicamentos sem prescrição em redes de supermercados.
No comunicado, a associação de farmácias disse que os medicamentos isentos de prescrição (MIPs) são importante fonte de receita para o setor de farmácias, representando cerca de 30% das vendas, e que o impacto econômico da medida seria “desastroso”.
Segundo a Abras, o posicionamento causa estranheza, especialmente, na leitura dos supermercadistas, pelo “tom agressivo” em relação ao mercado. “Esquece a Abrafarma que as farmácias vendem remédios on-line e fazem entrega a domicílio. Por que as farmácias podem vender remédios sem receita via on-line e os supermercados não podem vender remédios sem receita de forma presencial?”, questionou a associação, em nota.
A entidade afirmou ainda que “tem o maior respeito pelos farmacêuticos e farmacêuticas do país”. Por isso, o projeto inclui a contratação desses profissionais para esclarecer quaisquer dúvidas dos consumidores.
A Abras encerrou a nota dizendo que a Abrafarma “está preocupada em manter a reserva de mercado e, consequentemente, o lucro das farmácias”, enquanto ela estaria comprometida em defender os interesses dos consumidores.
A proposta de vender medicamentos em supermercados faz parte de um conjunto de sugestões passadas por representantes da indústria e do varejo para o governo federal, com o intuito de amenizar pressões na inflação alimentar.
A intenção das redes seria ampliar a escala de venda de medicamentos no país, com a comercialização nas varejistas, o que pode melhorar a rentabilidade das empresas, e por fim, repassar esse ganho aos preços de alimentos.
No entanto, não se sabe como isso seria revertido em melhores preços, uma vez que cada empresa possui uma estratégia comercial independente e as companhias são todas concorrentes.
Fonte: Valor Econômico