A Cellera Farma, farmacêutica brasileira que tem como principal acionista a Principia Capital Partners, segue firme na execução da estratégia de crescimento acelerado dos negócios e de portfólio, com foco no plano de realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em dois ou três anos.
O caminho até a transação almejada tem sido pavimentado por parcerias com multinacionais, como a suíça Ferring, e pela aquisição de marcas consolidadas, que foram inovadoras em seus mercados e se tornaram referência. Essa estratégia já garantiu um salto no faturamento líquido, de R$ 60 milhões em 2017 para R$ 412 milhões no ano passado, chegando aos cerca de R$ 500 milhões estimados para 2023.
O movimento mais recente da Cellera, que também tem como sócio e presidente o empresário Omilton Visconde Júnior, foi a aquisição da marca Tylex, da Janssen, farmacêutica da Johnson & Johnson, por R$ 60 milhões. O opioide de baixa intensidade começou a ser produzido neste mês na fábrica da farmacêutica em Indaiatuba (SP).
Pouco antes de sacramentar a mais recente aquisição, a Cellera já havia firmado uma nova parceria com a Medley, para promoção e distribuição de medicamentos da divisão da de negócios da Sanofi. Desde junho, a empresa assumiu essa tarefa para o Alenthus (para tratar depressão e ansiedade), Baristar (suplemento vitamínico), Pyloripac (para tratamento de úlceras) e Prazol (esofagite e refluxo).
Conforme Omilton, esses dois movimentos devem começar a contribuir para as receitas no segundo semestre e ajudar a Cellera a marcar os R$ 600 milhões em receita líquida em 2024. Além disso, consolidaram a farmacêutica em quatro mercados: gastroenterologia, neurologia, ortopedia e psiquiatria.
O próximo passo deve ser crescer em pediatria e em cardiovascular. Neste último, há tratativas para uma potencial parceria ou aquisição. Na pediatria, contou o empresário, o plano é chegar ao mercado de zero a 1 ano com o Culturelle, um probiótico que a farmacêutica já oferece para crianças maiores.