Aversão a risco no exterior afeta mercados
Crise no setor bancário e desaceleração econômica nos EUA derrubam bolsas ao redor do globo
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Estudo mostra taxa acima da meta e aponta dificuldades do Banco Central para conter preços
Investimento federal em 2022 foi de 0,5% PIB, o menor da série histórica do Tesouro Nacional
Liderada por ex-sócio do BTG Pactual, empresa vai oferecer serviço para conversão de valores em até 27 moedas
Na esteira da venda do First Republic para o JPMorgan, papéis de instituições de menor porte têm queda de até 28%
De 42 instituições, 74% avaliam que cortes começarão neste ano, mas poucas acreditam que redução irá ocorrer no 1.º semestre
Maior farmacêutica brasileira, a EMS acertou a compra do Dermacyd, marca global de sabonetes íntimos da francesa Sanofi, por cerca de € 66 milhões (R$ 366 milhões ao câmbio atual). Com a aquisição, a empresa do grupo NC, mais conhecida pelo pioneirismo e liderança em genéricos, avança em sua estratégia de ganhar musculatura em medicamentos isentos de prescrição (OTC, na sigla em inglês) e de internacionalização dos negócios.
A transação, que ainda depende do aval de autoridades antitruste em diferentes países, compreende propriedade intelectual, comercialização e fabricação de um portfólio de 17 produtos da linha na América Latina. Líder no Brasil com 28% de participação em valor de vendas, o Dermacyd também tem presença relevante no México, no Peru e na Argentina, onde é vendido sob a marca Lactacyd.
“O grupo se consolidou em genéricos, em prescrição, depois no segmento hospitalar e foi comprando marcas fortes. Agora, quer trabalhar essas marcas do ponto de vista do consumidor”, disse ao Valor Cinthia Ribeiro, que chegou à EMS há três meses com a missão de reposicionar a área de OTC e traçar estratégias de crescimento para as marcas da farmacêutica.
Com quase 20 anos de experiência no setor, entre laboratórios brasileiros e multinacionais, como a própria Sanofi, Aché, Pfizer e Genomma Lab, a executiva assumiu a diretoria Comercial e de Marketing da unidade de negócios de Marcas, que também compreende a área de OTC.
“Hoje, essa é a menor unidade de negócios da companhia, com cerca de 10% a 12% do faturamento. Mas pode estar entre as maiores”, afirmou a executiva. Para 2023, a meta para a área de OTC é alcançar vendas (pelo critério PPP, que considera os descontos concedidos) de R$ 300 milhões, com expansão de 25% frente a 2022. Crescimento orgânico e potenciais novas aquisições vão contribuir para a evolução nos próximos anos, indicou a executiva. “Também vamos avaliar fusões e aquisições. Temos um radar ativo, mas vamos crescer das duas formas”, disse.
O negócio de prescrição já se tornou o mais relevante da EMS, com participação de 37%. Em seguida vieram os genéricos, com 35%. Marcas, OTC e institucional (“non-retail”) responderam por 28%. No ano passado, o conglomerado faturou R$ 20,9 bilhões.
Em 2022, a Cimed queria ser ‘a Natura’ do setor farmacêutico. Um ano depois, a situação da empresa de cosméticos piorou — como reflexo de inflação e guerra na Ucrânia, entre outros motivos. Mas a Cimed fez o caminho contrário. A receita, que era de R$ 1,5 bilhão em 2021, passou para R$ 1,9 bilhão em 2022 (com crescimento também de Ebitda) e, em 2023, a meta de chegar aos R$ 3 bilhões segue viva. Para chegar até lá, um passo importante acontece nos próximos meses: a campanha de inverno.
Os serviços clínicos nas farmácias podem ganhar um importante avanço com nova regulamentação que deverá ser votada a partir desta quarta-feira, dia 3 de maio. A Diretoria Colegiada da Anvisa vai deliberar sobre o texto da RDC 302/2005, um marco nos exames laboratoriais no país que também possibilita ampliar a oferta de serviços clínicos no varejo farmacêutico.
A resolução a ser votada institui novos critérios técnico-sanitários para exames laboratoriais, bem como testes rápidos em estabelecimentos. E é nesse caso que entram as farmácias, que hoje só podem realizar dois tipos de testagens – as que aferem casos de Covid-19 e glicemia. A realidade, no entanto, é que as farmácias e drogarias já contam com estrutura e tecnologia para promover pelo menos 40 testes laboratoriais remotos.
O tema chegou a entrar em pauta na reunião ocorrida em 29 de março, mas a agência retirou o texto para nova avaliação. A Anvisa emitiu nota alegando que o assunto seria retomado “com a brevidade necessária, mas sem perder de vista a sensibilidade da matéria e a necessidade de construção de uma minuta que permita o aprimoramento técnico e sanitário dos serviços de diagnóstico do país, pautada na ciência e nas lições aprendidas desde a edição da RDC nº 302, em 2005”.
Os medicamentos biossimilares podem ganhar em breve uma nova regulamentação da Anvisa. Segundo informações da coluna Monica Bergamo, da Folha de S.Paulo, um grupo de especialistas prevê a deverá entregará uma proposta à agência ainda nesta quinzena.
Os biossimilares no Brasil estão fundamentados por uma norma de 2010, que especialistas já consideram defasada. Desde o ano passado a Anvisa já vem recebendo subsídios para a revisão do marco legal e regulatório que envolve essa classe de medicamentos.
Dos 32 remédios do gênero já registrados pela Anvisa, 21 receberam aprovação entre 2018 e 2019. Além disso, outros cinco já estão na fila. A agência, inclusive, instituiu a RDC 205 para criar uma fila de prioridade na análise desses medicamentos – especialmente os que atuam no combate a doenças raras. Mas quando o assunto é a incorporação do biossimilar, a frequência é outra.
Atualmente, o SUS disponibiliza apenas cinco biossimilares, voltados para tratamentos oncológicos e doenças reumáticas. E somente dois são produzidos inteiramente no Brasil – o ritumixabe, da Sandoz para casos de artrite reumatoide e linfoma não-Hodgkin; e a somatropina, do Laboratório Cristália, usado no combate ao hipopotuitarismo, uma espécie de deficiência do hormônio do crescimento.