Cimed investe em venda porta a porta e produto para bebê
A fabricante de medicamentos prevê aumentar os canais de vendas para bater a meta de R$ 5 bi na receita bruta de 2025, com alta de 66,6%.
As iniciativas são fruto de duas aquisições que estão em andamento, mas a companhia não revela os nomes das empresas nem o valor das operações. No ano passado, a empresa adquiriu a R2N, que fabrica lenços umedecidos em Chapecó (SC) e em Santa Rita do Sapucaí (MG). Neste mês, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou a transação.
“Vamos entrar em um player que tem linha de ‘baby care’ no Brasil e lançar a marca João e Maria”, afirma João Adibe, presidente da Cimed, em entrevista ao Valor. Segundo o executivo, existe espaço para a empresa crescer nesse mercado, que gira em torno de R$ 36 bilhões. Isso porque as farmacêuticas respondem por apenas R$ 200 milhões desse total.
Sobre o novo canal de vendas, o executivo diz que o modelo porta a porta precisa ir além das tradicionais ‘revistinhas’. Daí, a ideia da companhia de levar mais tecnologia para as suas revendedoras.
“Elas são vendedoras analógicas, o que acaba impactando a entrega dos produtos. Queremos mudar essa lógica.” A ideia é que elas possam retirar os produtos nas drogarias para, em seguida, entregar aos clientes finais. “Assim, estamos esticando o balcão das farmácias até a rua.”
Outra fonte de receita deverá vir da entrada no mundo da estética. A Cimed pretende oferecer para clínicas de dermatologistas e dentistas produtos usados em procedimentos, como preenchimento labial, botox etc. “Esse mercado é de R$ 5 bilhões no Brasil, é muito pequeno ainda frente ao potencial. Isso acontece porque está restrito às classes mais altas. O meu propósito é democratizar esse acesso, e isso começa com o barateamento dos produtos usados pelos profissionais”, explica.
Adibe também quer mudar a lógica do varejo farmacêutico. A proposta é que a farmácia passe a pagar à Cimed somente quando vender os produtos, que estarão lá em estoque. “Assim, ela passará de uma compradora para uma vendedora dos nossos medicamentos e itens de consumo e higiene. Isso vai dar o capital de giro que ela precisa.”