Maioria se opõe a uso recreativo de maconha, mas usaria para tratar saúde

Após medir esse conhecimento, o Datafolha perguntou aos brasileiros sobre o posicionamento em relação a maconha medicinal, informando previamente que “a maconha medicinal, também conhecida como Cannabis medicinal pode ser utilizada para tratamento medicinal de várias doenças”.

Pensando no Brasil, 76% são a favor de legalizar o uso da maconha como remédio, e 22% são contra, com 1% indiferente e 2% sem opinião. Esse apoio é majoritário em todos os segmentos, inclusive entre evangélicos (67%), eleitores de Bolsonaro (69%) e brasileiros com 60 anos ou mais (66%).

Dois em cada três (67%) brasileiros com 16 anos ou mais também são a favor do plantio de maconha para fins medicinais no Brasil, e 31% são contra, com 2% indiferentes e 1% sem opinião.

Uma parcela de 2% dos brasileiros diz já ter usado algum medicamento à base de maconha, e 1% está usando atualmente.

Entre os 97% que nunca usaram remédios derivados da cannabis, 60% dizem que com certeza aceitariam ser tratados com maconha se esse fosse o tratamento mais indicado por um médico de sua confiança, e há 15% que talvez aceitassem esse tipo de indicação. Uma parcela de 23% não aceitaria ser tratado com maconha mesmo que essa fosse a indicação de um médico de sua confiança, e 2% não opinaram.

Entre os homens, 67% aceitariam com certeza o tratamento com cannabis, índice superior ao registrado entre mulheres (54%). No segmento evangélico, 50% certamente aceitariam uma indicação médica e usariam medicamento a base de maconha, e 17% talvez aceitassem. Entre católicos esses índices ficam em 61% e 14%, respectivamente.

Na população brasileira com 18 anos ou mais, 22% já fumaram maconha alguma vez na vida (30% dos homens e 14% das mulheres), sendo que 5% dizem fumar maconha atualmente (8% dos homens e 3% das mulheres).

Novas técnicas podem reverter o envelhecimento

Há três maneiras de reverter substancialmente o envelhecimento biológico que atualmente contam com bom fundamento experimental, além de diversas outras, bem mais incertas.
A primeira é fazendo reprogramação molecular direta para a reversão da perda de informações epigenéticas. Um caminho envolve a indução dos chamados fatores de Yamanaka, que são proteínas capazes de fazer com que células somáticas voltem ao seu estado indiferenciado, pluripotente.
A segunda maneira é por meio de suplementos contendo moléculas que modificam provisoriamente as reações epigenéticas, para favorecer a eliminação de células velhas. Um exemplo é o NMN, que serve para a produção de um composto chamado NAD+, o qual, além de reduzir a presença de células senescentes, faz com que diversas organelas funcionem melhor.
Outra molécula que também reverte o relógio biológico em mamíferos é a rapamicina, um imunossupressor muito usado em transplantes. O problema neste caso é que seus efeitos colaterais vão de diarreia e prisão de ventre a tremores e insônia.

Uma terceira é a metformina, um medicamento antidiabético. Neste caso, os principais efeitos colaterais são menores e tendem a desaparecer após alguns dias. Conforme lê-se em artigo publicado na revista Nature, “a metformina é um dos compostos geroprotetivos mais atraentes que existem, atuando através de extensa regulação epigenética” (Wang et al, 2022). Acontece que a droga reduz um pouco os ganhos de massa muscular através de exercícios, os quais são fundamentais para o envelhecimento saudável, o que achata seu potencial.

Ozempic e outros remédios inspirados em veneno de animais

O popular medicamento, usado para o tratamento do sobrepeso e da obesidade, foi, na verdade, inspirado no veneno do lagarto conhecido como monstro-de-gila (Heloderma suspectum).
Cientistas descobriram que um hormônio do veneno desse réptil, chamado exendina-4, poderia ser usado para o tratamento de diabetes tipo 2.

A exendina-4 é similar a um hormônio encontrado em seres humanos chamado GLP-1, liberado depois de comer e importante para controlar os níveis de açúcar no sangue.

As pesquisas sobre a exendina-4 geraram a semaglutida, que é um derivado da molécula que permanece no corpo por muito mais tempo, produzindo o efeito farmacológico desejado.

Foi assim que surgiram o Wegovy e o Ozempic, que contêm semaglutida.

A crise da obesidade: novas promessas e riscos

Novos medicamentos para diabetes e redução de peso, com efeitos incomparáveis com o que existia até aqui, farão com que 2023 entre para a história como o ano que mudou o debate público global sobre obesidade. As consequências são, ao mesmo tempo, promissoras e perigosas.

Quem lidera este movimento, até o momento, é a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk, fabricante da semaglutida (vendida como Ozempic e Wegovy). O PIB da Dinamarca cresceu 1,9% no último trimestre —90% do avanço atribuído à Novo Nordisk, que recentemente se tornou a empresa mais valiosa da Europa.

O fenômeno tem origem clara: a demanda global por esses medicamentos explodiu, superando a capacidade de fornecimento da empresa. No Brasil, o Ozempic, para diabetes, deve ter disponibilidade intermitente até o final do ano e o Wegovy, para obesidade, só chegará em 2024.

Renascimento, diz mulher que trata depressão com cetamina

Anestésico hospitalar usado em diferentes países, a cetamina foi aprovada em novembro de 2020 pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como tratamento para depressão resistente. Para isso, a droga deve ser utilizada exclusivamente em um hospital ou clínica especializada e na presença de profissionais da saúde.

De acordo com a pesquisa Datafolha, cerca de 10% da população brasileira já fez uso de psicodélicos, sendo que 2% já experimentaram a cetamina.