Patentes e acesso à saúde: um desafio para o SUS

Apesar do investimento em novos medicamentos, indústria enfrenta obstáculo que pode comprometer ciclo virtuoso.

Esses produtos, que até recentemente não eram fabricados no Brasil, começaram a ser produzidos graças ao esforço de empresas nacionais como a Biomm, Libbs e a Bionovis, por meio de investimentos próprios, Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo e acesso à financiamentos do BNDES e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

Outro ponto importante tem sido a regulação pela Anvisa, aperfeiçoando as normas destinadas à produção de biossimilares, notadamente anticorpos monoclonais, fundamentais para o tratamento de doenças, como o câncer. São medicamentos adquiridos em grande parte pelo setor público para distribuição gratuita. Por serem de alto custo, a produção local é vital para garantir o acesso da população.

A habilidade mais requerida hoje é a adaptabilidade

Especialistas falam sobre as competências que as companhias mais valorizam na liderança.

Na avaliação de Renata Campos, há um ano na cadeira de CEO Brasil da Eurofarma, empresa do setor de medicamentos presente em 22 países, gestores em transição de carreira devem considerar também as possibilidades de desenvolvimento na nova posição. “É importante questionar como a sua experiência contribui com a evolução da companhia e vice-versa, o que você vai aprender e qual legado deixará”, aconselha.
Campos, que acumula 24 anos de indústria farmacêutica e atuava em Singapura como presidente de mercados emergentes da biofarmacêutica global Takeda antes de chegar à Eurofarma, afirma que considerou um pacote de atrativos para aceitar a convocação. “Foram fatores determinantes as possibilidades de crescimento e o ‘fit’ da empresa com os meus valores”, destaca. Além disso, a oportunidade de voltar ao Brasil e atuar na matriz da companhia coincidiu com um momento pessoal. “Meu filho de dois anos só tinha um quando recebi o convite, o que contou muito na decisão final.”

O futuro passa pelos data centers

Com os avanços da IA, o foco em infraestrutura não pode ser negligenciado.
No setor de saúde, a Insilico Medicine, usando IA baseada em tecnologia Nvidia, descobriu um novo candidato a medicamento para doenças respiratórias raras. Com métodos tradicionais, esse processo teria levado seis anos e custado mais de US$ 400 milhões. A IA reduziu esse tempo para um terço e o custo para um décimo, mostrando o enorme potencial dessa tecnologia para acelerar o progresso científico.