Itaú BBA e Citi divergem sobre recomendação para Hypera (HYPE3): comprar ou manter?

O Itaú BBA cortou o preço-alvo de Hypera de R$ 50 para R$ 46, potencial de alta de 27,4% sobre o fechamento de ontem, reiterando recomendação de compra.

Já o Citi cortou a recomendação de Hypera de compra para neutra e o preço-alvo de R$ 51 para R$ 41.

Os analistas do Itaú BBA, Vinicius Figueiredo, Lucca Generali Marquezini e Felipe Amancio apontam que a Hypera vem apresentando resultados mais fracos do que o esperado nos últimos trimestres e não tem gatilhos claros de curto prazo.

“No terceiro trimestre, esperamos vendas mais baixas de remédios na temporada de gripe e um ambiente competitivo mais acirrado em genéricos que deve aumentar promoções”, comenta o banco.

Apesar disso, veem que o setor farmacêutico é altamente defensivo, com demanda perene e pouca possibilidade de ser impactado pelas alterações fiscais que estão em discussão no governo federal.

“Mesmo se a Hypera for afetada, as mudanças também impactariam as suas rivais, dado que crédito fiscais e juros sobre capital próprio são praxe entre as grandes farmacêuticas do Brasil”, afirmam os analistas.

O analista Leandro Bastos, do Citi, destacou, em relatório, que a tendência de vendas da Hypera está decepcionando, podendo ficar abaixo da meta de receitas para o ano, com a companhia reduzindo descontos para focar no aumento de margens e melhoria no fluxo de caixa.

Com poucos gatilhos de curto prazo, as atenções dos investidores se voltam aos riscos fiscais envolvendo a companhia, em especial o impacto que o potencial fim dos juros sobre capital próprio poderá ter nas contas da Hypera.

Fiocruz se posiciona contra a PEC do Plasma

A Fiocruz disse que “a aprovação da PEC pode causar sérios riscos à Rede de Serviços Hemoterápicos do Brasil e ao Sistema Nacional de Sangue, Componentes e Hemoderivados. A comercialização de plasma pode trazer impacto negativo nas doações voluntárias de sangue, pois há estudos que sugerem que, quando as doações são remuneradas, as pessoas podem ser menos propensas a doar por motivos altruístas”.

Além disso, segundo a Fiocruz, esta prática traz riscos para a qualidade e segurança do plasma e pode aumentar as desigualdades sociais.

“Estudos sugerem, por exemplo, que a comercialização pode atrair pessoas em situações financeiras difíceis, dispostas a vender seu plasma, além de facilitar o acesso a pessoas que podem pagar, em detrimento daquelas que não têm condições”, acrescentou a fundação.

Walmart: quem usa Ozempic compra menos comida que a média

Não foi só o Walmart que se pronunciou sobre o impacto de Ozempic, Wegovy e semelhantes nos hábitos de consumo da população.

Um relatório do banco britânico Barclays de terça (3) apontou que a alta demanda pelos medicamentos pode prejudicar as vendas de redes de fast food, de fabricantes de salgadinhos, refrigerante e álcool e até de empresas que vendem cigarros.

Os analistas também disseram que o efeito pode ser o contrário em outros setores, como o de saúde. Estariam entre as beneficiadas as redes de farmácias e as operadoras de planos de saúde.

Laboratórios americanos vão negociar preços com governo

Segundo anúncio feito pela Casa Branca na última terça-feira, dia 3, os laboratórios americanos aceitaram negociar os preços de dez medicamentos, em atitude que pode servir de exemplo para a indústria farmacêutica brasileira. As informações são do Estado de Minas.

Os remédios em questão são destinados ao tratamento de problemas como câncer no sangue, coágulos sanguíneos, diabetes, problemas cardíacos e psoríase.

A ação do governo dos Estados Unidos visa baratear fármacos cobertos pelo Medicare, programa de seguro saúde para pessoas com mais de 65 anos no país.

Consumer health cresce 10,7% no varejo farmacêutico

O segmento de consumer health (CH) ganha relevância no volume de negócios do varejo farmacêutico e cresceu 10,7% em faturamento nos últimos 12 meses até julho de 2023. É o que indica estudo da IQVIA, que apontou também que a categoria já representa 47% das vendas em farmácias – quatro pontos percentuais a mais em relação a 2015.

De acordo com a pesquisa, a constante ida do consumidor à farmácia tem uma relação direta com a conveniência e a variedade disponível nos PDVs. O mercado de consumer health, em 2019, movimentava R$ 56,2 bilhões e 3,3 bilhões de unidades comercializadas. Já no intervalo de agosto a julho de 2023, a movimentação foi de R$ 94,2 bilhões, crescimento de13,9%. Foram 4,4 bilhões de unidades comercializadas no período.