EXCLUSIVO: Eurofarma aumenta a dose e prepara novo fundo de R$ 150 milhões

Fontes ouvidas pela reportagem dizem que a expectativa é de que o novo fundo seja lançado no primeiro trimestre do ano que vem, mas os primeiros investimentos devem ser feitos somente na segunda metade do ano. No radar estão companhias que atuam no Brasil e nos Estados Unidos e que já tenham negócios com receita anual acima de R$ 10 milhões.

A tese ainda está em fase de análise, mas a tendência é buscar por startups que atuem com terapias digitais nas áreas de saúde feminina, oncologia e problemas relacionados ao sistema nervoso central.

O novo fundo também vai olhar mais ativamente para negócios que facilitem o relacionamento com os médicos. “São empresas que fornecem serviços que ajudem os profissionais a conhecerem e prescreverem produtos da Eurofarma”, afirma a mesma fonte.

Esse será o terceiro fundo de investimento da Eurofarma. O primeiro veículo foi criado em 2019 com R$ 50 milhões e investiu em 10 startups. Neste, cheques variavam entre R$ 4 milhões e R$ 6 milhões e foram contempladas empresas como Psicologia Viva (comprada pela Conexa), Ocean Drop e JustForYou.

Essa última, inclusive, já está sendo considerada dentro da Eurofarma como uma das apostas que não deram certo. Com dívidas de R$ 26 milhões, a startup que fabrica xampus e condicionadores personalizados ingressou em agosto deste ano um pedido de recuperação judicial.

IPOs vão voltar em 2024, depois de dois anos de seca na Bolsa de Valores?

Não há confirmações sobre empresas que devem abrir capital na Bolsa, mas alguns nomes são especulados. Votorantim Cimentos e Nadir Figueiredo são dois exemplos. O mercado também fala na farmacêutica Cimed. Em entrevista concedida ao UOL em novembro, o CEO da companhia, João Adibe Marques, não confirmou a possibilidade para 2024. A empresa é uma S.A. (Sociedade Anônima) desde 2021 e está preparada para um IPO quando acontecer, mas não há previsão de data.

“Brasil tem potencial para autossuficiência em tecnologia farmacêutica”

A indústria farmacêutica brasileira é hoje a 7ª mais expressiva do mundo, e possui todas as condições necessárias para se tornar a 6ª. É o que explicou o CEO da Bionovis, Odnir Finotti, durante sua participação no CB Fórum Complexo Econômico-Industrial da Saúde: desenvolvimento, inovação e acesso — realizado pelo Correio, em parceria com a Johnson & Johnson.

Segundo ele, o país — que atualmente importa 100% da matéria-prima dos produtos de alta complexidade do setor — poderia, a médio e longo prazo, vir a se tornar autossuficiente caso fosse implementada uma política de Estado que, tendo continuidade e sendo respeitada pelas próximas trocas de gestão, unificasse as partes desse processo produtivo.

“Por que não temos uma indústria poderosa, capaz de fazer inovação, de ter produção, de realizar exportações? É algo que tem a ver com a nossa composição. O Brasil poderia fazer, se nós tivéssemos uma união maior e se todos os Poderes trabalhassem de forma integrada, olhando para o futuro e para o bem dos brasileiros, como estamos aqui”, defendeu Finotti durante sua fala no painel “Fortalecimento do complexo industrial da saúde e perspectivas para o desenvolvimento econômico e social”.

Roc Nation e Neosaldina defendem parceria com Endrick, após polêmica sobre substância proibida

A Roc Nation Sports Brazil, agência responsável pela carreira do atacante Endrick, do Palmeiras, e a Neosaldina divulgaram, nesta quarta-feira (13), um comunicado oficial defendendo a parceria da marca com o atleta, em meio à polêmica surgida por conta do medicamento conter uma substância proibida pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês).

O caso foi revelado pela Máquina do Esporte, em matéria publicada na terça-feira (12). De acordo com a reportagem, o isometepteno, uma das substâncias usadas na fabricação da Neosaldina, está na página 14 da última lista de substâncias proibidas da entidade que comanda a luta antidoping no mundo, aparecendo no item S6 B, que trata de estimulantes específicos.

O detalhe curioso é que a proibição do componente da Neosaldina vigora desde 2003. Endrick, de 17 anos e já negociado com o Real Madrid, da Espanha, foi anunciado na última sexta-feira (8) como embaixador da marca, de propriedade da Hypera Pharma, que também é dona da Neo Química, patrocinadora do Corinthians, arquirrival do Palmeiras.

O comunicado conjunto da agência e da marca afirma que Neosaldina e Endrick seguem “muito felizes com a parceria firmada para os próximos 5 anos”.

“A campanha da marca enfatiza a personalidade e a forma alegre e ao mesmo tempo potente e responsável com que buscam atender seus objetivos”, diz a nota.

Com relação ao problema do medicamento possuir uma substância proibida na lista da Wada, patrocinadora e agência enfatizam ter “absoluta convicção de que essa parceria foi feita respeitando todas as regras das agências antidoping e desportivas no Brasil e no mundo”.

A nota também alega que Endrick e Neosaldina são “firmes em defender o jogo limpo e o respeito às regras no campo e fora dele”.

