Eurofarma aumenta aposta em higiene e beleza – via genéricos

Depois de se consolidar como uma das líderes no mercado brasileiro de medicamentos genéricos, a Eurofarma vai expandir seus negócios em produtos de higiene e beleza de custo mais baixo. Lançada em 2023 com 37 produtos, a marca OAZ registrou R$ 33 milhões em faturamento no ano, muito acima da meta de R$ 18 milhões definido pela empresa. Para 2024, a Eurofarma pretende superar 60 produtos no portfólio da marca, com produtos de uso na praia, escovas dentais e enxaguantes bucais, em parceria com a Valda (aquela marca de pastilhas), adquirida pela Eurofarma em 2022. Segundo o diretor-executivo dessa unidade da Eurofarma, Donino Scherer, a linha também terá genéricos. O segmento chamado Over The Counter (ou OTC, no jargão de mercado, sigla que define produtos comprados sem prescrição médica) é um baú do tesouro para os laboratórios farmacêuticos. Dados da IQVIA apontam que a categoria de OTC movimentou em 2022 (último balanço disponível), R$ 88,1 bilhões em vendas, aumento de 16,9% em relação ao período anterior.

Eurofarma lança duas novas moléculas de genéricos para o mercado

A Eurofarma através de sua participação no Conexão Farma lançou duas novas moléculas de genéricos, ampliando o portfólio de medicamentos genéricos que é um dos principais negócios da companhia. A estratégia continua sendo o reforço de ampliar o acesso da população a medicamentos de qualidade e a preços acessíveis, cobrindo uma ampla gama de especialidades médicas.

Neste ano, a companhia traz duas novidades, o ácido acetilsalicílico tamponado, genérico exclusivo no mercado, que tem como diferencial a liberação no intestino, e não no estômago, o que pode gerar menos desconforto estomacal; e uma ampliação da família nitazoxanida cpr, medicamento indicado para infecções virais (gastroenterites) e enfermidades causadas por parasitas e protozoários.

Hypera: após trimestre para ser esquecido, novo guidance é positivo

Embora vejamos os resultados do 4T23 como negativos, principalmente em termos de crescimento, o novo guidance implica um crescimento decente de 9% na receita e um lucro líquido de R$ 1,85 bilhão, que está estritamente em linha com o consenso e apenas 2% abaixo da nossa estimativa.

Consequentemente, vemos a HYPE3 sendo negociada em uma avaliação atraente de P/L de 11,4x em 2024, o que representa um desconto de 15% em relação à sua média histórica. Portanto, mantemos nossa recomendação de Compra para a ação.

Hypera vê crescimento de um dígito alto em vendas “sell out” no 1º tri

O executivo explicou que o crescimento “mais forte” no primeiro bimestre está dentro do esperado pela companhia diante de uma base de comparação mais fraca com um ano antes e que em março a desaceleração decorre de um reajuste menor nos preços dos medicamentos além de um período de dias úteis de comercialização também menor que um ano antes.

Por sua vez, o diretor de relações com investidores da companhia, Adalmario Couto, afirmou que a Hypera espera um “sell in”, a venda para as farmácias e clientes empresariais da companhia, “seja mais fraca no primeiro semestre, sendo mais forte no segundo, o inverso do que aconteceu em 2023”.

Hypera tem balanço fraco, mas esperado; CEO vê desaceleração como “temporária”

O crescimento trimestral do mercado farmacêutico foi bastante volátil, segundo Oliveira. Mesmo assim, o mercado deve continuar crescendo 10% no médio prazo, com expansão de volume mais uma vez. A desaceleração, para o executivo, teria sido “temporária e não estrutural”. Para a Hypera, o comportamento do mercado farmacêutico em 2023 trouxe desafios adicionais para o crescimento e gestão do negócio, como o aumento do estoques para níveis acima do esperado ao fim do ano.

Assim, uma das expectativas é seguir com iniciativas de redução de estoques em 2024. “Estamos avançando bem nesse nosso objetivo, que iniciou em 2023”, comenta o Diretor de RI, Aldamario Couto, sobre o processo. “Terminamos o ano com um pouco mais de estoque, em especial de produtos acabados, do que a gente imaginava”, cita. O executivo considera que entre o final deste ano e início de 2025 a Hypera deve estar no nível de estoque visto em 2020, conforme o esperado.

