A Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma) repudia a proposta que pretende liberar a venda de medicamentos isentos de prescrição (MIPs) em redes de supermercados.
A medida faz parte de um conjunto de sugestões passadas por representantes da indústria e do varejo para o governo federal com o intuito de amenizar pressões na inflação alimentar.
Segundo a Abrafarma, os MIPs são uma importante fonte de receita para o setor da farmácia, representando cerca de 30% das vendas, e o impacto econômico da medida seria “desastroso”.
“Aprovar MIPs em supermercados, apenas para lhe dar mais uma categoria de vendas, é ferir de morte todo um contingente de famílias e colocar o equilíbrio econômico de um setor que funciona bem e é muito respeitado em todo o mundo, em risco”, disse o CEO da Abrafarma, Sérgio Mena Barreto, em nota.
A associação diz ainda que apesar de não exigir receita, os MIPs oferecem riscos e podem mascarar sintomas, exigindo indicação específica em muitos casos.
“É falacioso o argumento de que os supermercados venderiam medicamentos com preços até 35% mais baixos. Nós monitoramos preços de mais de 1.000 itens comuns a farmácias e supermercados, e estes estabelecimentos vendem mais caro em 50% das vezes. Por que então já não vendem mais barato itens como fraldas, cotonetes, tinturas e outros?”, diz Barreto.
Para o executivo, “será lamentável que, num governo que sempre colocou a saúde das pessoas em primeiro lugar, a “marca” dessa gestão Lula 2023-2026, seja a destruição das farmácias, o aumento da automedicação, e o agravo de doenças crônicas na população”.
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Fonte: Valor Econômico