Tratar Covid leve e moderada com anticoagulante não traz benefício, mostra estudo

Uma das grandes apostas na pandemia e ainda usados por médicos no tratamento da Covid, os anticoagulantes não trazem qualquer benéfico a pacientes com as formas leves e moderadas da doença.

A conclusão é de um estudo multicêntrico da Coalizão Covid-19, uma aliança para condução de pesquisas que envolve várias instituições brasileiras, que testou o uso ambulatorial da anticoagulação. O trabalho foi publicado na edição de junho da revista The Lancet.

Os resultados têm causado repercussão na comunidade científica internacional porque, durante a pandemia, muitos médicos adotaram como tratamento de rotina os anticoagulantes, mesmo sem evidências científicas que amparassem a conduta.

Inteligência artificial ajuda a criar antibiótico

Cientistas usaram inteligência artificial (IA) para desenvolver um novo antibiótico capaz de matar uma espécie mortal de superbactéria.

A tecnologia ajudou a filtrar uma lista de milhares de compostos químicos em potencial, reduzindo-os a apenas alguns que poderiam ser testados em laboratório.
O resultado foi um potente antibiótico experimental chamado abaucina, que vai precisar passar por mais testes antes de ser usado.

Os pesquisadores, do Canadá e dos EUA, dizem que a IA tem o poder de acelerar consideravelmente a descoberta de novos medicamento.

Veja tratamentos para perder peso comprovados pela ciência

Semaglutida

Com popularidade crescente nos últimos tempos, a semaglutida é o princípio ativo de medicamentos como Ozempic e Wegovy. Enquanto o primeiro é indicado para diabetes e amplamente usado de forma off-label no tratamento de sobrepeso, o segundo teve aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o obesidade.

Um estudo patrocinado pela farmacêutica responsável, a Novo Nordisk, avaliou a segurança e eficácia da semaglutida em doses de 1 mg (Ozempic) e 2,4 mg (Wegovy). A pesquisa, feita com 1.595 participantes obesos ou com sobrepeso e diabetes tipo 2, mostrou que o uso semanal de 1,0 mg causa redução média de peso corporal de 7%, enquanto a utilização da dose de 2,4% diminui em média 9,6%.

Assim como outros medicamentos, a semaglutida pode provocar reações gastrointestinais, como náusea, vômito, diarreia, desidratação, dores abdominais e prisão de ventre. O uso requer acompanhamento médico.

Liraglutida

O medicamento, vendido sob o nome comercial de Saxenda, é capaz de promover a perda de cerca de 7% da massa corporal após 16 meses de tratamento, segundo estudos. Sua aplicação é semanal e o uso com acompanhamento médico seguro.

Causa enjoo, vômito, diarreia ou constipação, entre outras reações adversas. Os efeitos colaterais são geralmente passageiros, e em casos raros podem provocar insuficiência renal aguda.
Sibutramina

Desenvolvida como um antidepressivo, o medicamento não só diminui a vontade de comer, como também mantém regulares os níveis de gasto energético do paciente.

Entre todas as alternativas disponíveis hoje no Brasil, é o medicamento com registro mais antigo, de 1998, e 13 fabricantes possuem autorização para sua produção. Estudos clínicos apontam que o fármaco é capaz de promover diminuição de 10% do peso em tratamentos de 6 meses.

Bupropiona e naltrexona

A combinação das substâncias, vendida sob o nome comercial de Contrave, proporciona, em média, perda de 10% do peso corporal após um ano de tratamento, segundo estudos clínicos.

A naltrexona é usada também no tratamento para dependência de álcool e opioides, enquanto a bupropiona foi originalmente desenvolvida para depressão e tabagismo.

A combinação, entretanto, pode causar aumento da pressão arterial, doença do fígado, hepatite, episódios de mania, agitação, alucionações problemas de vista e hipoglicemia em portadores de diabetes.

Orlistate

Capaz de reduzir em cerca de 30% a absorção de gorduras pelo corpo do paciente, atua diretamente nas enzimas do intestino. Aprovado no Brasil desde o final dos anos 1990, pode ser produzido por 10 laboratórios diferentes.

O remédio permite diminuir a massa corporal em até 10%, segundo estudo. Pode, porém, provocar problemas gastrointestinais como reação adversa. Apesar disso, é um medicamento considerado seguro, e evidências científicas mostram que apenas 6% dos pacientes abandonam o tratamento em decorrência de efeitos colaterais.

Inteligência artificial ajuda a desenvolver antibiótico

IA. No estudo da universidade canadense, a inteligência artificial ajudou a reduzir milhares de produtos químicos em potencial a um conjunto que poderia ser testado em laboratório. Os resultados foram publicados na revista científica Nature Chemical Biology.

Os cientistas utilizaram drogas conhecidas e com estrutura química exata em testes manuais para ver qual seria capaz de retardar ou matar a Acinetobacter baumannii. Depois, inseriram essas informações na plataforma de inteligência artificial para que ela pudesse aprender as características químicas das drogas.

A tecnologia foi colocada para rastrear, então, uma lista de 6.680 compostos cuja eficácia era desconhecida. Em uma hora e meia, chegou a uma lista de 240. Por fim, os pesquisadores testaram as substâncias selecionadas e encontraram nove antibióticos em potencial. Uma delas, a abaucin, se mostrou extremamente potente nos testes em laboratório: é capaz de tratar feridas infectadas em camundongos e matar amostras da superbactéria.

Os próximos passos, segundo Stokes, são aperfeiçoar o medicamento em laboratório e realizar ensaios clínicos. A expectativa é de que em 2030 o antibiótico esteja disponível para pacientes