O JPMorgan destacou que os números do 4T23 foram fracos e impulsionados por tendências de receita bruta (com queda de 13% na comparação anual). Pelo lado positivo, a análise destacou a melhor geração de fluxo de caixa e redução de dívida líquida. As orientações da empresa para 2024 (guidance, em inglês) também ficaram abaixo das expectativas do mercado tanto no nível operacional quanto de ganhos. O banco antecipou a reação negativa das ações.

Para a XP, os resultados foram considerados fracos porém esperados, assim como o guidance, que teria ficado aquém da expectativa da corretora. Apesar disso, os dados já estariam precificados no nível atual que a empresa negocia. O lucro ficou 8,4% abaixo das projeções da XP e a alavancagem foi considerada elevada, em 2,7 vezes a dívida líquida (R$ 7,4 bilhões) sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês). A visão do BBA é similar em relação aos dados apresentados no quarto trimestre mas a projeção para 2024 e bom início do ano devem garantir as expectativas positivas para este ano.

Na Hypera, as dores da falta de crescimento

No mercado, há preocupação com o aumento da capacidade da concorrência, principalmente em genéricos. Mas, no call, Oliveira minimizou a questão.

“A competição mais apertada vem principalmente por conta do nível de estoque dentro de casa, nosso e dos nossos concorrentes. Com isso, há alguma pressão em determinadas moléculas para fazer vendas e evitar descartes. Acreditamos que é um movimento de curto prazo. Com o estoque regularizado, a pressão diminui”, diz o CEO.

Do lado financeiro, o principal temor vem dos incentivos fiscais garantidos pela empresa e que podem mudar a partir da reforma tributária. O ponto também foi endereçado nesta manhã, com a resposta do CEO de que a companhia não deve ter mudanças significativas.

Analistas seguem acompanhando o tema com lupa. Para a equipe do Bradesco BBI, que definiu um preço-alvo de R$ 39 para a ação, a Hypera tem um potencial limitado de upside de 15%, principalmente influenciado por riscos em relação ao benefício tributário de ICMS depois da lei 14.789.

“O impacto potencial de impostos é de 23% em relação ao lucro líquido em 2024, o que levaria nossa relação de P/E de 11,7 vezes para 15 vezes, ante a média histórica de 13 vezes”, afirmam, em relatório.

Hypera vê crescimento de um dígito alto em vendas “sell out” no 1º tri

O executivo explicou que o crescimento “mais forte” no primeiro bimestre está dentro do esperado pela companhia diante de uma base de comparação mais fraca com um ano antes e que em março a desaceleração decorre de um reajuste menor nos preços dos medicamentos além de um período de dias úteis de comercialização também menor que um ano antes.

Segundo Oliveira, em 2023, o reajuste dos medicamentos foi de 5,5% em março e este ano é de 4,5%, o que gera “tendência menor de estocagem dos clientes” ante do aumento. Apesar disso, ele afirmou que depois do crescimento do mercado farmacêutico brasileiro em 10% em 2023, o setor deve continuar crescendo “nesse patamar no médio prazo”.

Por sua vez, o diretor de relações com investidores da companhia, Adalmario Couto, afirmou que a Hypera espera um “sell in”, a venda para as farmácias e clientes empresariais da companhia, “seja mais fraca no primeiro semestre, sendo mais forte no segundo, o inverso do que aconteceu em 2023”.

Na teleconferência, Oliveira afirmou que a Hypera está “um pouco mais cautelosa” sobre a temporada de inverno no Brasil este ano, diante das incertezas geradas pelo fenômeno El Niño sobre o clima.

O executivo afirmou ainda que o nível de competição no segmento de genéricos cresceu, “mas por conta do nível de estoque dos concorrentes que leva a uma pressão sobre algumas moléculas e faz com que busquem uma venda maior para evitarem descartes”.

Resultado trimestral da Hypera (HYPE3) foi “pior do que o esperado”, diz Safra

O Safra considera que o resultado do quarto trimestre de 2023 da Hypera (HYPE3), divulgado na última quarta-feira (13), após o fechamento do mercado, foi “pior do que o esperado”, com perda de faturamento de 4% comparado às previsões do banco e de 6% no consenso das estimativas, o que equivale a uma queda anual de 13%.
No entanto, o Safra destaca que, embora enxerguem os resultados do quarto trimestre como negativos, principalmente em termos de crescimento. “O novo guidance implica um crescimento decente de 9% no faturamento e um resultado final de R$ 1,85 bilhão, o que está estritamente em linha com o consenso e apenas 2% abaixo da nossa estimativa”, afirmam, no documento.

