Para o Itaú BBA, apesar da difícil base de comparação, já que a Hypera apresentou forte crescimento um ano antes, o que deveria pesar nos resultados do primeiro trimestre deste ano, a companhia surpreendeu e divulgou expansão de receita e lucratividade acima do esperado. Assim, o banco reiterou recomendação de “compra”, com preço-alvo de R$ 50 ao fim de 2023.
A fabricante de medicantes mostrou um crescimento orgânico de sell-out (venda dos produtos nas farmácias e redes) abaixo do mercado em vista de uma performance desafiadora em janeiro e fevereiro, apesar de março já ter mostrado boa melhora. A receita líquida cresceu 14% em um ano, com algum crescimento orgânico de receita, bom aumento da receita do segmento institucional e boa contribuição dos medicamentos da Sanofi.
O Bradesco BBI avaliou os resultados do 1T23 da Hypera como neutros em geral, embora ligeiramente acima da estimativa.
A receita cresceu organicamente 11% em base anual (sendo 14% no total), abaixo da orientação da empresa de 14% (principalmente orgânica) para 2023.
“Esperamos uma aceleração no crescimento no 2T23 a partir das vendas sell-out e a maturação dos lançamentos. As vendas sell-out cresceram 5,9% (contra 10,7% do mercado) devido a uma base de comparação rígida (com crescimento de 28%) em janeiro e fevereiro de 2022”, avalia.
O banco também destaca o capital de giro como ponto negativo, com deterioração de 8 pontos no comparativo anual, para 51% da receita devido aos estoques (usados para evitar a ruptura e apoiar as férias coletivas de abril), mas que devem cair no próximo ano dado: (i) a normalização do abastecimento de matérias-primas e (ii) o lançamento de produtos.
“Mantemos nossa recomendação de Compra, mas com um viés mais neutro em relação ao potencial fim da desoneração dos juros sobre capital próprio (-13% de impacto no lucro líquido de 2024). Os riscos relacionados ao potencial imposto de renda sobre um benefício fiscal de ICMS são muito baixos em nossa visão, uma vez que se trata de investimentos por meio de crédito presumido e iniciados vários anos antes da Lei Complementar 160/2017”, avalia.
A XP também segue com recomendação de compra, também fazendo a ponderação sobre o resultado misto da companhia.
“O lucro líquido ficou bem acima da nossa estimativa, independentemente de uma alavancagem financeira de 2,8 vezes – impactando o resultado financeiro. Por outro lado, a conversão de caixa operacional caiu 10,4 pontos percentuais no ano principalmente devido a níveis de estoque mais altos – o que esperamos que seja temporário. Apesar de não ver os resultados de forma positiva, mantemos uma postura positiva em relação à ação devido às perspectivas de crescimento e valuation”, destaca.