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CCJ do Senado começa a analisar projeto hoje; setores fazem lobby
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Braço de produtos farmacêuticos do grupo espanhol Insud Pharma, a Exeltis escolheu se concentrar em saúde da mulher para avançar no mercado brasileiro. Presente há dez anos no país, ainda é relativamente pequena, com faturamento de R$ 200 milhões estimado para este ano. Mas suas vendas crescem em ritmo acelerado, acima de 30% ao ano para um mercado que, em 2023, vai avançar em torno de 10%. A ambição é alcançar faturamento de R$ 500 milhões em três anos, com o lançamento de produtos inovadores e de um portfólio adaptado para atender às particularidades das brasileiras.
Um dos trunfos da farmacêutica espanhola, que fora do país atua também com cardiologia e outras classes terapêuticas, é justamente não trabalhar com um portfólio padronizado e universal. Ao contrário, conta o presidente da Exeltis Brasil, Isaac Jarlicht: o laboratório tem se empenhado em ouvir médicos e pacientes para estudar as necessidades das mulheres nos diferentes países em que atua e, se necessário, adaptar suas formulações.
Foi assim com o suplemento alimentar para gestantes Regenesis, líder de mercado em sua categoria no país. “A Exeltis pensou nas deficiências de suplementação e desenvolveu fórmulas diferentes em cada país”, diz o executivo. Para chegar a essas formulações específicas, a farmacêutica se vale de estudos que abordam essas carências e valida os dados em painéis formados por médicos.
A RaiaDrogasil espera que, com o novo centro de distribuição em Manaus, a logística no Amazonas seja realizada por outros modais de transporte além do aéreo. Segundo a companhia, após a inauguração, será possível baratear custos.
A empresa também vai inaugurar um centro de distribuição em Belém, e a expectativa é de que esse novo CD na capital paraense — ou o já existente em Goiás — abasteça a unidade do Amazonas.
O diretor-presidente da companhia, Eugênio de Zagottis, afirma que o modelo do Amazonas é novo e pode ser replicado em outros Estados, a depender dos resultados da experiência. “Temos mercados pequenos, como Piauí, que, por não terem centro de distribuição local, têm desvantagem tributária”, afirmou na teleconferência de resultados do terceiro trimestre.
A rede de drogarias alcançou participação de 8,9% na região Norte do país no último trimestre, ante participação de 7,1% no mesmo período de 2022.
Apesar do recente crescimento, a companhia aponta que a abertura de lojas na região não é prioridade para o plano de expansão. A expectativa é de que São Paulo, onde a companhia nasceu, volte a receber um massivo volume de aberturas nos próximos trimestres.
“O número de lojas que vamos abrir no Norte em relação ao que temos hoje é desproporcional, mas não em relação ao plano de expansão”, afirmou Zagottis.
A RaiaDrogasil teve lucro de R$ 268,1 milhões no terceiro trimestre, alta de 22% em relação ao mesmo período de 2022. A receita líquida avançou 15,8% no comparativo anual, para R$ 8,67 bilhões.
Pesquisa com 97 executivos-chefes mostra aproximação maior dos “boards” no dia a dia das companhias
Na pesquisa Folha Top of Mind 2023, uma parcela de 43% dos ouvidos não soube informar o nome de uma marca —esse índice é mais alto na faixa de 16 a 24 anos (55%) e na região Norte (54%).
“O conhecimento de marca [awareness] é baixo porque é uma categoria de consumo nova. Por isso, patrocinar times e esportes, por exemplo, agrega awareness, que é a base de construção de qualquer marca”, explica Luciano Deos, especialista em branding e CEO da consultoria Gad.
Outro ponto importante é estar presente e bem representada nos diversos canais de venda. Nas farmácias, o segmento já responde por 36,6% das vendas da indústria farmacêutica. “Tamanho de portfólio é gôndola. Presença maior nas lojas, com muitos produtos, cria para a marca institucional a imagem de inovadora”, diz Deos.
O empate quádruplo inédito nesta edição do Top of Mind mostra que as empresas vêm seguindo a cartilha, desenvolvendo novidades e disputando a atenção do consumidor com ações inovadoras.
