IPCA sobe 0,38% em abril, acima do esperado pelo mercado, mas a menor taxa para o mês desde 2021

om a taxa de abril, o resultado acumulado nos últimos 12 meses foi de 3,69%, ante 3,93% até março. Para esse resultado, a mediana das estimativas do Valor Data era de 3,65%, com projeções entre 3,51% e 3,71%.

O resultado do IPCA em 12 meses ficou acima do centro da meta inflacionária estabelecida pelo Banco Central (BC) de 3% para 2024, mas dentro da margem de tolerância de 1,5 ponto percentual, para mais ou para menos.

Das nove classes de despesas usadas para cálculo do índice, foram observadas aceleração em alimentação e bebidas (de 0,53% para 0,70%); vestuário (de 0,03% para 0,55%); e saúde e cuidados pessoais (de 0,43% para 1,16%). Mudaram de rumo transportes (de -0,33% para 0,14%), comunicação (de -0,13% para 0,48%) e habitação (de 0,19% para -0,01%).

Artigos de residência tiveram queda mais acentuada (de -0,04% para -0,26%) enquanto subiram menos despesas pessoais (de 0,33% para 0,10%) e educação (de 0,14% para 0,05%).

Custo do trabalho: empresas pagam em encargos mais de 100% do valor dos salários no Brasil

Os encargos trabalhistas custeados pelas empresas no Brasil superam os salários pagos para os empregados. De acordo com estudo do professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) José Pastore, o custo chega a 103,7% das remunerações.

O cálculo considera tudo que as empresas gastam com obrigações sociais, entre elas as contribuições para a Previdência, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e salário educação, e despesas com o tempo em que o empregado não está trabalhando, como férias e décimo terceiro salário.

Para a contratação de um trabalhador com salário de R$ 2.287 na indústria — remuneração média para um indivíduo com ensino médio completo — as empresas gastam R$ 2.371,62 com encargos.

Tratamento do câncer de pulmão no SUS está defasado

Para se ter ideia, apenas 22 hospitais com protocolos para câncer de pulmão que participaram da pesquisa conseguem oferecer 100% do tratamento preconizado pela DDT. O mesmo ocorre em relação à Lista de Medicamentos Essenciais da OMS.

Quase nenhum hospital (98%) conta com a oferta de imunoterapia, abordagem considerada central no enfrentamento da doença nos dias atuais. Ela é feita com medicamentos biológicos que estimulam o sistema imune de diversas maneiras para combater infecções e o câncer.

Outra constatação preocupante foi que 51% dos hospitais respondentes não oferecem os medicamentos erlotinibe e gefitinibe, destinados a pacientes com mutações EGFR (de ativação do receptor de fator de crescimento epidérmico tirosina quinase) e foram incorporados ao SUS em 2013, sendo recomendados na DDT.

Ambos pertencem ao grupo das terapias-alvo, que são substâncias endereçadas a receptores específicos nas células do câncer.

Além da falta de uniformidade na oferta de medicamentos, o estudo do Oncoguia destacou o impacto da desatualização da Diretriz e Diagnósticas e Terapêutica do Ministério da Saúde para o tratamento do câncer de pulmão.