Hypera propõe aumento de capital em R$ 4,56 bi e aprova contratação de financiamento com BNDES

O conselho de administração da Hypera recomendou a aprovação da proposta de aumento de capital de R$ 4,56 bilhões, mediante a capitalização de parcela do saldo da reserva de incentivos fiscais, sem a emissão de novas ações.

A proposta deve ser encaminhada para votação na assembleia geral extraordinária agendada para 21 de fevereiro. Caso a proposta seja aceita pelos acionistas, o capital social da Hypera deve passar para R$ 9,04 bilhões.

A reserva de incentivos fiscais é de R$ 4,95 bilhões, segundo o balanço do terceiro trimestre, divulgado em outubro.

Em outro comunicado, a companhia informou que foi aprovada a contratação de um financiamento de R$ 500 milhões junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Hypera encontra uma forma de manter nível de JCP; papel sobe com fim de overhang

O movimento é uma resposta da empresa a uma MP editada pelo Governo no final do ano passado — a 1.185 — que reduziria a capacidade de pagamento de Juros Sobre o Capital Próprio (JCP).

Antes da MP, havia duas limitações para o pagamento do JCP: a empresa podia distribuir até 40% do patrimônio líquido e até 50% do lucro líquido.

Com a MP, a primeira limitação aumentou, passando a ser 40% do patrimônio líquido menos as reservas de incentivos fiscais.

Como a Hypera tem muitas reservas de incentivos fiscais que ainda não foram usados, essa mudança na regra reduziria em 40% o JCP que a empresa poderia pagar este ano, depois de pagar R$ 780 milhões no ano passado.

A solução encontrada por tributaristas que assessoram a companhia foi capitalizar essas reservas, aumentando o capital social da empresa.

A Goldman Sachs disse que o anúncio de hoje remove um overhang que pesava sobre a ação. “Mesmo com a aprovação da MP, entendemos que agora a companhia vai continuar com seu ritmo recente de pagamento de JCP.” Não fosse isso, o banco estima que o consenso para o lucro deste ano seria reduzido em 7%.

A Hypera deixou de capitalizar apenas cerca de R$ 500 milhões em reservas de incentivos fiscais. Com isso, nas contas de um investidor, o JCP deste ano será apenas R$ 40 milhões menor — uma redução de cerca de 5% em relação ao ano passado.

Nos últimos anos, a Hypera tem trabalhado com JCP fixos, da ordem de R$ 780 mi, mesmo com o crescimento do lucro, o que vem reduzindo gradativamente o payout da companhia, que gira em torno de 40%.

Eurofarma investe em inovação para ir além dos medicamentos genéricos

Com receita líquida anual de R$ 8 bilhões, a Eurofarma é uma empresa conhecida por vender medicamentos genéricos a preços mais baixos. Mas o objetivo da farmacêutica é ir além e ter de 20% a 30% do seu faturamento gerado por produtos inovadores.

Em entrevista ao VivaBem, Martha Penna, vice-presidente de Estratégia e Inovação da Eurofarma, contou que a empresa está construindo essa cultura de inovação com disciplina, paciência e criatividade, de forma a chegar a resultados que respondam a necessidades ainda não atendidas de médicos e pacientes.

Sem IPO neste ano, Cimed prevê duas aquisições

Após dez anos sem promover aquisições, a farmacêutica Cimed está em negociações para fechar duas importantes operações. Uma delas é na área de estética como, por exemplo, a compra de marcas de dermocosmésticos. A companhia também quer adquirir uma empresa que atue em vendas porta a porta para distribuição de seus produtos de consumo. A ideia é concluir as duas transações ainda neste semestre, segundo João Adibe Marques, CEO da Cimed, que participou ontem de um evento realizado pelo UBS, em São Paulo.

Já a abertura de capital para esse ano está descartada. “Temos tamanho e governança estruturada para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), mas não vai ser neste ano, deve ficar para 2025”, disse Marques. A Cimed é a terceira maior farmacêutica do país em volume.

As aquisições vão ajudar a farmacêutica atingir a meta de aumentar a receita dos atuais R$ 3 bilhões para R$ 5 bilhões até o fim de 2025. No fim do ano passado, a Cimed comprou a fabricante catarinense de lenços umedecidos R2M, dona das marcas Bebê Limpinho e Snow Baby. Essa empresa produz 7 milhões de unidades e tem faturamento de R$ 180 milhões, com margem Ebitda de 18%, por ano.

Cimed planeja aquisições de empresas de estética e de vendas porta a porta

Após aquisição de uma fabricante de lenços umedecidos no fim do ano passado, a Cimed, terceira maior indústria farmacêutica do país, agora está em negociações para a compra de empresas da área de estética como, por exemplo, dermocosméticos, e de vendas porta a porta. As transações devem ser anunciadas ainda neste primeiro semestre, segundo João Adibe Marques, CEO da Cimed, que participou nesta manhã de evento do UBS BB, que acontece em São Paulo.
Já os planos de abertura de capital não devem ser concretizados neste ano, devem ficar pra 2025, segundo Marques.

A meta da Cimed é atingir faturamento de R$ 5 bilhões até 2026. No ano passado, a receita da farmacêutica foi de R$ 3 bilhões.

Ainda Segundo o CEO da Cimed, a companhia vai expandir seu projeto de “franquias” em farmácias de pequeno porte. O modelo funciona da seguinte maneira: a farmacêutica coloca seus produtos na prateleira das farmácias de menor porte e só recebe ao vender os produtos. A fase inicial envolve 100 farmácias, depois serão 1 mil estabelecimentos e na última etapa, 10 mil farmácias de pequeno e médio portes. Segundo o executivo, há 26 mil pontos de pequeno porte de um total de 90 mil farmácias no país.