É o caso da Cimed, estreante no topo do ranking, com 2% das menções dos entrevistados. As outras campeãs da categoria são Medley (5%), EMS (3%) e Neo Química (2%). O empate ocorreu devido à margem de erro da pesquisa, de dois pontos percentuais para mais ou para menos, e se repetiu no critério de desempate, o awareness. Nele, Medley alcançou 6%; EMS, 3%; Neo Química, 3%; e Cimed, 3%.
A Cimed, terceira maior farmacêutica do Brasil em volume de vendas, recebeu, na última terça-feira, 31, o Prêmio Top of Mind como uma das marcas mais lembradas do país na categoria Medicamentos Genéricos, com base em pesquisa nacional realizada pelo Datafolha.
A Cimed também tem investido em novas categorias e parcerias, gerando buzz nas redes sociais. Alguns exemplos são o perfume íntimo Puzzy by Anitta e a collab com a Fini, que rendeu o hidratante labial com fragrância de bala Carmed.
“Gosto de falar que a Cimed é uma ‘máquina de lançamentos. Só em 2023, serão mais de 110”, diz o presidente da empresa, João Adibe Marques. Na prateleira dos genéricos, essa lista tem 20 novidades.
Praticamente um terço dos desenvolvimentos da farmacêutica Eurofarma advém de inovação aberta. A parceria com outras empresas para alavancar as receitas está no centro da estratégia da companhia — que pretende desembolsar US$ 100 milhões para isso — e já foi responsável por iniciativas que vão desde a criação de um aplicativo para ajudar pacientes com Parkinson até um banco de dados com informações de fenótipos da população brasileira para prevenção de doenças (com uma empresa ainda mantida em sigilo).
“Inovação é oxigênio. Na Eurofarma, ela está diretamente ligada à ideia de perenidade, pois somos uma empresa que pensa a longo prazo. A verdade é que não dá para ser diferente em um setor com ciclos longos”, diz Martha Penna, vice-presidente de Inovação da Eurofarma, que comanda uma equipe de 700 pessoas focadas em achar novas oportunidades dentro e fora da farmacêutica.
Segundo a executiva, a obsessão por inovar faz parte da história do negócio, que nasceu como um fabricante de medicamentos genéricos e se transformou em uma companhia que descobre moléculas e desenvolve os próprios produtos. Boa parte do portfólio é reconhecido por tratar distúrbios no sistema central. Foi essa busca por ajudar os pacientes que motivou a parceria com a agência criativa Dentsu no último ano. Juntas, as companhias desenvolveram uma inteligência artificial para auxiliar pessoas com Parkinson.
A aposta da companhia pela inovação está estampada nos números. Anualmente, a Eurofarma aporta R$ 600 milhões em pesquisa e desenvolvimento. E tem consciência que é fundamental ir além das fronteiras corporativas para ampliar os ganhos. Outros exemplos recentes de colaboração são uma parceria com a Ledcorp, que desenvolveu o banco de leite Lactare com IA para monitoramento dos processos de pasteurização, e com a Nexup Health, com quem a Eurofarma trabalhou para fazer um sistema de prescrição e prontuário para médicos no Uruguai.
As iniciativas devem se multiplicar, pois recentemente a companhia criou um fundo corporativo de venture capital para investir US$ 100 milhões em empresas inovadoras de biotecnologia, as startups conhecidas como biotechs. A ideia é achar parceiros para desenvolver soluções com ênfase em medicina de precisão, edição genética e inteligência artificial aplicada à descoberta de moléculas. Três empresas já estão trabalhando com a Eurofarma. Uma delas é a americana Abcuro, que desenvolve imunoterapias pioneiras para o tratamento de doenças autoimunes e câncer.
A rede de farmácias RD reportou nesta terça-feira lucro líquido ajustado de 268,4 milhões de reais, com alta de 33,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, além de expansão da receita bruta e abertura de 64 novas lojas no período.
A dona das marcas Drogasil e Raia encerrou setembro com 2.868 unidades em operação e reiterou guidance de 260 aberturas brutas por ano para o período de 2023 a 2025, totalizando 780 novas farmácias a serem abertas.
Companhia afirmou que vai continuar restringindo o fornecimento do Wegovy – medicamento similar ao Ozempic, mas voltado para tratar obesidade – para dar conta do fornecimento do Ozempic