Supera Farma automatiza reembolsos com Viceri-Seidor

A Supera Farma, joint venture dos laboratórios Cristália e Eurofarma, adotou o Portal RDV, solução da Viceri-Seidor, empresa brasileira de desenvolvimento de software adquirida pela Seidor em abril deste ano.

Anteriormente, o controle de gestão das despesas era feito de forma manual. Todos os colaboradores lançavam suas despesas em planilhas e enviavam as folhas de rosto dos gastos via Correios.

Depois disso, o time administrativo de vendas realizava todo o compilado das informações manualmente. Segundo a empresa, isso consumia muito tempo e gerava uma grande probabilidade de erros dos números apresentados.

A Supera precisava, então, de uma ferramenta aderente ao segmento da companhia que ajudasse a estruturar os relatórios, otimizando tempo e facilitando as tarefas do dia a dia.

Assim, a joint venture resolveu adotar o Portal RDV, uma solução que automatiza o processo de prestação de contas das despesas realizadas por colaboradores e pode ser acessada através de dispositivos móveis.

Sem consentimento, indústria farmacêutica vigia milhões de receitas médicas

O ciclo vicioso da medicina. Começa de forma inocente: você vai até o balcão da farmácia com uma receita, o balconista consulta a disponibilidade dos produtos e, sem você saber, anota o número do registro profissional médico, o CRM. Foi dada a largada para um esquema multimilionário de captura de dados, escreve Amanda Rossi, “espécie de Big Brother das receitas”, que segue para duas empresas especializadas.

Em um ano, são processadas pelo menos 250 milhões de prescrições. O sistema se retroalimenta para influenciar o que vai ser prescrito em consultórios, clínicas e hospitais. “Não é só uma questão de privacidade, mas de conflito de interesses”, destaca a reportagem de TAB. Veja como funciona cada etapa.

Entidades que representam laboratórios e redes de farmácias não veem irregularidade na coleta de dados do receituário médico. Presidente da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto diz que a captação de informações é “algo comum no mundo inteiro” e que a prática “acaba beneficiando o consumidor”. Segundo ele, “não faz sentido” saber o que determinado médico prescreveu e, sim, o comportamento de consumo em geral.

Nelson Mussolini, presidente do Sindicato das Indústrias Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Sindusfarma), que representa 95% do mercado de medicamentos no Brasil, nega que os dados sejam utilizados para pressionar médicos. Conforme o dirigente, as pesquisas são “muito genéricas e trazem dados globais, que auxiliam a indústria para saber qual a performance dos seus produtos”:

– A gente olha o número de prescrições, mas não olha se foi médico A, B, C ou D.

Sobre a atuação dos propagandistas, Mussolini reconhece que é proibido oferecer qualquer tipo de vantagem em troca de prescrição. No entanto, admite que “existem alguns patrocínios em congressos médicos, mas isso é muito claro e voltado para transferência de conhecimento”.

Algumas entidades, como a Associação da Indústria Farmacêutica de Pesquisa (Interfarma), têm código de conduta que baliza a relação com os profissionais de saúde. De acordo com Pedro Bernardo, diretor da Interfarma, o regulamento proíbe que seja oferecida qualquer vantagem que “possa influenciar a conduta do médico na hora de prescrever” – o que inclui pequenos brindes:

– O médico tem de ter total liberdade para fazer sua prescrição.

Rede de farmácias quer dobrar presença em cinco anos

Nos próximos cinco anos, a rede de farmácias Panvel deseja avançar de suas 100 lojas no Paraná para 200 farmácias no Estado. O anúncio da meta foi realizado na última terça-feira, dia 12. As informações são do portal Amanhã.

Atualmente, a varejista se faz presente em 20 municípios paranaenses e concentra metade de seus PDVs na capital Curitiba. Apenas no Estado, 1,5 mil empregos diretos foram criados pela empresa.

Na Região Metropolitana, o conglomerado também mantém um centro de distribuição, responsável por abastecer as drogarias da rede no Paraná, em Santa Catarina e São Paulo.

“Quando instalamos o Centro de Distribuição em São José dos Pinhais, já tínhamos em mente que ele seria estratégico para sustentar a nossa expansão aqui no Paraná pelos próximos anos”, comenta Júlio Mottin Neto, presidente do Grupo Panvel.

STJ mantém multa à Organon por suspensão de implante hormonal

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a multa aplicada contra a Organon por suspender a distribuição do implante hormonal Riselle. O julgamento da Terceira Turma do STJ ocorreu nesta terça-feira, dia 12, e decidiu pela continuidade da sentença que obrigou a farmacêutica a pagar uma indenização de R$ 300 mil por suspender a distribuição do implante hormonal Riselle. O placar foi de 3 votos a 2. As informações são da IstoÉ Dinheiro.

O Riselle é um implante para reposição de estradiol, prescrito para diminuir sintomas da menopausa. A maioria dos ministros da corte entendeu que houve “descaso” com as consumidoras. Prevaleceu o voto da ministra Nancy Andrighi, relatora, acompanhada pelos ministros Humberto Martins e Moura Ribeiro.

“Evidenciado está o dano social, pois frustra a confiança depositada pela sociedade no sistema de vigilância sanitária”, disse Martins ao defender que a conduta da farmacêutica foi “socialmente reprovável”.