Quer comprar Mounjaro, rival do Ozempic? Veja como importar

Mesmo que tenha sido aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em setembro de 2023, ainda não é possível encontrar, nas farmácias brasileiras, o Mounjaro (tirzepatida), rival do Ozempic (semaglutida) no tratamento de diabetes tipo 2 — com uso “off-label” de ambos ainda mais popular, para emagrecimento.

Aqui no Brasil, mesmo sem oferta, os preços já foram regulamentados e divulgados pela tabela da CMED. Variam de R$ 970,07 a R$ 3.836,61, tanto conforme a alíquota do ICMS estadual correspondente quanto pelo nível de dosagem do medicamento.

A farmacêutica Eli Lilly disse ao Valor que ainda não há previsão de quando o medicamento chegará ao Brasil, pois ainda faltam “alguns trâmites de importação”.

Nos Estados Unidos e em países da Europa, contudo, Mounjaro já pode ser encontrado nas farmácias. Por conta do atraso da chegada do medicamento ao Brasil e do fácil acesso às canetas emagrecedoras no exterior, há quem opte pela importação do Mounjaro — processo burocrático que necessita de documentação adequada para evitar que o medicamento fique preso na Alfândega.

Setor desacelera ritmo de fusões e aquisições

Conforme levantamento da Deloitte, com base nos dados da TTR (Transactional Track Record), que considera os segmentos de indústria e serviços em assistência médica (healthcare), farmacêutico, higiene, estética e cosméticos, foram 139 transações em 2023, volume 32% menor do que no ano anterior. Já na parcial de janeiro a março deste ano, foram oito negócios realizados, sendo que cinco ainda estão em andamento. O pico do setor se deu em 2021, com 246 negociações. Em 2022, foram 204.

“Não vejo um ano de retomada de grandes fusões e aquisições no setor. Por outro lado, têm algumas áreas que começaram a ganhar força, como medicina reprodutiva, aumentando as operações. As clínicas de fertilização in vitro têm crescido”, afirma Luís Joaquim, sócio-líder de life sciences e health care da Deloitte. O executivo explica que as grandes aquisições que ocorreram até 2021 precisam de tempo de maturação e que grandes players como Rede D’Or, Hapvida, Dasa e Grupo Fleury precisam organizar seus custos financeiros.

Outro ponto de atenção é a sinistralidade dos planos de saúde, que atingiu 87%. “Este é um problema que pressiona as margens de pagamentos das empresas. Teve também a demanda reprimida da pandemia que ocasionou um acréscimo no número dos serviços. O número de autismo, por exemplo, teve aumento de 317% de 2000 para cá e acelerou muito a partir de 2020”, conta Joaquim.

Este ano as principais operações foram as da Blue Health Holding, adquirindo a Servilogi Health, em janeiro, com valor de transação não divulgado. A Oncomed anunciou também em janeiro a participação majoritária na Clínica de Neoplasias Litoral. A Genial Care recebeu aporte de US$ 7,1 milhões da General Catalyst Partners e de investidores privados, incluindo Mauro Figueiredo, ex-CEO do Fleury, e João Alceu Amoroso Lima, ex-CEO da Qualicorp. Além disso, o Sou Odonto recebeu aporte de capital de Paulo Batista, ex-CEO da Dental Cremer, em troca de uma participação na companhia. O valor da transação não foi divulgado. “Teve também a Raia Drogasil que adquiriu a 4 Bio, distribuidora de medicamentos. Não são grandes estratégias de consolidação como no passado”, diz o sócio da PwC Brasil, Leonardo Dell’Oso.

Estamos preparados para a próxima pandemia? OMS quer tratado para crises globais de saúde

A pandemia de covid-19 trouxe para governos e entidades internacionais a noção de que o mundo precisa se preparar para a nova pandemia. Para isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) formou um grupo multidisciplinar global sobre a “Doença X” — nome dado a uma patologia ainda desconhecida que será a próxima pandemia —, que visa criar um tratado internacional para garantir maior troca de informações entre governos, organismos internacionais e empresas. Mas a proposta enfrenta resistências.

Nas negociações que acontecem tanto online quanto de maneira presencial, países mais pobres cobram de nações ricas e de empresas farmacêuticas maiores esforços para compartilhar informações e medicamentos.

Países da América Latina, Ásia e África também pressionam pela criação de regras claras para a detecção e compartilhamento de patógenos, medida que vem sendo criticada pelo setor farmacêutico.

Pela proposta, empresas fabricantes de medicamentos ajudariam a financiar um banco de dados para acompanhar a identificação de novos patógenos, o que por sua vez aceleraria o desenvolvimento de novas vacinas, porém o setor questiona a ideia. A alegação é que a medida excluiria da iniciativa empresas que não ajudassem no financiamento das pesquisas, afetando o desenvolvimento de novos medicamentos.

Há também o receio de que a iniciativa possa afetar o controle das propriedades intelectuais de medicamentos exclusivos desenvolvidos pelos laboratórios. A indústria farmacêutica propõe que ao invés da criação de um banco de dados compartilhado, que a troca de informações entre o setor seja feita de maneira voluntária e que sejam firmados compromissos de alocação de recursos para organismos internacionais que distribuem medicamentos pelo mundo.

Como o exercício físico fortalece o seu cérebro

Começa com os músculos. Quando nos exercitamos, eles liberam moléculas que viajam pelo sangue até o cérebro. Algumas, como um hormônio chamado irisina, têm qualidades “neuroprotetoras” e estão ligadas aos benefícios para a saúde cognitiva do exercício, disse Christiane Wrann, professora associada de medicina no Hospital Geral de Massachusetts e na Escola de Medicina de Harvard, que estuda a irisina. (Wrann também é consultora de uma empresa farmacêutica, Aevum Therapeutics, que espera aproveitar os efeitos da irisina em um medicamento.)