Parte dos medicamentos comprados pelo SUS, o maior instrumento de política pública de saúde, é hoje atendida pelas Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDPs) firmadas nos últimos cinco anos. E o SUS atende mais de 150 milhões de brasileiros – cerca de 75% da população depende da rede pública de saúde. Um mercado gigante e atraente para qualquer laboratório farmacêutico global.
“Para pensarmos seriamente em produção local em larga escala de IFAs, temos que ter condições competitivas como fornecedores regionais de peso, pelo menos nas Américas. O que significará rever questões tributárias, incentivos a pesquisas, como as clínicas e médicas, onde o Brasil pode facilmente ser muito competitivo. Ou seja, tem que ser uma política de Estado, e não de um governo apenas”, diz Nelson Mussolini, presidente-executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticas (Sindusfarma).
A Eurofarma, outra líder de medicamentos do país, aposta na inovação (incremental ou radical) para manter sua média de crescimento de 20% ao ano em mais de uma década. Maria del Pilar Muñoz, vice-presidente da Eurofarma, adianta que há mais de 270 projetos na empresa, que lança em média 40 novos medicamentos por ano no Brasil. O investimento em pesquisa e desenvolvimento em 2022 somou R$ 591 milhões, o equivalente a 7,4% da receita líquida, e a projeção para 2023 é superior a R$ 700 milhões. Um dos focos das inversões da Eurofarma é a nova unidade fabril de Montes Claros (MG) para reforçar a diversificação da oferta de remédios da companhia, que abrange desde as áreas de medicamentos sob prescrição médica, de uso restrito hospitalar, a genéricos e venda livre em balcão. Recentemente a sua planta de Itapevi foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, equivalente à Anvisa, para exportações para aquele país.