A recomendação, portanto, permanece como compra (outperform), com preço-alvo dos papéis da farmacêutica fixado em R$ 44,00, o que representa um potencial de valorização de aproximadamente 29% sobre o preço do fechamento da ação ontem.

O Safra adiciona, ainda, que a Hypera aumentou em 20% ao ano seus investimentos em P&D (R$ 618 milhões em 2023), o que o banco avalia como “fundamental para sustentar o crescimento futuro da empresa e expansão de mercado endereçável”.

Cenário setorial: um giro pelos segmentos de farmácias, moda e shopping centers

Um dos segmentos de comércio mais resilientes no país e no mundo, o varejo farmacêutico fechou o ano passado com expansão bem acima do Produto Interno Bruto (PIB) e deve voltar a repetir a mesma taxa de aceleração neste ano, apesar da base alta de comparação de 2023.

É um crescimento sustentado pela abertura de lojas, já que, ao se considerar as unidades em operação há mais de 12 meses (“mesmas lojas”), as cadeias sentiram efeito da alta concorrência e canibalização, e as vendas perderam força no ano passado.

Mas ao se analisar a venda total em 2023, o avanço no faturamento foi de 10%, segundo a Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), para um reajuste de medicamento de até 5,6%, segundo determinação do governo federal, que libera os aumentos a partir de abril.

Para 2024, a federação projeta alta nesta faixa de 10% novamente, para um reajuste de medicamento que deve ficar abaixo do estipulado em 2023.

O aumento máximo permitido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), responsável pela regulação econômica do segmento de medicamento no país, será de até 4,5%, a ser aplicado nas tabelas no dia 1º de abril.

Em 2023, o PIB cresceu 2,9% e, para este ano, a estimativa do Ministério da Fazenda é de avanço de 2,2%. Essa alta de 10% no varejo de farmácias está alinhada com as previsões de fabricantes. O mercado da indústria farmacêutica projeta crescimento de cerca de 9,7% em 2024.

A expectativa tem sido, portanto, novamente positiva — nos últimos anos, o segmento lidera a taxa de expansão do comércio, ao lado de atacarejo —, mas a federação entende que há mercados com maiores dificuldades, e isso pode se estender em 2024.

Segundo Edison Tamascia, presidente da Febrafar, “alguns subcanais enfrentaram desafios significativos”, disse ele, em artigo recém publicado sobre projeções e tendências para este ano. Tamascia cita o setor independente com crescimento muito abaixo da média do mercado, assim como as redes regionais.

O ano de 2023 foi marcado também por mais recuperações judiciais, especialmente no varejo e na distribuição de medicamentos, disse ele, “indicando que empresas com dívidas elevadas e sustentadas por altas taxas de juros” enfrentaram problemas.

“Esse cenário é preocupante, pois sugere que o setor está com certas dificuldades”, afirmou. “Além disso, estamos passando por uma significativa transformação no comportamento do consumidor, nos meios e formas de compra e na concorrência, impulsionada por um processo acelerado de digitalização”.

Um outro ponto de receio refere-se a um novo aumento em impostos, que pode afetar a demanda neste ano. Dez estados brasileiros e o Distrito Federal decidiram elevar a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em 2024, com efeito direto sobre as tabelas dos produtos.

RD Saúde – Comunicado ao Mercado

A Raia Drogasil S.A., empresa líder no varejo farmacêutico brasileiro, comunica ao mercado a mudança de sua marca corporativa, que passará a ser denominada RD Saúde. Alinhada à sua ambição de se tornar o grupo que mais contribui para uma sociedade mais saudável no Brasil, a nova marca reforça o conceito de empresa voltada para a saúde integral, com uma atuação que vai além do varejo farmacêutico e com um papel importante na promoção de saúde e de bem‑estar para a sociedade.

Como parte deste projeto, a identidade visual das bandeiras Raia e Drogasil, além da 4Bio e demais empresas e unidades de negócios, também será revista para endossar e reforçar a nova identidade do grupo.

O grupo tem atualmente 3 mil farmácias em todos os estados, emprega 57 mil pessoas e atende a mais de 1 milhão de vidas todos os dias.

A mudança se torna efetiva a partir deste mês de março de 2024.