Eurofarma eleva participação na Ocean Drop, de suplementos

A farmacêutica Eurofarma fez novo aporte na startup catarinense Ocean Drop, especializada em suplementação alimentar com base em nutrientes marinhos. Foram R$ 15 milhões investidos para reforçar sua atuação no e-commerce e em lojas físicas. Com isso, a Eurofarma amplia a participação na Ocean Drop.

Feito em 2021 por meio da Neuron, Corporate Venture Capital da Eurofarma, o primeiro aporte foi de R$ 4 milhões.

Criada em 2016, a startup tem como marca principal a Ocean Drop, de suplementos altamente concentrados em vitaminas, antioxidantes e minerais baseados em nutrientes marinhos. Já a OMV (Oh Minhas Vitaminas) foi lançada em 2021 e permite personalizar suplementos para cada objetivo e necessidade do consumidor.

Cimed: planos incluem M&A e novos negócios como demanda por harmonização facial

Impulsionada pelo marketing das celebridades, a onda de harmonização facial atraiu o interesse de um relevante player da indústria farmacêutica brasileira. A Cimed, um dos maiores laboratórios de medicamentos genéricos do país em receitas, pretende lucrar com a demanda crescente por ácido hialurônico, usado em procedimentos para evitar flacidez e sinais do envelhecimento da pele.

A partir do segundo semestre, a companhia planeja entrar nesse segmento, fornecendo o produto às clínicas de estética. Em entrevista à Bloomberg Línea, o CEO da Cimed, João Adibe, diz ter fechado uma parceria com um sócio coreano, cujo nome não é revelado, para explorar esse nicho. O executivo também revela a ambição de continuar em 2023 crescendo acima da média do mercado.
A companhia aguarda o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para o lançamento de 150 produtos, segundo o CEO. A Cimed, que se apresenta como o sexto maior laboratório de genéricos no Brasil em faturamento, encerrou 2022 com 77 moléculas em seu portfólio. O mercado de genéricos tem um total de 423 moléculas, segundo a empresa.

O CEO disse que o principal investimento em marketing da companhia neste ano será no segundo semestre para reforçar a visibilidade dos novos negócios, principalmente com publicidade na TV Globo. Estimular a demanda pelo consumo de produtos para imunidade, como vitaminas, é um dos objetivos. “Só 6% da população brasileira toma vitaminas. O potencial é gigantesco”, afirma.

Para levantar recursos, a Cimed realizou, no ano passado, uma emissão de debêntures no montante de R$ 100 milhões. O CFO da empresa, José Roberto Lettiere (ex-CFO da Natura), explicou que a captação serviu para reforçar o capital de giro, acelerar investimentos e alongar dívidas de curto prazo. “Buscamos otimizar nossa rentabilidade com uma forte geração de caixa”, disse Lettiere.

Cimed registra receita líquida de 1,9 bilhão em 2022

A Cimed, divulgou hoje o balanço completo de 2022 da companhia. A empresa atingiu R$ 1,9 bilhão de Receita Líquida, aumento de 22,5% em relação ao ano anterior. O resultado está 7% acima do guidance da empresa e representa o dobro do crescimento do mercado em faturamento junto ao consumidor em 2022, segundo auditoria elaborada e divulgada pelo IQVIA.

No período, a companhia também ganhou share em 70% de seu portfólio, em função da melhoria de MIX e estratégia de precificação, que aumentou o tíquete médio dos produtos em 25% quando comparado com o ano anterior.

O desempenho também foi impulsionado pela unidade de medicamentos, com destaque para Genéricos, com crescimento em sell-out orgânico em 6,2 pontos percentuais acima do mercado, e de OTC, com crescimento de faturamento de 49% em comparação com ano anterior, puxado pela alta demanda de antigripais e medicamentos para doenças respiratórias. A companhia também registrou performance positiva nos produtos de higiene e beleza com crescimento em sell-out orgânico superior ao dobro do mercado.

O EBITDA ajustado cresceu 18,9% em comparação com o ano anterior, atingindo R$ 479 milhões e 24,7% de margem EBITDA com um impacto de R$ 24 milhões de custo fixo da nova unidade fabril da Cimed, inaugurada em 2022, em Pouso Alegre. A nova unidade produziu uma parcela de sua capacidade totalizando 80 milhões de unidades no último ano. Além disso, houve um impacto de R$ 28 milhões do ramp-up da fábrica nova já excluídos do resultado ajustado. O Lucro Líquido ajustado cresceu 4,9%, representando 13,8% da Receita Líquida.

A empresa também continuou com suas atividades no mercado de capitais, realizando a segunda emissão de debêntures no montante de R$ 100 milhões. Os recursos foram captados como reforço de capital de giro, permitindo acelerar os investimentos no futuro e alongar dívidas de curto prazo.

“Dentro do nosso planejamento está um IPO. E o nosso setor não precisa esperar janela”, diz CEO da Cimed

A companhia prepara a casa para uma abertura de capital. “Nossa governança vem evoluindo há alguns anos. Hoje, somos uma S/A ainda de capital fechado e estamos a um nível anterior a uma empresa listada. Estamos criando uma estrutura de governança mais robusta. Primeiro criamos o conselho ainda com pessoas ligadas à companhia. O segundo passo foi trazer um conselheiro independente, que assumiu a presidência do conselho, e agora, chegou mais um conselheiro independente”, afirma Lettiere, CFO da Cimed.

Em setembro de 2022, Nicola Calicchio, executivo com passagens por McKinsey, Softbank e Morgan Stanley, assumiu a presidência do conselho de administração da companhia. Em fevereiro, pouco mais de um mês atrás, a Cimed anunciou a chegada de outro membro independente para seu conselho: Denis Caldeira de Almeida, com passagens por empresas de tecnologia Google, Facebook, Telefonica. “Montamos a governança para ter independência e, ao mesmo tempo, isso nos posiciona frente ao mercado e ajuda na emissão de eventuais debêntures, por exemplo. Tudo isso tem um papel financeiro, mas tem um papel muito estratégico para a empresa”, completa Lettiere.

“Dentro do nosso planejamento, a gente tem como visão uma abertura de capital. E o nosso setor não precisa esperar uma janela. O mercado quer investir em empresas que tenham margem e os investidores têm apetite gigante para a nossa indústria [farmacêutica]”, afirma Adibe, que afirma ainda que a entrada da empresa na bolsa traria mais segurança aos investidores. “Os analistas de mercado, hoje, sofrem com informações de indústria farmacêutica. Só há duas empresas [de capital aberto do setor] e a classe de produtos é muito diferente. A Cimed entrando no jogo, ajudará a divulgar o setor”, completa.

Novo gerente nacional na EMS

Marcos Serrão é o novo gerente nacional de demanda da EMS, assumindo responsabilidades pela categoria de medicamentos de prescrição.

São 25 anos de experiência na indústria farmacêutica, boa parte destinados a cargos de gestão em multinacionais. Tem passagens por grandes empresas como Abbott, Bristol, Danone, GSK e Nestlé. Na última, atuou como gerente executivo até 2022.