BNDES libera R$ 5,9 bi à inovação para gigantes como Weg, Eurofarma e EMS; maior parte é subsidiada

Valor aprovado pelo banco de fomento à área de inovação é o maior para o período de janeiro a agosto em quase 30 anos; principal impulso vem de financiamento com juro abaixo do mercado.

A linha respondeu por R$ 4,5 bilhões ou 76% dos empréstimos do banco voltados ao segmento neste ano, com as operações puxadas por farmacêuticas. A principal liberação, que somou R$ 1,39 bilhão, foi direcionada a três companhias da área: EMS (R$ 500 milhões), Eurofarma (R$ 500 milhões) e Aché (R$ 390 milhões). Os valores — anunciados no mês passado, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ― serão direcionados à produção de genéricos e ao desenvolvimento de novos medicamentos.

Relatório prevê 16 novos medicamentos para perda de peso

Um estudo publicado por analistas da Morningstar e da PitchBook estima o lançamento de 16 novos medicamentos para perda de peso até 2029. O crescimento da concorrência no setor acompanhará o aumento de uso, também abordado pelos profissionais.

A estimativa das provedoras de dados prevê que esses fármacos cheguem e dominem uma fatia de US$ 70 bilhões (aproximadamente R$ 400 bilhões) do mercado, ameaçando o domínio que a Novo Nordisk e a Eli Lilly possuem atualmente no setor.

As consultorias projetam, ainda, que 41% dos indivíduos com diabetes e quase um quarto dos com obesidade não diabética estarão tomando algum desses medicamentos em sete anos.

Novo órgão da Anvisa será responsável por agilizar pesquisas

A Câmara Técnica de Pesquisa Clínica de Medicamentos e Dispositivos Médicos (Capetec) é o novo órgão da Anvisa, responsável por agilizar e racionalizar a atuação regulatória no controle sanitário de pesquisas clínicas.

Criada a partir da publicação da Portaria Conjunta 2, de 9 de setembro de 2024, a Capatec terá como objetivo a consolidação da participação científica e social da autarquia, além do monitoramento do desenvolvimento científico e tecnológico em vigilância sanitária. A garantia de uma maior agilidade, modernização, racionalização e atuação também estão na lista de atribuições da entidade.

Medicamentos biológicos deverão valer R$ 4,9 tri em 2028

O mercado de medicamentos biológicos deverá encerrar o ano com faturamento de US$ 572 bilhões (R$ 3,2 trilhões) e chegar a impressionantes US$ 892 bilhões (R$ 4,9 trilhões) em 2028. Os dados fazem parte do estudo da IQVIA apresentado durante a III Cúpula Brasileira de Inovação em Saúde, evento promovido pelo Sindusfarma, em parceria com a Rede Brasileira de Inovação Farmacêutica (RBIF) e a Biominas Brasil.

As projeções da consultoria apontam para um aumento de 14% ao ano na receita da indústria farmacêutica com essa classe de medicamentos, com avanço mais acelerado em enfermidades onde há importantes necessidades não atendidas.

“Dados globais indicam que as áreas terapêuticas de oncologia, sistema nervoso central, saúde mental, obesidade e vacinas contabilizarão uma parcela dessa fatia, inclusive no Brasil. Não coincidentemente uma boa parte do desenvolvimento em biotecnologia ocorre dentro desses segmentos”, avalia Sydney Clark, vice-presidente sênior Latam da IQVIA.

Indústria farmacêutica da Índia deve atingir R$ 731,5 bi

A indústria farmacêutica da Índia percorreu um longo caminho desde os primeiros investimentos na formação de um complexo industrial autônomo, a partir dos anos 1950 e com foco claro na produção de insumos e medicamentos genéricos. Hoje o país vem colhendo os frutos, ao abrigar alguns dos maiores e mais inovadores laboratórios do mundo.

De acordo com o Indian Economic Survey, o mercado farmacêutico local deve atingir US$ 65 bilhões (R$ 365,7 bilhões) em 2024. Em 2030, deve chegar a US$ 130 bilhões (R$ 731,5 bilhões). Como parâmetro, o Brasil movimenta em torno de R$ 190 bilhões.

Donos da Prati-Donaduzzi investem em criação de nova cidade no Paraná

Após deixarem as operações da farmacêutica em 2016, donos da Prati-Donaduzzi agora dedicam seu tempo à construção de uma cidade no interior do estado. A integração de empresas, startups e faculdades em um mesmo espaço é o principal foco do investimento.

A área de 5 milhões de metros quadrados está localizada na cidade de Toledo, região oeste do estado, a 500 quilômetros da capital. Batizada de Biopark, a minicidade já conta com parcerias estratégicas e projeções ambiciosas.

O projeto inicial era um sonho do casal de doutores em biotecnologia Luiz e Carmen Donaduzzi, fundadores da farmacêutica. “Faz uns 37 anos que pensamos em montar um laboratório de biotecnologia. E, nos últimos 20 anos, tivemos a ideia de criar uma universidade, um local para a minha família morar próxima e com um laboratório de pesquisa e biotecnologia”, explica o executivo.